Efeitos da idade e do foco de atenção no desempenho e na coordenação da tarefa de passar de sentado para de pé.

• Autor(a) principal: Valéria Andrade Pinto
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/32299
• topic: Envelhecimento.; Desempenho.; Atenção

Passar de sentado para de pé (ST-DP) é fundamental para uma vida funcional e independente. No entanto, o desempenho nessa tarefa tende a reduzir com o envelhecimento, sendo a sua realização ainda mais desafiadora quando associada a tarefas secundárias, como segurar uma caneca. Uma estratégia cognitiva com potencial para aperfeiçoar o controle do ST-DP é o direcionamento do foco de atenção por meio de instruções verbais. Instruções direcionadas aos objetos com os quais o sujeito interage ou aos efeitos do movimento sobre o ambiente - foco externo - tem se mostrado serem mais eficientes e mais efetivas do que as que direcionam a atenção aos próprios movimentos ou segmentos corporais - foco interno. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar como o passar de ST-DP segurando uma caneca é controlado, como o controle é afetado pela idade e como instruções de foco podem influenciar o controle da tarefa. 21 idosos saudáveis e 26 jovens realizaram a tarefa de passar de ST-DP segurando uma caneca com o membro superior não dominante sob duas condições de foco: externo e interno. Variáveis de desempenho foram quantificadas e a coordenação foi explorada por meio da análise do uncontrolled manifold (UCM). Os resultados revelaram que os jovens inclinaram menos a caneca e moveram o centro de massa do corpo na direção horizontal com maior suavidade do que os idosos. No entanto, em relação aos jovens, os idosos moveram a caneca na direção vertical e horizontal e o centro de massa do corpo na direção vertical com maior suavidade. Os idosos também apresentaram médias mais elevadas de VUCM e VORT para a posição horizontal e vertical do centro de massa do corpo do que os jovens. Porém, os índices de sinergia para as posições horizontal e vertical do centro de massa foram significativamente diferentes entre os grupos, sendo mais fortes para jovens do que para idosos. Portanto, parece que, para estabilizar a posição do centro de massa, os idosos coordenam suas múltiplas articulações de maneira mais flexível, mas também mais instável do que os jovens. Não foram encontradas evidências sobre os efeitos diferenciais do foco externo e interno sobre as variáveis de desempenho e nem sobre as de coordenação. É possível que tarefas bem treinadas e adquiridas espontaneamente com o desenvolvimento, como passar de ST-DP, sejam menos afetadas pelos efeitos negativos do foco interno ou pelos efeitos positivos do foco externo.