Beija-flores e seus recursos florais em uma área de campo rupestre: composição de espécies, sazonalidade e rede de interações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Licleia da Cruz Rodrigues
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8FPGC8
Resumo: Beija-flores são aves generalistas quanto ao uso de recursos florais, utilizando porcentagens variáveis de flores adaptadas à polinização por outros grupos de polinizadores em sua dieta. Como os beija-flores são altamente dependentes do néctar e possuem altos requerimentos energéticos, a disponibilidade de flores pode fazer com que estas aves se movimentem dentro e entre habitats em busca destes recursos. Apesar de recentemente vários estudos de mutualismo entre plantas e animais darem ênfase a análises de rede de interações, poucos estudos com comunidades de plantas e beija-flores focaram este aspecto. Ao longo de dois anos foi conduzido um estudo no Alto do Palácio (AP), Parque Nacional da Serra do Cipó, sobre a comunidade de beija-flores e seus recursos florais. Foram analisados aspectoscomo a composição de espécies, sazonalidade, rede de interação e parâmetros populacionais de Augastes scutatus, a espécie de beija-flor mais abundante na área de estudo. O registro das plantas e dos beija-flores visitantes foi realizado mensalmente através de caminhadas em trilhas e observações focais, bem como, no caso dos beija-flores, por capturas em redes-deneblina. A densidade mensal de flores foi registrada mensalmente em três fitofisionomias do AP. A comunidade de beija-flores do AP foi composta por 13 espécies, entretanto foram registradas apenas seis espécies de beija-flores visitando flores de 51 espécies vegetais, das quais 56,9% foram espécies não-ornitófilas. Somente uma espécie vegetal foi visitada sempre de forma ilegítima pelos beija-flores. Durante o período de estudo houve sucessão e sobreposição de floradas entre as espécies vegetais, o que possibilita a manutenção das espécies de beija-flores residentes no AP. A composição de espécies de beija-flores variou com a fitofisionomia amostrada, devido à preferência de habitat das espécies que compõem esta comunidade, e com a disponibilidade energética de recursos florais, o que demonstra a capacidade dos beija-flores em localizarem diferentes recursos florais. A rede de interações plantas e beija-flores do AP mostrou-se assimétrica na distribuição do grau e na dependência entre as espécies de plantas e beija-flores. Entretanto, esta rede apresentou baixo grau de aninhamento devido à especialização de algumas espécies de beija-flores quanto ao tipo floral visitado e ao curto período de ocorrência de algumas destas aves. A centralidade e a força das espécies que compõem a rede de interações plantas-beija-flores do AP estiveram relacionadas à abundância e ao período de ocorrência das espécies de beija-flores, mas não das espécies de plantas. Augastes scutatus apresentou alta importância nesta rede de interações, sendo considerado como espécie chave por ser o principal visitante das plantas do AP, o que está relacionado a sua alta abundância e residência na área de estudo.
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Ao longo de dois anos foi conduzido um estudo no Alto do Palácio (AP), Parque Nacional da Serra do Cipó, sobre a comunidade de beija-flores e seus recursos florais. Foram analisados aspectoscomo a composição de espécies, sazonalidade, rede de interação e parâmetros populacionais de Augastes scutatus, a espécie de beija-flor mais abundante na área de estudo. O registro das plantas e dos beija-flores visitantes foi realizado mensalmente através de caminhadas em trilhas e observações focais, bem como, no caso dos beija-flores, por capturas em redes-deneblina. A densidade mensal de flores foi registrada mensalmente em três fitofisionomias do AP. A comunidade de beija-flores do AP foi composta por 13 espécies, entretanto foram registradas apenas seis espécies de beija-flores visitando flores de 51 espécies vegetais, das quais 56,9% foram espécies não-ornitófilas. Somente uma espécie vegetal foi visitada sempre de forma ilegítima pelos beija-flores. Durante o período de estudo houve sucessão e sobreposição de floradas entre as espécies vegetais, o que possibilita a manutenção das espécies de beija-flores residentes no AP. A composição de espécies de beija-flores variou com a fitofisionomia amostrada, devido à preferência de habitat das espécies que compõem esta comunidade, e com a disponibilidade energética de recursos florais, o que demonstra a capacidade dos beija-flores em localizarem diferentes recursos florais. A rede de interações plantas e beija-flores do AP mostrou-se assimétrica na distribuição do grau e na dependência entre as espécies de plantas e beija-flores. Entretanto, esta rede apresentou baixo grau de aninhamento devido à especialização de algumas espécies de beija-flores quanto ao tipo floral visitado e ao curto período de ocorrência de algumas destas aves. A centralidade e a força das espécies que compõem a rede de interações plantas-beija-flores do AP estiveram relacionadas à abundância e ao período de ocorrência das espécies de beija-flores, mas não das espécies de plantas. Augastes scutatus apresentou alta importância nesta rede de interações, sendo considerado como espécie chave por ser o principal visitante das plantas do AP, o que está relacionado a sua alta abundância e residência na área de estudo.Hummingbirds are generalist birds that use of the nectar. They exploit a variety of flowers adapted to pollination by other groups of pollinators in their diet. Because hummingbirds are highly dependent on nectar and have high energy requirements, the availability of flowers may cause these birds to move within and between habitats in search of these resources. Although a number of recent studies of mutualism between plants and animals give emphasis on network interactions, few studies on plant-hummingbird communities have focused this aspect. Over two years a study on the community of hummingbirds and their flowers was conducted at Alto do Palácio region (AP) in the Parque Nacional da Serra do Cipó. I analyzed species composition, seasonality, the interaction network and population parameters of Augastes scutatus, the most abundant species of hummingbird in the study area. Monthly visits to the area were conducted to record plants and heir hummingbirds by focal observations, and mist netting. The monthly density of flowers was recorded in three vegetation types of the AP. The community of hummingbirds was composed of 13 species but only six species visited flowers of 51 plant species, of which 56.9% were non-ornitophilous species. Only one plant species was always visited illegitimately by hummingbirds. During the studied period there was a succession offlowering, occurring overlap between plant species, enabling the maintenance of resident hummingbird species in AP. The composition of hummingbird species varied with vegetation type, due to habitat preference of the species that make up this community, and the energy availability of floral resources, which demonstrates the ability of hummingbirds to locate different floral resources. The network of interactions between plants and hummingbirds proved to be asymmetrical in distribution and degree of dependency among both hummingbirds and plants species. However, this network showed a low degree of nestedeness due to specialization of some hummingbird species on the type of flowers visited and the short period of occurrence of some of these birds. The centrality and strength of the species that comprise the network of interactions were related to the abundance and time of occurrence of hummingbird species, but not of plant species. Augastes scutatus exhibited high importance in this network of interactions, being considered as key species since it was the main visitor of the plants, which is related to its high abundance and residence in the study area.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEcologiaBeija-florEcologiaConservação e Manejo da Vida SilvestreBeija-flores e seus recursos florais em uma área de campo rupestre: composição de espécies, sazonalidade e rede de interaçõesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_rodrigues_lc_2011.pdfapplication/pdf10693169https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8FPGC8/1/tese_rodrigues_lc_2011.pdf01399b1387e3b57685f4e09e7454020bMD51TEXTtese_rodrigues_lc_2011.pdf.txttese_rodrigues_lc_2011.pdf.txtExtracted texttext/plain244410https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8FPGC8/2/tese_rodrigues_lc_2011.pdf.txt254f97f0c78d4ad086478a4c2e94ac06MD521843/BUOS-8FPGC82019-11-14 17:34:10.421oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8FPGC8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:34:10Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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