Políticas e poéticas da transgressão: corpo e escrita em Ana Miranda, Arundhati Roy e Jeanette Winterson

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alcione Cunha da Silveira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-8F6G35
Resumo: Nos romances Amrik (1997), de Ana Miranda, O deus das pequenas coisas (1997), de Arundhati Roy, e A paixão (1987), de Jeanette Winterson, criados praticamente na mesma época por escritoras originárias de países distintos - Brasil, Índia e Inglaterra, respectivamente -, políticas e poéticas da transgressão se encontram de várias maneiras. A partir de uma perspectiva comparatista, exploro essa dinâmica tendo por base o fato de as obras revelarem uma preocupação equivalente com o entrelaçamento transgressor do corpo e da escrita. Considerando-se a utilização, igualmente comum às três obras, de protagonistas representadas por figuras subversivas, discuto o consequente desenvolvimento de processos de contestação dos sistemas de opressão e subordinação dos sujeitos, em especial o patriarcalismo. Em seguida, examino os movimentos de desordem elaborados, também pela via do corpo e da escrita, nesses textos literários, em suas tentativas de questionar e desestabilizar discursos totalitários. Detenho-me, em especial, na questão da reescrita da história a partir das margens como elemento capaz de possibilitar o aparecimento de vozes comumente silenciadas, e na problematização do conceito gendrado da loucura, que, atravessando tempos e espaços, ainda é usado como um signo de manutenção das relações assimétricas de poder. Objetivando uma leitura contemporânea das narrativas em questão, valho-me, portanto, de uma metodologia bibliográfica dos estudos de gênero, embasada pela crítica literária feminista e pelas teorias psicanalíticas.
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