A produção do espaço no eixo sul da metrópole de Belo Horizonte: o Instituto Inhotim (Brumadinho-MG) e o fetichismo da natureza

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Laura Amaral Faria
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AXKK7G
Resumo: O processo de metropolização da cidade de Belo Horizonte (MG) na direção sul conformou uma periferia urbana específica e complexa, chamada de Eixo Sul, na qual se destaca a produção imobiliária de alto luxo nos municípios de Nova Lima e Brumadinho. A (re)produção do espaço nesse local explicita algumas tendências ou estratégias contemporâneas de reprodução do capital que articulam a capitalização de rendas fundiárias e de monopólio, bem como a produção de novas mercadorias associadas aos discursos e representações acerca da natureza, mais especificamente de uma natureza romantizada e ao mesmo tempo racionalizada, que, contraditoriamente, tanto renuncia aos efeitos da urbanização quanto contribui para reforçá-los. Os empreendimentos imobiliários nesse fragmento da metrópole correspondem, frequentemente, ao direcionamento de investimentos outrora alocados na produção mineral, atividade que favoreceu a concentração fundiária pelas empresas de mineração. Em Brumadinho, uma antiga fazenda chamada Inhotim, na qual já houve extração de minério de ferro, foi transformada por seu proprietário Bernardo Paz em local de exposição de sua coleção de obras de arte contemporânea, dispersas em meio a jardins meticulosamente trabalhados. Dono do Grupo Itaminas, o empresário Paz fundou a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público-OSCIP chamada de Instituto Inhotim, cuja sede se localiza nessa fazenda e, ao ingressar no chamado Terceiro Setor, pôde articular verbas públicas e privadas, por meio de Parcerias e políticas de incentivos fiscais, para a gestão de seu patrimônio. A expansão da associação, pautada pelo crescente número de turistas e pela positiva cobertura feita pela mídia, tem promovido a valorização fundiária do local e dos arredores, onde serão construídos vários empreendimentos imobiliários e turísticos por parte da empresa Horizontes Ltda., controlada por Paz. A expansão do Instituto Inhotim provocou o desvanecimento do povoado de Inhotim, uma comunidade composta, até 2005, por cerca de 300 pessoas, cujas casas e terras foram compradas pelo empresário. A impressionante magnitude e abundância de investimentos financeiros, propriedades fundiárias, convênios/parcerias e patrocínios, pavilhões de arte, espécies botânicas, público visitante, visibilidade multimidiática e pesquisas acadêmicas que envolvem o Instituto Inhotim e o empreendimento vinculado a ele permitem revelar a produção de necessidades postas no processo de metropolização. A transformação dos grandes centros urbanos após a crise de acumulação capitalista, explicitada na década de 1970, foi feita através da mobilização de novas estratégias centradas na produção do espaço, que demandam uma articulação bastante próxima com o Estado, sendo este o responsável por garantir direitos legais sobre a propriedade privada da terra e sobre parâmetros construtivos, bem como por prover infraestrutura básica para viabilizar investimentos. A utilização da cultura e da arte, tornadas mercadorias, em projetos de valorização urbana se tornou mais frequente após a transição no regime de acumulação capitalista. As mercadorias culturais e artísticas, além de serem importante parte do setor de serviços das grandes cidades, permitem a obtenção de rendas de monopólio diretas ou indiretas, que demandam a existência de algum tipo de singularidade para o estabelecimento de preços monopolistas. A produção imobiliária e os grandes projetos de revalorização urbana de áreas industriais decadentes e centros degradados, ou de novas áreas de expansão, em ações conjuntas com o Estado, passaram a também incorporar projetos paisagísticos como estratégia mercadológica. A criação do Instituto Inhotim se insere explicitamente nesse processo e elucida que o tempo livre e os espaços livres não podem ser tratados à parte de uma discussão mais ampla sobre a sociedade urbana. O fetichismo da natureza, possibilitado pela cisão que a alienação realiza e que é reunida no espetáculo, dissimula as contradições do modo de produção capitalista e, ao legitimar certas práticas espaciais, contribui para sua reprodução.
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Os empreendimentos imobiliários nesse fragmento da metrópole correspondem, frequentemente, ao direcionamento de investimentos outrora alocados na produção mineral, atividade que favoreceu a concentração fundiária pelas empresas de mineração. Em Brumadinho, uma antiga fazenda chamada Inhotim, na qual já houve extração de minério de ferro, foi transformada por seu proprietário Bernardo Paz em local de exposição de sua coleção de obras de arte contemporânea, dispersas em meio a jardins meticulosamente trabalhados. Dono do Grupo Itaminas, o empresário Paz fundou a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público-OSCIP chamada de Instituto Inhotim, cuja sede se localiza nessa fazenda e, ao ingressar no chamado Terceiro Setor, pôde articular verbas públicas e privadas, por meio de Parcerias e políticas de incentivos fiscais, para a gestão de seu patrimônio. A expansão da associação, pautada pelo crescente número de turistas e pela positiva cobertura feita pela mídia, tem promovido a valorização fundiária do local e dos arredores, onde serão construídos vários empreendimentos imobiliários e turísticos por parte da empresa Horizontes Ltda., controlada por Paz. A expansão do Instituto Inhotim provocou o desvanecimento do povoado de Inhotim, uma comunidade composta, até 2005, por cerca de 300 pessoas, cujas casas e terras foram compradas pelo empresário. A impressionante magnitude e abundância de investimentos financeiros, propriedades fundiárias, convênios/parcerias e patrocínios, pavilhões de arte, espécies botânicas, público visitante, visibilidade multimidiática e pesquisas acadêmicas que envolvem o Instituto Inhotim e o empreendimento vinculado a ele permitem revelar a produção de necessidades postas no processo de metropolização. A transformação dos grandes centros urbanos após a crise de acumulação capitalista, explicitada na década de 1970, foi feita através da mobilização de novas estratégias centradas na produção do espaço, que demandam uma articulação bastante próxima com o Estado, sendo este o responsável por garantir direitos legais sobre a propriedade privada da terra e sobre parâmetros construtivos, bem como por prover infraestrutura básica para viabilizar investimentos. A utilização da cultura e da arte, tornadas mercadorias, em projetos de valorização urbana se tornou mais frequente após a transição no regime de acumulação capitalista. As mercadorias culturais e artísticas, além de serem importante parte do setor de serviços das grandes cidades, permitem a obtenção de rendas de monopólio diretas ou indiretas, que demandam a existência de algum tipo de singularidade para o estabelecimento de preços monopolistas. A produção imobiliária e os grandes projetos de revalorização urbana de áreas industriais decadentes e centros degradados, ou de novas áreas de expansão, em ações conjuntas com o Estado, passaram a também incorporar projetos paisagísticos como estratégia mercadológica. A criação do Instituto Inhotim se insere explicitamente nesse processo e elucida que o tempo livre e os espaços livres não podem ser tratados à parte de uma discussão mais ampla sobre a sociedade urbana. O fetichismo da natureza, possibilitado pela cisão que a alienação realiza e que é reunida no espetáculo, dissimula as contradições do modo de produção capitalista e, ao legitimar certas práticas espaciais, contribui para sua reprodução.The metropolization process of the city of Belo Horizonte (MG) towards its south area conformed a specific and complex urban outskirt, called the South Axis, where are located high luxury real estate properties in the municipalities of Nova Lima and Brumadinho. The (re)production of space on that site shows some trends or contemporary strategies of reproduction of capital that articulate the capitalization of ground and monopoly rents and the production of new commodities associated with the discourses and representations of nature, specifically a romanticized and at the same time rationalized nature, which, paradoxically, both renounces the effects of urbanization as helps to strengthen them. The real estate properties located in this fragment of the metropolis often correspond to the redirection of investments formerly allocated in mineral production, an activity that favored the concentration of land by mining companies. In Brumadinho, an old farm called Inhotim, in which there used to be iron ore mining, was transformed by its owner Bernardo Paz in an exposure place for his collection of works of contemporary art scattered amid meticulously crafted gardens. Owner of the Itaminas Group, the entrepreneur Paz founded the Civil Society Organization of Public Interest (OSCIP) called Inhotim Institute, whose headquarter is located in this farm. By joining the so-called Third Sector, he could involve public and private funding through partnerships and tax incentive policies for the management of his assets. The expansion of the association, ruled by the increasing number of tourists and the positive coverage by the media, has increased the land value of the site and the surrounding area, where there will be built several private real estate developments by the company Horizontes Ltda., controlled by Paz. The expansion of the Inhotim Institute caused the fading of the village Inhotim, a community that had, by 2005, around 300 people and whose homes and land were purchased by the entrepreneur. The stunning magnitude and abundance of investments, real estates properties, partnerships and sponsorships, art pavilions, botanical species, visiting public, media visibility and academic research involving the Inhotim Institute and the enterprise linked to it can reveal the production of necessities defined by the metropolization process. The transformation of urban centers after the capitalist crisis of accumulation, revealed in the 1970s, was made by mobilizing new strategies focused on the production of space, which require a very close coordination with the State, which is responsible for ensuring legal rights on private ownership of land and on construction parameters as well as for providing basic infrastructure to facilitate investments. The use of culture and art, made commodities in urban recovery projects, became more frequent after the transition of the capitalist regime of accumulation. Cultural and artistic commodities, as well as being an important part of the large cities services sector, allow obtaining direct or indirect monopoly rents, which require the existence of some kind of uniqueness to the establishment of monopoly prices. The real estate production and large urban projects for declining industrial areas and degraded centers, or new areas of expansion in joint actions with the State, have started to incorporate landscaping projects as a marketing strategy. The creation of the Inhotim Institute is an explicitly example of this process and makes clear that the "free time" and "free spaces" cannot be treated separately from a broader discussion on the urban society. The fetishism of nature, made possible by the scission that alienation places and which is assembled in the spectacle, masks the contradictions of the capitalist mode of production and, by legitimizing certain spatial practices, contribute to its reproduction.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEspaço urbanoFetichismoInstituto InhotimPlanejamento urbano Belo Horizonte, Região Metropolitana de (MG)Instituto InhotimBelo HorizonteProdução do espaçoNaturezaA produção do espaço no eixo sul da metrópole de Belo Horizonte: o Instituto Inhotim (Brumadinho-MG) e o fetichismo da naturezainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_laura_amaral_faria_2015.pdfapplication/pdf2387623https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AXKK7G/1/dissertacao_laura_amaral_faria_2015.pdf6405d03b3c1dd4db4abe331357cca841MD51TEXTdissertacao_laura_amaral_faria_2015.pdf.txtdissertacao_laura_amaral_faria_2015.pdf.txtExtracted texttext/plain283326https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AXKK7G/2/dissertacao_laura_amaral_faria_2015.pdf.txtc18ccbc353ad092ddb219d50192a858aMD521843/BUBD-AXKK7G2019-11-14 10:45:53.007oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AXKK7GRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:45:53Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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