Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leonardo Carvalho da Paixao
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7K7GB5
Resumo: A cardiopatia chagásica parece estar associada a eventos cerebrovasculares. Nós buscamos avaliar a prevalência de doença de Chagas em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), investigando se a sorologia positiva de tripanossomíase americana correlaciona-se com maior incidência de eventos cerebrovasculares.Realizou-se um estudo do tipo caso-controle com 101 pacientes admitidos consecutivamente em um serviço de urgência com diagnóstico de AVC, comparado com 100 pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). Todos os pacientes realizaram sorologia para doença de Chagas, sendo o diagnóstico confirmado com a positividade concomitante aos testes de imunofluorescência e hemoaglutinação. Osdados coletados incluíram idade, sexo, fatores de risco cardiocerebrovasculares, classificação do AVC (classificações de TOAST e Bamford), estudos eletrocardiográficos e, quando disponíveis, achados ecocardiográficos. Idade mais elevada (p=0,006), sexo feminino (p=0,011), pressão arterial sistólica elevada (p=0,001), pressão arterial diastólica elevada (p=0,034), história de AVC/AIT prévios (p <0,001), fibrilação atrial (p=0,005), outras arritmias (p=0,05) e sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,002) foram mais freqüentes em pacientes com AVC do que em pacientes com SCA. Após analise multivariada, história de AVC/AIT prévios (p <0,001, OR 6,982 [IC 95% 2,993 to 16,291]), fibrilação atrial (p=0,005, OR 4,518 [IC 95% 1,454 to 14,039]) e sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,013, OR 7,171 [C 95% 1,504 to 34,189]) mostraram-se independentemente associados a eventos cerebrovasculares. Sessenta e quatro por cento dos AVC chagásicos foram classificados como cardioembólicos, contra 29% dos AVC não chagásicos (p=0,009, OR de 4,464 [IC 95% 1,361 -14,640). Concluiu-se que a doença de Chagas é um fator de riscoindependente para AVC isquêmico, possivelmente por mecanismo cardioembólicos.
id UFMG_2aa247186c3634c80bf48bcfe05e59d4
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7K7GB5
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Antonio Lucio Teixeira JuniorAntonio Luiz Pinho RibeiroManoel Otavio da Costa RochaMaria do Carmo Pereira NunesHenrique Neves da Silva BittencourtLeonardo Carvalho da Paixao2019-08-10T05:21:37Z2019-08-10T05:21:37Z2007-12-18http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7K7GB5A cardiopatia chagásica parece estar associada a eventos cerebrovasculares. Nós buscamos avaliar a prevalência de doença de Chagas em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), investigando se a sorologia positiva de tripanossomíase americana correlaciona-se com maior incidência de eventos cerebrovasculares.Realizou-se um estudo do tipo caso-controle com 101 pacientes admitidos consecutivamente em um serviço de urgência com diagnóstico de AVC, comparado com 100 pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). Todos os pacientes realizaram sorologia para doença de Chagas, sendo o diagnóstico confirmado com a positividade concomitante aos testes de imunofluorescência e hemoaglutinação. Osdados coletados incluíram idade, sexo, fatores de risco cardiocerebrovasculares, classificação do AVC (classificações de TOAST e Bamford), estudos eletrocardiográficos e, quando disponíveis, achados ecocardiográficos. Idade mais elevada (p=0,006), sexo feminino (p=0,011), pressão arterial sistólica elevada (p=0,001), pressão arterial diastólica elevada (p=0,034), história de AVC/AIT prévios (p <0,001), fibrilação atrial (p=0,005), outras arritmias (p=0,05) e sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,002) foram mais freqüentes em pacientes com AVC do que em pacientes com SCA. Após analise multivariada, história de AVC/AIT prévios (p <0,001, OR 6,982 [IC 95% 2,993 to 16,291]), fibrilação atrial (p=0,005, OR 4,518 [IC 95% 1,454 to 14,039]) e sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,013, OR 7,171 [C 95% 1,504 to 34,189]) mostraram-se independentemente associados a eventos cerebrovasculares. Sessenta e quatro por cento dos AVC chagásicos foram classificados como cardioembólicos, contra 29% dos AVC não chagásicos (p=0,009, OR de 4,464 [IC 95% 1,361 -14,640). Concluiu-se que a doença de Chagas é um fator de riscoindependente para AVC isquêmico, possivelmente por mecanismo cardioembólicos.Chagasic cardiomyopathy seems to be associated with cerebrovascular events. We sought to evaluate Chagass disease (CD) prevalence among patients admitted with ischemic stroke, investigating if positive serology for CD is really an independent risk factor this condition. We did a case-control study with 101 consecutive stroke patientsand 100 consecutive acute coronary syndrome (ACS) admitted in an emergence hospital. All patients have been screened for CD serology, confirmed when both immunofluorescence and hemagglutination tests were positive. Data collected included age, sex, cardiocerebrovascular risk factors, diagnostic stroke subtype (TOAST and Bamford classifications), electrocardiogram studies and, whenever possible,echocardiography findings. Age (p=0.006), female gender (p=0.011), systolic blood pressure (p=0.001), diastolic blood pressure (p=0.034), stroke/TIA history (p <0.001), atrial fibrillation (p=0.005), others arrhythmias (p=0.05) and CD positive serology (p=0.002) were more frequent among stroke patients than ACS patients. After multivariate analysis, stroke/TIA history (p <0,001, OR 6,982 [IC 95% .2.993 to 16.291]), atrial fibrillation (p=0.005, OR 4,518 [IC 95% 1.454 to 14.039]) and CD positive serology (p=0.013, OR 7.171 [C 95% 1.504 to 34.189]) remained independently associated with stroke. Sixty four percent of the CD stroke patients were classified as cardioembolic (TOAST) against 29% of the non-CD patients (p=0.009, OR de 4,464 [IC 95% 1.361 -14.640]). We conclude that CD is an independent risk factor for ischemic stroke probably by cardioembolic mechanisms.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMedicina TropicalAcidente cerebrovascularPrevalênciaFatores de riscoDoença de ChagasEventosSíndrome coronariana agudaTripanossomíase americanaPrevalênciaFatores de riscoDoença de ChagasAcidente Vascular CerebralCerebrovascularesDoença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALleonardo_carvalho_da_paix_o.pdfapplication/pdf499610https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7K7GB5/1/leonardo_carvalho_da_paix_o.pdfa896693aa25109c632f62e062267dc49MD51TEXTleonardo_carvalho_da_paix_o.pdf.txtleonardo_carvalho_da_paix_o.pdf.txtExtracted texttext/plain119902https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7K7GB5/2/leonardo_carvalho_da_paix_o.pdf.txt014c725f843b8671bd8bb9f3e0f207caMD521843/ECJS-7K7GB52019-11-14 04:10:31.264oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7K7GB5Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:10:31Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
title Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
spellingShingle Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
Leonardo Carvalho da Paixao
Eventos
Síndrome coronariana aguda
Tripanossomíase americana
Prevalência
Fatores de risco
Doença de Chagas
Acidente Vascular Cerebral
Cerebrovasculares
Medicina Tropical
Acidente cerebrovascular
Prevalência
Fatores de risco
Doença de Chagas
title_short Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
title_full Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
title_fullStr Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
title_full_unstemmed Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
title_sort Doença de Chagas: um fator de risco independente para acidente vascular cerebral isquêmico
author Leonardo Carvalho da Paixao
author_facet Leonardo Carvalho da Paixao
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Antonio Lucio Teixeira Junior
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Antonio Luiz Pinho Ribeiro
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Manoel Otavio da Costa Rocha
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Maria do Carmo Pereira Nunes
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Henrique Neves da Silva Bittencourt
dc.contributor.author.fl_str_mv Leonardo Carvalho da Paixao
contributor_str_mv Antonio Lucio Teixeira Junior
Antonio Luiz Pinho Ribeiro
Manoel Otavio da Costa Rocha
Maria do Carmo Pereira Nunes
Henrique Neves da Silva Bittencourt
dc.subject.por.fl_str_mv Eventos
Síndrome coronariana aguda
Tripanossomíase americana
Prevalência
Fatores de risco
Doença de Chagas
Acidente Vascular Cerebral
Cerebrovasculares
topic Eventos
Síndrome coronariana aguda
Tripanossomíase americana
Prevalência
Fatores de risco
Doença de Chagas
Acidente Vascular Cerebral
Cerebrovasculares
Medicina Tropical
Acidente cerebrovascular
Prevalência
Fatores de risco
Doença de Chagas
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Medicina Tropical
Acidente cerebrovascular
Prevalência
Fatores de risco
Doença de Chagas
description A cardiopatia chagásica parece estar associada a eventos cerebrovasculares. Nós buscamos avaliar a prevalência de doença de Chagas em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), investigando se a sorologia positiva de tripanossomíase americana correlaciona-se com maior incidência de eventos cerebrovasculares.Realizou-se um estudo do tipo caso-controle com 101 pacientes admitidos consecutivamente em um serviço de urgência com diagnóstico de AVC, comparado com 100 pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). Todos os pacientes realizaram sorologia para doença de Chagas, sendo o diagnóstico confirmado com a positividade concomitante aos testes de imunofluorescência e hemoaglutinação. Osdados coletados incluíram idade, sexo, fatores de risco cardiocerebrovasculares, classificação do AVC (classificações de TOAST e Bamford), estudos eletrocardiográficos e, quando disponíveis, achados ecocardiográficos. Idade mais elevada (p=0,006), sexo feminino (p=0,011), pressão arterial sistólica elevada (p=0,001), pressão arterial diastólica elevada (p=0,034), história de AVC/AIT prévios (p <0,001), fibrilação atrial (p=0,005), outras arritmias (p=0,05) e sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,002) foram mais freqüentes em pacientes com AVC do que em pacientes com SCA. Após analise multivariada, história de AVC/AIT prévios (p <0,001, OR 6,982 [IC 95% 2,993 to 16,291]), fibrilação atrial (p=0,005, OR 4,518 [IC 95% 1,454 to 14,039]) e sorologia positiva para doença de Chagas (p=0,013, OR 7,171 [C 95% 1,504 to 34,189]) mostraram-se independentemente associados a eventos cerebrovasculares. Sessenta e quatro por cento dos AVC chagásicos foram classificados como cardioembólicos, contra 29% dos AVC não chagásicos (p=0,009, OR de 4,464 [IC 95% 1,361 -14,640). Concluiu-se que a doença de Chagas é um fator de riscoindependente para AVC isquêmico, possivelmente por mecanismo cardioembólicos.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007-12-18
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T05:21:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T05:21:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7K7GB5
url http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7K7GB5
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7K7GB5/1/leonardo_carvalho_da_paix_o.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7K7GB5/2/leonardo_carvalho_da_paix_o.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a896693aa25109c632f62e062267dc49
014c725f843b8671bd8bb9f3e0f207ca
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589512866037760