Qualidade de vida e complicações decorrentes da colostomia úmida em dupla-boca como opção de desvios urinário e fecal simultâneos

• Autor(a) principal: Luciana Maria Pyramo Costa
• Data de Publicação: 2007
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7K8HVG
• topic: Qualidade de vida; Complicações; Exenteração pélvica; Derivação urinária; Colostomia úmida em dupla-boca; Exenteração pélvica/efeitos adversos; Neoplasias da bexiga/cirurgia; Derivação urinária/efeitos adversos; Derivação urinária/métodos; Resultado de tratamento; Qualidade de vida; Procedimentos cirúrgicos operatórios/tendências; Cirurgia; Colostomia/métodos; Neoplasias retais/cirurgia

A colostomia úmida em dupla-boca (CUDB) constitui uma opção para pacientes que necessitam de derivação urinária e fecal simultâneas. Apresenta as vantagens da ausência de anastomose enteroentérica e das duas derivações drenarem para um único estoma. Até o presente momento, são poucos os estudos, com pequenas séries publicadas. Os objetivos deste trabalho foram: identificar as complicações precoces e tardias comparando-as com as da literatura, avaliar a influência do volume residual do conduto urinário nas alterações metabólicas e renais, identificar as alterações macroscópicas do conduto urinário e do estoma e avaliar a qualidade de vida dos pacientes com CUDB comparando com o grupo-controle. Foram estudados 19 pacientessubmetidos às operações nos hospitais Governador Israel Pinheiro e Felício Rocho, em Belo Horizonte, Minas Gerais, no período entre fevereiro de 2001 e janeiro de 2007, por revisão de prontuários e avaliação dos pacientes vivos (n = 12). A qualidade de vida foi avaliada utilizando-se os questionários Medical Outcomes Study 36 Item Short Form Health Survey (SF-36) e European Organization of Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire (QLQ-C30). As taxas de mortalidade operatória e morbidade relacionadas diretamente à CUDB foram de zero e 36,8%, respectivamente. A fístula foi a complicação mais freqüente (15,7%), sendo necessária reoperação em dois pacientes. As complicações estenose da anastomose (5,2%), hidronefrose (5,2%) e pielonefrite (5,2%) foram tratadas clinicamente. A acidose metabólica hiperclorêmica ocorreu em um paciente (5,2%) com volume residual do conduto urinário de 60 mL. Nenhum apresentou complicação relacionada ao estoma e não houve alteração macroscópica na mucosa dos condutoss urinários. De acordo com os questionários QLQ-C30 e SF-36, os pacientes avaliados apresentaramboa qualidade de vida. Concluiu-se que: as complicações precoces e tardias são compatíveis com os dados da literatura; o volume urinário residual pequeno previne alterações metabólicas e renais; não houve alterações macroscópicas no conduto urinário e do estoma nos primeiros quatro anos; e a qualidade de vida dos pacientes pouco altera, na comparação com o grupo-controle.