Paisagem, barbáries e jardins para utopias
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/46279 |
Resumo: | A violência, o terror e a barbárie deixam marcas na paisagem, categoria privilegiada que tem na percepção estética o instrumento de entendimento dos conflitos e ações das sociedades. tais marcas podem ser cicatrizes contundentes, resultado de acontecimentos espetaculares, ou pequenas fissuras sistemáticas e cotidianas que vão provocando rompimento da nossa experiência perceptiva, individual ou coletiva, danos estéticos que terminam por nos dessensibilizar e empobrecer. este ensaio discute como a arquitetura pode oferecer respostas às cicatrizes profundas abertas por atos violentos de matriz totalitária, examinandoo caso do World trade center – WTC, ou àquelas cingidas pelas barbáries cotidianas nas metrópoles contemporâneas. o trabalho inicia discutindo três momentos emblemáticos para o pensamento paisagístico ocidental, que tiveram o alto como origem, e cujas visões de sobrevôo nos levaram a operar rupturas e tomar decisões. o primeiro momento, a ascensão de Petrarca ao Ventoux, em 1336, instaura a paisagem como um campo de tensões, que a constitui ontologicamente, suba ou desça o homem montanhas. o segundo, quando a terra é vista, pelos olhos de Gagarin, pela primeira vez de fora, mostrou a fragilidade do planeta e a necessidade de articulações e ações internacionais coletivas para salvaguardá-lo o terceiro, quando duas aeronaves comandadas por terroristas atacaram as torres do WTC, inaugurando a nova forma de manifestação da barbárie da era da globalização, com a criação de um espetáculo de proporções catastróficas transmitido ao vivo para todo o planeta. detém-se o ensaio na discussão deste terceiro acontecimento, buscando o suporte teórico e crítico de ilósofos e intelectuais que se aprofundaram sobre o assunto, especialmente nos trabalhos de um grupo de filósofos franceses e brasileiros, coordenados por Jean-François Mattéi, do Institut Universitaire de France e Denis Rosenield, da UFRGS, e no trabalho de Slavoj Zizek. Segue o ensaio examinando o projeto de intervenção proposto para as ruínas do WTC, resultado de um competitivo concurso internacional, com base em informações documentais e pesquisas de campo realizadas no local do atentado por este autor em 2001, 2007 e 2014. A obra edificada utiliza a mais antiga das estratégias paisagísticas, o jardim, como reação ao desamparo provocado pelo espetacular acontecimento. A arquitetura paisagística ali instalada – não pretendeu o ensaio discutir as qualidades ou deficiências estilísticas, programáticas ou tecnológicas do projeto, mas a narrativa que utilizou, fundada nas próprias ruínas – tornou as lembranças do atentado permanentes e explícitas, sem escamotear a barbárie. tomando a reação proposta pelo projeto do WTC como contraponto, e em diálogo com Berleant, Serrão, Berque, Roger e Besse, o ensaio sinaliza discutindo os danos estéticos impostos a todos nós pela vida diária nas nossas metrópoles, para perguntar: a arquitetura tem reagido face às inúmeras e pequenas violências que diariamente empobrecem a nossa experiência estética? contra elas parecem insurgir poucas reações, talvez porque não se configurem como um espetáculo impactante, mas como movimentos dispersos, heterogêneos, contínuos e sistemáticos aos quais vamos nos acostumamos. |
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Segue o ensaio examinando o projeto de intervenção proposto para as ruínas do WTC, resultado de um competitivo concurso internacional, com base em informações documentais e pesquisas de campo realizadas no local do atentado por este autor em 2001, 2007 e 2014. A obra edificada utiliza a mais antiga das estratégias paisagísticas, o jardim, como reação ao desamparo provocado pelo espetacular acontecimento. A arquitetura paisagística ali instalada – não pretendeu o ensaio discutir as qualidades ou deficiências estilísticas, programáticas ou tecnológicas do projeto, mas a narrativa que utilizou, fundada nas próprias ruínas – tornou as lembranças do atentado permanentes e explícitas, sem escamotear a barbárie. tomando a reação proposta pelo projeto do WTC como contraponto, e em diálogo com Berleant, Serrão, Berque, Roger e Besse, o ensaio sinaliza discutindo os danos estéticos impostos a todos nós pela vida diária nas nossas metrópoles, para perguntar: a arquitetura tem reagido face às inúmeras e pequenas violências que diariamente empobrecem a nossa experiência estética? contra elas parecem insurgir poucas reações, talvez porque não se configurem como um espetáculo impactante, mas como movimentos dispersos, heterogêneos, contínuos e sistemáticos aos quais vamos nos acostumamos.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilARQ - ESCOLA DE ARQUITETURAColóquio Internacional Imaginário: construir e habitar a terra (ICHT)ArquiteturaFilosofiaArquitetura e UrbanismoPaisagemUtopiaPaisagem, barbáries e jardins para utopiasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectAltamiro Sergio Mol Bessaapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46279/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALPaisagens, barbáries e jardins para utopias.pdfPaisagens, barbáries e jardins para utopias.pdfapplication/pdf397401https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46279/2/Paisagens%2c%20barb%c3%a1ries%20e%20jardins%20para%20utopias.pdf1171d282b3375b0d1521cf51233320bfMD521843/462792022-10-17 17:45:51.819oai:repositorio.ufmg.br:1843/46279TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-10-17T20:45:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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