Avaliação do Projeto de Resposta Rápida à Sífilis: análise temporal e espacial da sífilis gestacional e morbimortalidade por sífilis congênita em municípios de Minas Gerais

• Autor(a) principal: Talane Alcântara de Oliveira
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/68810
• topic: Sífilis em gestante; Sífilis congênita; Distribuição espaço-temporal; Projeto de Resposta Rápida; Transmissão vertical; Sífilis; Análise Espaço-Temporal; Política Pública; Sífilis Congênita; Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas

Introdução: A sífilis, causada pelo agente etiológico Treponema pallidum, é uma infecção bacteriana sistêmica crônica, curável, exclusiva do ser humano, com alta morbimortalidade em populações vulnerabilizadas. Considerando a importância de implementação de estratégias governamentais, o Ministério da Saúde implantou o Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção, com o objetivo de conter o avanço da epidemia no país. Objetivo: Avaliar a efetividade do Projeto de Resposta Rápida à Sífilis na ocorrência de sífilis em gestantes e na morbimortalidade por sífilis congênita em municípios de Minas Gerais. Métodos: Estudo ecológico com análises das variações temporal e espacial das taxas de detecção de sífilis em gestantes e incidência e mortalidade por sífilis congênita entre 2013 e 2022, tendo como unidades de observação os municípios elegíveis e não elegíveis para implantação do Projeto na região metropolitana de Belo Horizonte. As bases de dados utilizadas foram obtidas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Na análise espacial, foi feito o mapeamento de taxas suavizadas através do estimador bayesiano empírico local. Na análise temporal global, foram ajustados modelos lineares generalizados (GLM) e Modelos Aditivos Generalizados (GAM). Os possíveis fatores socioeconômicos e de acesso à saúde associados à sífilis foram abordados sob uma perspectiva espacial, por meio do Índice de Moran Bivariado. Resultados: Houve aumento médio do risco de ocorrência de sífilis em gestantes e congênita, antes e após a implementação do Projeto de Resposta Rápida nos dois grupos de municípios, com tendência de aumento de casos em gestantes, e queda pouco significativa da incidência de sífilis congênita. Os óbitos pela doença apresentaram tendência de queda, após a implementação do Projeto. Municípios que apresentam proporções médias menores de indicadores de saúde apontando vulnerabilidades locais, apresentaram maiores incidências médias de sífilis congênita e taxas médias de detecção em gestantes no período. As associações de taxas e indicadores de medidas de desigualdade social (IDH e Índice Gini), se mostraram mais importantes em municípios próximos à capital, que apresentaram em média maiores índices de desigualdade social e maiores taxas. Conclusão: Os resultados encontrados neste estudo, mostraram pouca efetividade e necessidade de ampliação e reformulação do Programa, uma vez que a maioria dos municípios elegíveis apresentou aumento ou estabilidade da morbimortalidade da sífilis, assim como foram observadas altas taxas com aumento significativo em municípios não elegíveis. Assim, este estudo reforça a necessidade de melhorias das políticas públicas, com conhecimento do perfil das pessoas que adoecem, para o planejamento de ações de controle. O Projeto de Resposta Rápida e outras políticas e intervenções traçadas, necessitam de constante monitoramento, com adequações e expansão para territórios com foco em populações mais suscetíveis.