Desempenho físico e qualidade da movimentação de equinos mangalarga marchador treinados com aparelho de eletroestimulação de corpo inteiro

• Autor(a) principal: Bruna Dias Menezes
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/55090
• topic: Concurso de marcha; Biomecânica; Equery R6; Condicionamento físico; Equino; Mangalarga (Cavalo)

O Brasil possui o quarto maior rebanho de equinos no mundo, sendo o Mangalarga Marchador a mais numerosa raça de equinos criada no país. O concurso de marcha é prova funcional mais importante realizada com essa raça e foi caracterizado como um exercício de intensidade submáxima. As particularidades da prova de marcha e o fato dos equinos atletas apresentarem alta incidência de claudicações, mostra que estratégias devem ser adotadas para aprimorar o período de condicionamento físico desses animais, visando preservar sua longevidade atlética. A eletroterapia tem sido utilizada na medicina equina como recurso fisioterapêutico de reabilitação e não há estudos sobre seu uso no desempenho esportivo dessa espécie. O objetivo da pesquisa foi testar os efeitos do uso de dispositivo para eletroestimulação de corpo inteiro sobre o condicionamento físico e qualidade de movimentação de equinos da raça Mangalarga Marchador. Doze éguas Mangalarga Marchador, provenientes do mesmo criatório, destreinadas, com idade entre 3 e 4 anos, escore corporal médio de 3 (escala de 0 a 5) e peso médio de 350 kg, foram sorteadas para os grupos GA e GB. Os dois grupos foram condicionados com o mesmo protocolo de exercícios, mas os animais de GB foram submetidos a sessões de 30 min de eletroestimulação antes de cada sessão de trabalho. O desempenho físico dos animais foi avaliado em quatro testes de marcha, sendo o primeiro antes de iniciar o treinamento e os demais aos 10, 28 e 42 dias de treinamento. Nos testes foram avaliadas variáveis fisiológicas (temperatura retal, frequência cardíaca e respiratória) e sanguíneas (hemograma, lactato e enzimas creatino quinase e aspartato aminotransferase). Antes e ao final do período de treinamento os animais foram avaliados quanto a variáveis cinemáticas da marcha e a parâmetros qualitativos do andamento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em parcelas subsubdivididas. Os dados foram submetidos à ANOVA de três fatores (tratamento x teste x momento) para amostras repetidas (animal), seguidas de teste de Tukey (p≤0,05) ou SNK (p≤0,05). A frequência cardíaca aos 10 minutos de recuperação foi menor em GB (p<0,05) aos 28 dias de treinamento. O tempo de marcha entre o primeiro e o último teste foi superior em GB (p<0,05), sendo que ao final do período experimental, apenas GB atingiu tempo de marcha superior a 50 min. Na avaliação qualitativa do andamento, o uso da eletroestimulação durante o treinamento (GB) melhorou a qualidade de movimentação e estabilidade dos membros pélvicos. Na análise cinemática, o treinamento aumentou (p≤0,05) o comprimento da passada nos dois grupos experimentais e houve aumento do deslocamento vertical dos cascos torácico e redução do deslocamento vertical da nuca em GA. Concluiu-se que o uso da eletroestimulação de corpo inteiro associada ao treinamento de 42 dias melhorou o condicionamento físico e a qualidade de movimentação e estabilidade dos membros pélvicos de equinos MM.