Interações entre desmatamento, mudanças climáticas e produção agrícola no cerrado e na Amazônia Brasileira
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/59112 https://orcid.org/0000-0002-8480-4254 |
Resumo: | Espera-se que a produção agrícola brasileira continue aumentando em resposta à crescente demanda global por alimentos e biocombustíveis. Entretanto, a agricultura é um dos setores mais suscetíveis às variações climáticas. Neste contexto, a devastação dos biomas Amazônia (AM) e Cerrado (CE) gera preocupação porque interfere no clima local e regional, além de contribuir com a emissão de Gases de Efeito Estufa que intensificam as mudanças climáticas globais. Partindo desta problemática, esta tese investiga como as mudanças climáticas regionais (associadas ao desmatamento) afetam a produtividade da soja, milho e pastagens na AM Brasileira e CE. No primeiro capítulo avaliamos a perda de vegetação nativa e a redução da precipitação em pixels de 28, 56, 112 e 224 km2 no sul da Amazônia Brasileira. Para isso analisamos dados espacialmente explícitos sobre desmatamento e chuvas entre 1999 a 2019. Concluímos que a quantidade de chuva anual caiu à metade ao longo dos últimos 20 anos em regiões onde a agropecuária ocupou até 60% de áreas antes florestadas, o que pode causar uma perda econômica estimada em US$ 1 bilhão por ano na produção de soja e carne. Diante destas ameaças, a gestão de riscos agroclimáticos torna-se cada vez mais fundamental. No segundo capítulo expandimos nossa investigação para o CE e quantificamos o risco de mudanças climáticas regionais associadas ao desmatamento durante a janela de cultivo da soja e do milho. Demonstramos empiricamente os riscos de atrasos no início da estação chuvosa, menor volume de chuvas e aquecimento são menores em regiões mais conservadas. Somadas às ameaças associadas às mudanças climáticas globais, eleva-se o número de regiões e anos nos quais os sistemas de dupla safra soja-milho são cultivados sob alto risco climático. No terceiro capítulo estimamos as perdas na produção de grãos em decorrência do clima extremo e investigamos os seus determinantes espaciais. A sazonalidade, volume das chuvas e temperatura apresentam tendência de mudança em ambos os biomas, indicando que o clima não está dentro da sua variabilidade normal. As quebras de produtividade da soja e do milho tem ocorrido mais frequentemente e recentemente, fazendo com que o Brasil deixasse de produzir ≈23 milhões de toneladas de grãos. As perdas alcançam 9% e 7% da produção brasileira de soja e milho no mesmo período. Ao longo dos 13 anos analisados os produtores da AM perderam mais de US$ 8.5 bilhões, o equivalente a ≈U$S 602.4 milhões/ano devido às quebras de safra. No CE as perdas acarretaram um prejuízo de US$ ≈23.8 bilhões ou ≈U$S 1.7 bilhões/ano. O desmatamento da AM gerou perdas de U$S 388.2 milhões (≈U$S 27.7 milhões por ano), ao passo em que o desmatamento do CE gerou perdas de U$S 925.5 milhões (≈U$S 66.1 milhões/ano). Estes resultados podem orientar ações focadas em garantir a produção brasileira de grãos em um clima em mudança. |
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No primeiro capítulo avaliamos a perda de vegetação nativa e a redução da precipitação em pixels de 28, 56, 112 e 224 km2 no sul da Amazônia Brasileira. Para isso analisamos dados espacialmente explícitos sobre desmatamento e chuvas entre 1999 a 2019. Concluímos que a quantidade de chuva anual caiu à metade ao longo dos últimos 20 anos em regiões onde a agropecuária ocupou até 60% de áreas antes florestadas, o que pode causar uma perda econômica estimada em US$ 1 bilhão por ano na produção de soja e carne. Diante destas ameaças, a gestão de riscos agroclimáticos torna-se cada vez mais fundamental. No segundo capítulo expandimos nossa investigação para o CE e quantificamos o risco de mudanças climáticas regionais associadas ao desmatamento durante a janela de cultivo da soja e do milho. Demonstramos empiricamente os riscos de atrasos no início da estação chuvosa, menor volume de chuvas e aquecimento são menores em regiões mais conservadas. Somadas às ameaças associadas às mudanças climáticas globais, eleva-se o número de regiões e anos nos quais os sistemas de dupla safra soja-milho são cultivados sob alto risco climático. No terceiro capítulo estimamos as perdas na produção de grãos em decorrência do clima extremo e investigamos os seus determinantes espaciais. A sazonalidade, volume das chuvas e temperatura apresentam tendência de mudança em ambos os biomas, indicando que o clima não está dentro da sua variabilidade normal. As quebras de produtividade da soja e do milho tem ocorrido mais frequentemente e recentemente, fazendo com que o Brasil deixasse de produzir ≈23 milhões de toneladas de grãos. As perdas alcançam 9% e 7% da produção brasileira de soja e milho no mesmo período. Ao longo dos 13 anos analisados os produtores da AM perderam mais de US$ 8.5 bilhões, o equivalente a ≈U$S 602.4 milhões/ano devido às quebras de safra. No CE as perdas acarretaram um prejuízo de US$ ≈23.8 bilhões ou ≈U$S 1.7 bilhões/ano. O desmatamento da AM gerou perdas de U$S 388.2 milhões (≈U$S 27.7 milhões por ano), ao passo em que o desmatamento do CE gerou perdas de U$S 925.5 milhões (≈U$S 66.1 milhões/ano). Estes resultados podem orientar ações focadas em garantir a produção brasileira de grãos em um clima em mudança.Brazilian agricultural production is expected to continue to increase in response to the growing global demand for food and biofuels. However, agriculture is one of the sectors most susceptible to climatic variations. In this context, the devastation of the Amazon (AM) and Cerrado (CE) biomes raises concern because it contributes to the emission of greenhouse gases that intensify global climate change and synergistically interfere with the regional climate. Starting from this problem, this thesis investigates how regional climate changes (especially those associated with deforestation) can affect the productivity of soybeans, corn and pastures in these regions. In the first chapter we evaluated the loss of native vegetation and the reduction of precipitation in pixels of 28, 56, 112 and 224 km2 in the south of the Amazon region. The annual amount of rainfall has halved over the last 20 years in regions where agriculture occupied up to 60% of previously forested areas, which can cause a loss economic growth estimated at US$ 1 billion per year in the production of soy and meat in the region. Faced with these threats, agroclimatic risk management becomes increasingly fundamental. In this sense, in the second chapter we expand our investigation to the CE Biome and quantify the risk of regional climate change associated with deforestation during the soy and corn growing window. The risks of delays in the beginning of the rainy season, lower rainfall and warming are greater in more deforested regions. Added to the threats associated with global climate change, the number of regions and years in which dual-crop systems are cultivated at low risk is increasing. In the third chapter we estimate the losses in grain production recorded as a result of extreme weather and investigate their spatial determinants. Rainfall and temperature patterns show a tendency to change in both biomes, indicating that the climate is not within its normal variability. The drops in soybean and corn productivity have occurred more frequently and recently, causing Brazil to stop producing ≈23 million tons of grains and reflecting on the income of producers and the national economy. Losses reach 9% and 7% of Brazilian soy and corn production in the same period. Over the 13 years analyzed, AM producers lost more than US$ 8.5 billion, equivalent to ≈U$S 602.4 million/year due to crop failures. In the EC, losses resulted in a loss of US$ ≈23.8 billion or ≈U$S 1.7 billion/year. AM Deforestation generated losses of U$S 388.2 million (≈U$S 27.7 million per year), while deforestation in the CE generated losses of U$S 925.5 million (≈U$S 66.1 million/year). These results can guide actions focused on guaranteeing Brazilian grain production in a changing climate.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Análise e Modelagem de Sistemas AmbientaisUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE CARTOGRAFIAModelagem de dados – Aspectos ambientaisSolo – Uso – BrasilSojaMilhoDesmatamentoAmazôniaCerradoClimaAgronegócio BrasileiroInterações entre desmatamento, mudanças climáticas e produção agrícola no cerrado e na Amazônia BrasileiraInteractions between deforestation, climate change, and agricultural production in the cerrado and Brazilian Amazoninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_argemiro_versao_final.pdftese_argemiro_versao_final.pdfapplication/pdf2156731https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59112/3/tese_argemiro_versao_final.pdf43f4ae88b05392f904fc0379076aae37MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59112/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/591122023-10-03 18:11:19.684oai:repositorio.ufmg.br:1843/59112TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-10-03T21:11:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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