Apresentação gráfica das referências e citações nos trabalhos científicos segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas: uma simples padronização formal ou herança de uma cultura androcêntrica?

• Autor(a) principal: Eduardo Godinho Pereira
• Data de Publicação: 2017
• Outros Autores: Adla Betsaida Martins Teixeira
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/59812; https://orcid.org/0000-0003-0248-0573; https://orcid.org/0000-0001-5400-470X
• topic: Normas Brasileiras; Referências; Citações; Identidade feminina; Normas técnicas -- Brasil; Referencias bibliográficas -- Normas; Citações brasileiras; Mulheres -- Identidade

Este artigo tem o propósito de trazer à discussão as padronizações previstas e apresentadas nas Normas Brasileiras (NBR´s) em especial aquelas que têm a finalidade de estabelecer normas para padronizar a apresentação e construção das referências de trabalhos científicos, sendo a NBR 6023/2002, que estabelece os elementos a serem incluídos em referências e a NBR 10520/2002, que especifica as características exigíveis para apresentação de citações em documentos. A discussão tem como foco a forma que se padronizou a apresentação das citações e referências nos textos científicos, sob uma perspectiva crítica, com vistas a discutir a forma como hoje são colocados nos textos os nomes das autoras femininas, sendo de fundamental importância que seja reconhecida explicitamente a identidade das autorAs nos textos acadêmicos. Esse reconhecimento vai de encontro ao costumeiro, ou seja, rompe com as ideias de uma sociedade que se apresenta com traços e resquícios de uma cultura de valorização protagonista do homem. Ao realizar a leitura de um texto, é importante que o leitor consiga identificar, de forma rápida, a identidade de quem o escreve, partindo, inicialmente, do nome com o qual a pessoa se apresenta, e não, unicamente, iniciando por um sobrenome, muitas vezes masculino, fazendo acreditar que o produtor da obra seja homem. Este artigo discute se as NBR's são regras de padronização formais ou resquícios da cultura de valorização masculina.