Geomorfologia fluvial no Alto Vale do Rio das Velhas, Quadrilátero Ferrífero-MG: paleoníveis deposicionais e a dinâmica atual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gisele Barbosa dos Santos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7FBFFV
Resumo: A bacia do alto Rio das Velhas está situada no centro do Estado de Minas Gerais, compreendendo o domínio geológico do Quadrilátero Ferrífero e suas características morfológicas e hidrológicas refletem o forte condicionamento geológico e tectônico regional. Dentro deste contexto, visou-se caracterização dos níveis e seqüências deposicionais aluviais com o auxílio de técnicas de estratigrafia, a fim de reconstituir a dinâmica fluvial pretérita deste trecho. Além disso, foi realizado o monitoramento da dinâmica de ambientes fluviais marginais e de canal, paralelo ao estudo de variáveis hidrossedimentológicas durante o período de um ano. Tais procedimentos resultaram em uma compartimentação e especialização dos ambientes fluviais, ou seja, uma síntese da geomorfologia fluvial da área em estudo. Foram identificados quatro níveis deposicionais aluviais na área, sendo um Nível de Várzea e três níveis de terraços (Terraço Superior, Terraço Intermediário e Terraço Inferior). Os níveis de Terraços Superior e Intermediário apresentam-se escalonados e o nível de Terraço Inferior apresentou variação tipológica (escalonado, recobrimento e embutido) em relação ao Nível de Várzea. O escalonamento dos níveis de terraços demonstra a permanente ocorrência de um soerguimento crustal de alcance regional (soerguimento do Escudo Brasileiro), enquanto que a variação no terraço inferior associado a anomalias no perfil longitudinal do depósito é resultante da diferença das taxas de encaixamento do canal, devido ao comportamento diferencial de blocos ao longo do vale. Não foram encontradas evidências claras para a interpretação dos paleoambientes deposicionais dos níveis identificados. Apesar disso, alguns elementos permitiram inferir que a origem dos depósitos se associa a condições úmidas, com padrão fluvial meandrante e, em certos trechos, tendendo ao entrelaçamento. O monitoramento da dinâmica das margens e da calha fluvial revelou grande variação da erosão causada tanto por ações antropogênicas, quant por variações litológicas. As margens distinguem-se principalmente em função de sua morfologia e da intensidade dos processos de recuo, tendo como principal condicionante a erosão fluvial na base das mesmas, principalmente durante o período de cheias. O vale foi compartimentado em quatro trechos de acordo com sua morfologia e dinâmica predominante, sendo o primeiro caracterizado por uma seqüência de poços e corredeiras. Seguido por um trecho tendendo ao entrelaçament devido à presença de barras arenosas, à variação na capacidade de transporte de carga suspensa e à elevada carga arenosa de fundo. À jusante segue um trecho marcado por vale extremamente encaixado e leito correndo sobre o substrato rochoso, denotado forte controle estrutural e por fim, trecho com dinâmica meandrante típica. O vale do alto Rio das Velhas revelou-se como um complexo mosaico de ambientes erosivos e deposicionais, condicionados pela tectônica e pelos processos hidrossedimentológicos intrínsecos à bacia.
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