O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Natália Moreira Tosatti
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36528
https://orcid.org/0000-0002-6959-982X
Resumo: Este estudo, inscrito na área da Linguística Aplicada, analisa o desempenho de examinandos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), na edição de 2018 do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Nossas discussões e análises basearam-se em reflexões no campo dos estudos de políticas linguísticas (Cf. SPOLSKY, 1998, 2004; SHOHAMY, 2006; DINIZ, 2010; 2012; RIBEIRO DA SILVA, 2011, 2013) e de avaliação (MESSICK, 1996; McNAMARA, 2000; SCHOFFEN, 2009; SCARAMUCCI, 2004, 2009, 2016). Também nos pautamos por problematizações sobre o conceito de lusofonia presentes, principalmente, em Faraco (2012, 2013); Ponso (2019) e Mariani (2004). O Celpe-Bras é um instrumento de política linguística (DINIZ, 2009) com importante papel no processo de difusão e promoção da língua portuguesa como língua adicional, tanto no Brasil, quanto no exterior. A certificação conferida pelo exame é hoje, entre outras abrangências, uma exigência para a participação no Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), estabelecido entre o Brasil e países em desenvolvimento. Até 2012, o Exame não era exigido a estudantes de PALOP, que compõem cerca de 60% dos participantes do programa em questão, segundo informações disponíveis na página do Ministério de Relações Exteriores. Porém, a partir da publicação do Decreto Nº 7.948, de 12 de março de 2013 (BRASIL, 2013), a exigência do exame se estendeu a todos os estudantes estrangeiros, sem exceção. Dados cedidos pelo INEP para a composição do corpus desta pesquisa ‒ referentes a 106 participantes oriundos de PALOP – apontaram que 61,3% dos examinandos demonstraram proficiência na Parte Oral do exame. Por outro lado, na Parte Escrita, o desempenho foi significativamente inferior: 28,3% não foram certificados; 26,4% alcançaram nível Intermediário, certificação mínima atribuída pelo exame; 28,3% alcançaram nível Intermediário Superior; 15,1% ficaram no nível Avançado e 1,9%, no Avançado Superior. Com base na análise das produções escritas desses examinandos e considerando o construto que rege o exame, dedicamo-nos, neste estudo, a buscar elementos que nos levassem a compreender esse desempenho. Nas análises de nosso corpus, foram raras as inadequações lexicais, morfológicas ou sintáticas que comprometessem a leitura ou o entendimento dos textos produzidos. Também foram raros os equívocos de compreensão relativos aos textos-base de cada tarefa, que devem ser mobilizados nas produções dos examinandos. Concluímos que as principais razões que prejudicaram o desempenho desses examinandos estão associadas à dificuldade que eles apresentaram em estruturar adequadamente os gêneros discursivos solicitados em algumas tarefas, principalmente no que envolve a construção da interlocução. O resultado dessas análises nos permite, por meio de dados empíricos, questionar a política que exige de estudantes de PALOP a comprovação de proficiência por meio de um exame de português como língua adicional. Tal exigência parece indicar que o Estado brasileiro não legitima a língua portuguesa desses estudantes e desconsidera o fato de eles terem sido escolarizados em língua portuguesa. Essa postura se apresenta incongruente com as ideias de elo linguístico e cooperação subjacentes à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Uma vez diagnosticado que há, por parte desses estudantes de PALOP, candidatos ao PEC-G, necessidades relacionadas à produção de determinados gêneros discursivos, entendemos que a implementação de cursos que contribuam para a prática e vivência nesses gêneros seria mais relevante e adequada que a exigência de um exame.
id UFMG_2c03f5e3ed0bb66b126795f2bdeebd93
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/36528
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Leandro Rodrigues Alves Dinizhttp://lattes.cnpq.br/6131363509796975Juliana Roquele SchoffenMatilde Virgínia Ricardi ScaramucciMárcia Elenita França NiederauerPaulo Vítor Feytor Pinto Sampaio de Fariahttp://lattes.cnpq.br/7001126143546699Natália Moreira Tosatti2021-06-21T20:49:26Z2021-06-21T20:49:26Z2021-03-30http://hdl.handle.net/1843/36528https://orcid.org/0000-0002-6959-982XEste estudo, inscrito na área da Linguística Aplicada, analisa o desempenho de examinandos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), na edição de 2018 do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Nossas discussões e análises basearam-se em reflexões no campo dos estudos de políticas linguísticas (Cf. SPOLSKY, 1998, 2004; SHOHAMY, 2006; DINIZ, 2010; 2012; RIBEIRO DA SILVA, 2011, 2013) e de avaliação (MESSICK, 1996; McNAMARA, 2000; SCHOFFEN, 2009; SCARAMUCCI, 2004, 2009, 2016). Também nos pautamos por problematizações sobre o conceito de lusofonia presentes, principalmente, em Faraco (2012, 2013); Ponso (2019) e Mariani (2004). O Celpe-Bras é um instrumento de política linguística (DINIZ, 2009) com importante papel no processo de difusão e promoção da língua portuguesa como língua adicional, tanto no Brasil, quanto no exterior. A certificação conferida pelo exame é hoje, entre outras abrangências, uma exigência para a participação no Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), estabelecido entre o Brasil e países em desenvolvimento. Até 2012, o Exame não era exigido a estudantes de PALOP, que compõem cerca de 60% dos participantes do programa em questão, segundo informações disponíveis na página do Ministério de Relações Exteriores. Porém, a partir da publicação do Decreto Nº 7.948, de 12 de março de 2013 (BRASIL, 2013), a exigência do exame se estendeu a todos os estudantes estrangeiros, sem exceção. Dados cedidos pelo INEP para a composição do corpus desta pesquisa ‒ referentes a 106 participantes oriundos de PALOP – apontaram que 61,3% dos examinandos demonstraram proficiência na Parte Oral do exame. Por outro lado, na Parte Escrita, o desempenho foi significativamente inferior: 28,3% não foram certificados; 26,4% alcançaram nível Intermediário, certificação mínima atribuída pelo exame; 28,3% alcançaram nível Intermediário Superior; 15,1% ficaram no nível Avançado e 1,9%, no Avançado Superior. Com base na análise das produções escritas desses examinandos e considerando o construto que rege o exame, dedicamo-nos, neste estudo, a buscar elementos que nos levassem a compreender esse desempenho. Nas análises de nosso corpus, foram raras as inadequações lexicais, morfológicas ou sintáticas que comprometessem a leitura ou o entendimento dos textos produzidos. Também foram raros os equívocos de compreensão relativos aos textos-base de cada tarefa, que devem ser mobilizados nas produções dos examinandos. Concluímos que as principais razões que prejudicaram o desempenho desses examinandos estão associadas à dificuldade que eles apresentaram em estruturar adequadamente os gêneros discursivos solicitados em algumas tarefas, principalmente no que envolve a construção da interlocução. O resultado dessas análises nos permite, por meio de dados empíricos, questionar a política que exige de estudantes de PALOP a comprovação de proficiência por meio de um exame de português como língua adicional. Tal exigência parece indicar que o Estado brasileiro não legitima a língua portuguesa desses estudantes e desconsidera o fato de eles terem sido escolarizados em língua portuguesa. Essa postura se apresenta incongruente com as ideias de elo linguístico e cooperação subjacentes à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Uma vez diagnosticado que há, por parte desses estudantes de PALOP, candidatos ao PEC-G, necessidades relacionadas à produção de determinados gêneros discursivos, entendemos que a implementação de cursos que contribuam para a prática e vivência nesses gêneros seria mais relevante e adequada que a exigência de um exame.This thesis, located within the field of Applied Linguistics, presents the results of a research aimed at analyzing the performance of candidates from African Countries of Portuguese Official Language (PALOP) taking the 2018 edition of the Certificate of Proficiency in Portuguese for Foreigners (Celpe-Bras) developed by the National Institute of Educational Studies and Researches Anísio Teixeira (INEP). Our investigation was based on reflections on language policy (Cf. SPOLSKY, 1998, 2004; SHOHAMY, 2006; DINIZ, 2010; 2012; RIBEIRO DA SILVA, 2011, 2013) and assessment (MESSICK, 1996, McNAMARA, 2000; SCHOFFEN, 2009; SCARAMUCCI, 2004, 2009, 2016). We were also guided by problematizations of the concept of lusophony (FARACO, 2012, 2013; MARIANI, 2004; PONSO, 2009). Celpe-Bras is an instrument of linguistic policy (DINIZ, 2009), participating in the process of disseminating and promoting Portuguese as an additional language, both in Brazil and abroad. The certification conferred by the Exam is today a requirement for participation in a federal academic cooperation program: Program for Undergraduate Student (PEC-G), established between Brazil and developing countries. Until 2012 the exam was not required for students from PALOP, who account for about 60% of participants in the program in question. However, since the publication of the Decree No. 7,948, March 12, 2013 (BRASIL, 2013), the Exam requirement was extended to all foreign students, without exception. Data provided by INEP for this research – regarding 106 participants from PALOP - pointed out that 61.3% of the examinees demonstrated proficiency in the Oral Part of the exam. On the other hand, in the Written Part, the performance was significantly lower: 28.3% were not certified; 26.4% reached Intermediate level, minimum certification given by the exam; 28.3% reached Upper Intermediate level; 15.1% were in the Advanced level and 1.9% in the Superior Advanced. Based on the analysis of the written productions of these examinees and considering the construct that governs the exam, we have sought evidence that could lead us to understand this performance. In the analysis of our corpus, lexical, morphological or syntactic inadequacies that could have compromised the reading and understanding of the texts produced by the candidates were rare. There were also rare misunderstandings regarding the essay questions of each task, which must be mobilized in the examinees' productions. We found that the main reasons that interfered in the performance of these participants are associated with the structuring of the discursive genres requested in some of the tasks, mainly in what involves the proper construction of the interaction. The result of these analyses thus allows us, through empirical data, to question the mandatory proof of proficiency in Portuguese through Celpe-Bras for participants from PALOP. Such a requirement seems to indicate that the knowledge of these students regarding the use of the Portuguese language is devalued based on a conception of language and proficiency supported by an official Brazilian position. This may lead us to infer that the Brazilian State do not legitimize the candidates’ Portuguese language nor their education in this language. Such stance comes against the ideas relating the linguistic partnership and cooperation underlying the Community of Portuguese Speaking Countries (CPLP). In view of the need faced by PALOP students applying for PEC-G regarding the production of certain discursive genres, we understand that the implementation of courses that contribute to the certain discursive genres and academic literacy of these students would be far more relevant and appropriate than any required exam.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLíngua portuguesa – Estudo e ensino – Falantes estrangeirosLíngua inglesa – Exames, questões, etc.Aquisição de segunda linguagemPolítica linguísticaCertificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras)Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)LusofoniaPolíticas LinguísticasLetramentosO desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)The performance of students from African Countries of Portuguese Official Language in the Certificate of Proficiency in Portuguese for Foreigners (Celpe-Bras)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_Natália Tosatti_VERSÃO DEFINITIVApdf.pdfTESE_Natália Tosatti_VERSÃO DEFINITIVApdf.pdfapplication/pdf5752263https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36528/1/TESE_Nat%c3%a1lia%20Tosatti_VERS%c3%83O%20DEFINITIVApdf.pdfc8b4bcc39c3ffaa062336e4a678ca32dMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36528/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/365282021-06-21 17:49:27.393oai:repositorio.ufmg.br:1843/36528TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-06-21T20:49:27Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The performance of students from African Countries of Portuguese Official Language in the Certificate of Proficiency in Portuguese for Foreigners (Celpe-Bras)
title O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
spellingShingle O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
Natália Moreira Tosatti
Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras)
Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
Lusofonia
Políticas Linguísticas
Letramentos
Língua portuguesa – Estudo e ensino – Falantes estrangeiros
Língua inglesa – Exames, questões, etc.
Aquisição de segunda linguagem
Política linguística
title_short O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
title_full O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
title_fullStr O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
title_full_unstemmed O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
title_sort O desempenho de estudantes de países africanos de língua oficial portuguesa no certificado de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras)
author Natália Moreira Tosatti
author_facet Natália Moreira Tosatti
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Leandro Rodrigues Alves Diniz
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6131363509796975
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Juliana Roquele Schoffen
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Matilde Virgínia Ricardi Scaramucci
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Márcia Elenita França Niederauer
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Paulo Vítor Feytor Pinto Sampaio de Faria
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7001126143546699
dc.contributor.author.fl_str_mv Natália Moreira Tosatti
contributor_str_mv Leandro Rodrigues Alves Diniz
Juliana Roquele Schoffen
Matilde Virgínia Ricardi Scaramucci
Márcia Elenita França Niederauer
Paulo Vítor Feytor Pinto Sampaio de Faria
dc.subject.por.fl_str_mv Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras)
Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
Lusofonia
Políticas Linguísticas
Letramentos
topic Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras)
Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
Lusofonia
Políticas Linguísticas
Letramentos
Língua portuguesa – Estudo e ensino – Falantes estrangeiros
Língua inglesa – Exames, questões, etc.
Aquisição de segunda linguagem
Política linguística
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Língua portuguesa – Estudo e ensino – Falantes estrangeiros
Língua inglesa – Exames, questões, etc.
Aquisição de segunda linguagem
Política linguística
description Este estudo, inscrito na área da Linguística Aplicada, analisa o desempenho de examinandos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), na edição de 2018 do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Nossas discussões e análises basearam-se em reflexões no campo dos estudos de políticas linguísticas (Cf. SPOLSKY, 1998, 2004; SHOHAMY, 2006; DINIZ, 2010; 2012; RIBEIRO DA SILVA, 2011, 2013) e de avaliação (MESSICK, 1996; McNAMARA, 2000; SCHOFFEN, 2009; SCARAMUCCI, 2004, 2009, 2016). Também nos pautamos por problematizações sobre o conceito de lusofonia presentes, principalmente, em Faraco (2012, 2013); Ponso (2019) e Mariani (2004). O Celpe-Bras é um instrumento de política linguística (DINIZ, 2009) com importante papel no processo de difusão e promoção da língua portuguesa como língua adicional, tanto no Brasil, quanto no exterior. A certificação conferida pelo exame é hoje, entre outras abrangências, uma exigência para a participação no Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), estabelecido entre o Brasil e países em desenvolvimento. Até 2012, o Exame não era exigido a estudantes de PALOP, que compõem cerca de 60% dos participantes do programa em questão, segundo informações disponíveis na página do Ministério de Relações Exteriores. Porém, a partir da publicação do Decreto Nº 7.948, de 12 de março de 2013 (BRASIL, 2013), a exigência do exame se estendeu a todos os estudantes estrangeiros, sem exceção. Dados cedidos pelo INEP para a composição do corpus desta pesquisa ‒ referentes a 106 participantes oriundos de PALOP – apontaram que 61,3% dos examinandos demonstraram proficiência na Parte Oral do exame. Por outro lado, na Parte Escrita, o desempenho foi significativamente inferior: 28,3% não foram certificados; 26,4% alcançaram nível Intermediário, certificação mínima atribuída pelo exame; 28,3% alcançaram nível Intermediário Superior; 15,1% ficaram no nível Avançado e 1,9%, no Avançado Superior. Com base na análise das produções escritas desses examinandos e considerando o construto que rege o exame, dedicamo-nos, neste estudo, a buscar elementos que nos levassem a compreender esse desempenho. Nas análises de nosso corpus, foram raras as inadequações lexicais, morfológicas ou sintáticas que comprometessem a leitura ou o entendimento dos textos produzidos. Também foram raros os equívocos de compreensão relativos aos textos-base de cada tarefa, que devem ser mobilizados nas produções dos examinandos. Concluímos que as principais razões que prejudicaram o desempenho desses examinandos estão associadas à dificuldade que eles apresentaram em estruturar adequadamente os gêneros discursivos solicitados em algumas tarefas, principalmente no que envolve a construção da interlocução. O resultado dessas análises nos permite, por meio de dados empíricos, questionar a política que exige de estudantes de PALOP a comprovação de proficiência por meio de um exame de português como língua adicional. Tal exigência parece indicar que o Estado brasileiro não legitima a língua portuguesa desses estudantes e desconsidera o fato de eles terem sido escolarizados em língua portuguesa. Essa postura se apresenta incongruente com as ideias de elo linguístico e cooperação subjacentes à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Uma vez diagnosticado que há, por parte desses estudantes de PALOP, candidatos ao PEC-G, necessidades relacionadas à produção de determinados gêneros discursivos, entendemos que a implementação de cursos que contribuam para a prática e vivência nesses gêneros seria mais relevante e adequada que a exigência de um exame.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-06-21T20:49:26Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-06-21T20:49:26Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-03-30
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/36528
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-6959-982X
url http://hdl.handle.net/1843/36528
https://orcid.org/0000-0002-6959-982X
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36528/1/TESE_Nat%c3%a1lia%20Tosatti_VERS%c3%83O%20DEFINITIVApdf.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36528/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv c8b4bcc39c3ffaa062336e4a678ca32d
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589406296113152