Identificação de condições de saúde bucal em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca: monitoramento de prováveis fatores de risco para endocardite infecciosa

• Autor(a) principal: Alessandra Figueiredo de Souza
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A8PLEL
• topic: Endocardite; Antibioticoprofilaxia; Assistência odontológica; Bacteremia; Bacteriemia; Endocardite; Antibioticoprofilaxia; Assistência odontológica

A endocardite infecciosa (EI) é uma doença grave que afeta a superfície do endocárdio. A disseminação de microrganismos a partir da cavidade bucal tem sido associada com a ocorrência de EI. Para analisar a possível associação causal com a condição de saúde bucal e ocorrência de EI em pacientes submetidos previamente à cirurgia cardíaca valvar, foi realizado um estudo retrospectivo de análise dos prontuários médico e odontológico de pacientes submetidos à cirurgia valvar, de 2004 a 2014. A amostra foi constituída de 482 pacientes submetidos à cirurgia valvar divididos em dois grupos: pacientes submetidos a tratamento odontológico previamente a cirurgia valvar (n=111) e pacientes submetidos a cirurgia valvar sem preparo odontológico prévio (n=371). Do total da amostra, 38 pacientes (8%) foram diagnosticados com EI. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa (p = 0,482) entre a ocorrência de EI comparando-se o grupo com preparo odontológico (6,3%) e o grupo sem preparo odontológico (8,4%) prévio a cirurgia cardíaca valvar. A mortalidade dos pacientes com EI foi de 19% no grupo sem preparo e de 14% no grupo com preparo odontológico. Havia uma demanda elevada por procedimentos odontológicos no grupo com preparo odontológico como procedimentos exodontias (68,6%), tratamento periodontal (49,5%) e restauradores (32,4%). A maioria dos pacientes necessitaram de 1-3 sessões odontológicas previamente a cirurgia cardíaca valvar, sem diferenças significativas comparando os pacientes com ou sem EI. O resultado da hemocultura mostrou diferenças qualitativas comparando pacientes submetidos ou não a tratamento odontológico, especialmente Staphylococcus sp. e Streptococcus sp.. Os resultados não permitiram estabelecer uma relação direta entre a condição bucal e a ocorrência de EI. No entanto, não é possível excluir os potenciais efeitos benéficos do tratamento dentário na prevenção de EI.