Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luna Esmeraldo Gama Lyra
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/44467
Resumo: Diz o chavão que ‘lugar de mulher é na cozinha’, subentendendo-se o cozinhar como atividade privada e isolada. Entretanto, espaços de cozinhar coletivos e públicos foram e são comumente construídos e mantidos por movimentos sociais e vários outros grupos, realizando papel importante para a segurança alimentar e a organização comunitária. Outra expressão infame e racista, ‘fulana tem um pé na cozinha’, é comumente usada para imputar a alguém a condição de servidão, em alusão ao trabalho doméstico realizado por mulheres negras durante o regime escravocrata. Referências às cozinhas como um lugar menor ocultam as origens desses espaços de resistência, que remontam a práticas de povos indígenas e africanos, ainda do período colonial. A pesquisa apresentada nesta tese procura reconstituir tais origens e mobilizar a potência dos espaços de cozinhar coletivos na articulação política e afetiva de mulheres, em contraposição à produção sócio-espacial tipicamente capitalista, colonial e patriarcal. Assim, o estudo compreende dois eixos metodológicos: a análise de processos históricos de transformação dos modos de cozinhar e de seus espaços no Brasil; e a análise de narrativas de mulheres que hoje mantêm cozinhas coletivas em duas ocupações urbanas e um território indígena, localizadas respectivamente em Belo Horizonte-MG, Rio de Janeiro-RJ e São João das Missões-MG. Os dados históricos e atuais evidenciam que modos não coloniais e não brancos de apropriação e vivência do espaço têm sido sistematicamente cerceados por normas ditas sanitárias ou higienistas, mas que de fato são sexistas e racistas. Ao mesmo tempo, tais dados permitem concluir que o trabalho de cuidado coletivizado e os espaços relativamente seguros que ele tende a produzir são potentes instrumentos na auto-organização de mulheres, sobretudo quando estão em situações de vulnerabilidade.
id UFMG_2bfab8f659faa90e32ea79f10bb23cba
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/44467
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Silke Kapphttp://lattes.cnpq.br/2978010340044417Sibelle Cornélio Diniz da CostaGabriela Leandro PereiraRossana Brandão TavaresDiana Helene RamosMariana de Moura Cruzhttp://lattes.cnpq.br/2794005721592519Luna Esmeraldo Gama Lyra2022-08-22T20:22:47Z2022-08-22T20:22:47Z2021-10-27http://hdl.handle.net/1843/444670000-0002-1510-1459Diz o chavão que ‘lugar de mulher é na cozinha’, subentendendo-se o cozinhar como atividade privada e isolada. Entretanto, espaços de cozinhar coletivos e públicos foram e são comumente construídos e mantidos por movimentos sociais e vários outros grupos, realizando papel importante para a segurança alimentar e a organização comunitária. Outra expressão infame e racista, ‘fulana tem um pé na cozinha’, é comumente usada para imputar a alguém a condição de servidão, em alusão ao trabalho doméstico realizado por mulheres negras durante o regime escravocrata. Referências às cozinhas como um lugar menor ocultam as origens desses espaços de resistência, que remontam a práticas de povos indígenas e africanos, ainda do período colonial. A pesquisa apresentada nesta tese procura reconstituir tais origens e mobilizar a potência dos espaços de cozinhar coletivos na articulação política e afetiva de mulheres, em contraposição à produção sócio-espacial tipicamente capitalista, colonial e patriarcal. Assim, o estudo compreende dois eixos metodológicos: a análise de processos históricos de transformação dos modos de cozinhar e de seus espaços no Brasil; e a análise de narrativas de mulheres que hoje mantêm cozinhas coletivas em duas ocupações urbanas e um território indígena, localizadas respectivamente em Belo Horizonte-MG, Rio de Janeiro-RJ e São João das Missões-MG. Os dados históricos e atuais evidenciam que modos não coloniais e não brancos de apropriação e vivência do espaço têm sido sistematicamente cerceados por normas ditas sanitárias ou higienistas, mas que de fato são sexistas e racistas. Ao mesmo tempo, tais dados permitem concluir que o trabalho de cuidado coletivizado e os espaços relativamente seguros que ele tende a produzir são potentes instrumentos na auto-organização de mulheres, sobretudo quando estão em situações de vulnerabilidade.The cliché says that "a woman's place is in the kitchen", implying cooking as a private and isolated activity. However, collective and public cooking spaces were and are commonly built and maintained by social movements and various other groups, playing an essential role in food security and community organization. Another infamous and racist expression, "Jane has a foot in the kitchen", is commonly used to impute to someone the condition of servitude, alluding to the domestic work performed by black women during the slavery regime. References to kitchens as a lesser place hide the origins of these spaces of resistance, which date back to the practices of indigenous and African peoples, during the colonial period. The research presented in this dissertation seeks to reconstitute such origins and mobilize the power of collective cooking spaces in the political and affective articulation of women, in contrast to the typically capitalist, colonial, and patriarchal socio-spatial production. Thus, the study comprises two methodological axes: the analysis of historical processes of transformation of the ways of cooking and its spaces in Brazil; and the analysis of narratives of women who today maintain collective kitchens in two urban occupations and an indigenous territory, located respectively in Belo Horizonte-MG, Rio de Janeiro-RJ, and São João das Missões-MG. Historical and current data show that non-colonial and non-white ways of appropriating and experiencing space have been systematically restricted by so-called sanitary or hygienist norms, which are, in fact, sexist and racist. At the same time, such data allow us to conclude that the collectivized care work and the relatively safe spaces that it tends to produce are powerful instruments in the self-organization of women, especially when they are in situations of great vulnerability.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Arquitetura e UrbanismoUFMGBrasilARQ - ESCOLA DE ARQUITETURAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessCozinhas – Usos e costumesMulheres – Vidas e costumes sociaisFeminismoEspaço (Arquitetura) – Aspectos sociaisEspaços de cozinharMulheresFeminismo decolonialProdução do espaçoEspaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALEspaços de cozinhar-LunaLyra-2021-Biblioteca.pdfEspaços de cozinhar-LunaLyra-2021-Biblioteca.pdfTese - Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidadoapplication/pdf40074508https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44467/6/Espac%cc%a7os%20de%20cozinhar-LunaLyra-2021-Biblioteca.pdf14f96d5fe008b13c27253e24457b353bMD56LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44467/7/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD57CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44467/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD521843/444672022-08-22 17:22:48.552oai:repositorio.ufmg.br:1843/44467TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-08-22T20:22:48Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
title Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
spellingShingle Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
Luna Esmeraldo Gama Lyra
Espaços de cozinhar
Mulheres
Feminismo decolonial
Produção do espaço
Cozinhas – Usos e costumes
Mulheres – Vidas e costumes sociais
Feminismo
Espaço (Arquitetura) – Aspectos sociais
title_short Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
title_full Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
title_fullStr Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
title_full_unstemmed Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
title_sort Espaços de cozinhar: mulheres, colonialidade e resistências coletivas a partir do trabalho de cuidado
author Luna Esmeraldo Gama Lyra
author_facet Luna Esmeraldo Gama Lyra
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Silke Kapp
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2978010340044417
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Sibelle Cornélio Diniz da Costa
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Gabriela Leandro Pereira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Rossana Brandão Tavares
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Diana Helene Ramos
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Mariana de Moura Cruz
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2794005721592519
dc.contributor.author.fl_str_mv Luna Esmeraldo Gama Lyra
contributor_str_mv Silke Kapp
Sibelle Cornélio Diniz da Costa
Gabriela Leandro Pereira
Rossana Brandão Tavares
Diana Helene Ramos
Mariana de Moura Cruz
dc.subject.por.fl_str_mv Espaços de cozinhar
Mulheres
Feminismo decolonial
Produção do espaço
topic Espaços de cozinhar
Mulheres
Feminismo decolonial
Produção do espaço
Cozinhas – Usos e costumes
Mulheres – Vidas e costumes sociais
Feminismo
Espaço (Arquitetura) – Aspectos sociais
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Cozinhas – Usos e costumes
Mulheres – Vidas e costumes sociais
Feminismo
Espaço (Arquitetura) – Aspectos sociais
description Diz o chavão que ‘lugar de mulher é na cozinha’, subentendendo-se o cozinhar como atividade privada e isolada. Entretanto, espaços de cozinhar coletivos e públicos foram e são comumente construídos e mantidos por movimentos sociais e vários outros grupos, realizando papel importante para a segurança alimentar e a organização comunitária. Outra expressão infame e racista, ‘fulana tem um pé na cozinha’, é comumente usada para imputar a alguém a condição de servidão, em alusão ao trabalho doméstico realizado por mulheres negras durante o regime escravocrata. Referências às cozinhas como um lugar menor ocultam as origens desses espaços de resistência, que remontam a práticas de povos indígenas e africanos, ainda do período colonial. A pesquisa apresentada nesta tese procura reconstituir tais origens e mobilizar a potência dos espaços de cozinhar coletivos na articulação política e afetiva de mulheres, em contraposição à produção sócio-espacial tipicamente capitalista, colonial e patriarcal. Assim, o estudo compreende dois eixos metodológicos: a análise de processos históricos de transformação dos modos de cozinhar e de seus espaços no Brasil; e a análise de narrativas de mulheres que hoje mantêm cozinhas coletivas em duas ocupações urbanas e um território indígena, localizadas respectivamente em Belo Horizonte-MG, Rio de Janeiro-RJ e São João das Missões-MG. Os dados históricos e atuais evidenciam que modos não coloniais e não brancos de apropriação e vivência do espaço têm sido sistematicamente cerceados por normas ditas sanitárias ou higienistas, mas que de fato são sexistas e racistas. Ao mesmo tempo, tais dados permitem concluir que o trabalho de cuidado coletivizado e os espaços relativamente seguros que ele tende a produzir são potentes instrumentos na auto-organização de mulheres, sobretudo quando estão em situações de vulnerabilidade.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-10-27
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-08-22T20:22:47Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-08-22T20:22:47Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/44467
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv 0000-0002-1510-1459
url http://hdl.handle.net/1843/44467
identifier_str_mv 0000-0002-1510-1459
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv ARQ - ESCOLA DE ARQUITETURA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44467/6/Espac%cc%a7os%20de%20cozinhar-LunaLyra-2021-Biblioteca.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44467/7/license.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44467/2/license_rdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 14f96d5fe008b13c27253e24457b353b
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589416840593408