Efeitos da gramínea invasora Melinis minutiflora P. Beauv. sobre a vegetação nativa e solo de campo rupestre do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pâmella Cristina Dias Ribeiro
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ACFGY8
Resumo: As invasões biológicas representam uma das maiores ameaças à biodiversidade. A gramínea Melinis minutiflora P. Beauv. (capim meloso) é uma espécie originária do continente africano que se tornou invasora em várias regiões do mundo por apresentar diferentes e eficientes estratégias competitivas frente às espécies nativas, frequentemente deslocando-as e/ou excluindo-as, além de alterar processos ecológicos dos ecossistemas. No Brasil, essa invasora representa grande ameaça à flora nativa, especialmente em Unidades de Conservação. O Parque Estadual da Serra do Rola Moça (PESRM) é um dos mais importantes redutos de preservação dos Campos Rupestres (vegetação que ocorre sobre afloramentos rochosos em altitudes superiores a 900m) do estado de Minas Gerais, o qual vem sendo ameaçado pela invasão de M. minutiflora. Algumas espécies nativas da família Fabaceae (leguminosas), apresentam graus de tolerância variáveis frente à invasora, sob diferentes níveis de densidade, sendo Mimosa pogocephala Benth. a leguminosa predominante na área estudada. Os efeitos da invasão de M. minutiflora sobre a comunidade de plantas nativas em área de Campo Rupestre sobre canga nodular do PESRM foram estimados pela taxa de ocupação das espécies, abundância total de famílias e espécies, a riqueza de espécies e a composição da comunidade vegetal. Para tanto, foram implementadas em campo 15 parcelas de 4m² com 5 tratamentos (baseados no nível de invasão de M. minutiflora), distribuídos em 3 blocos, resultando em um total de 45 parcelas. Registrou-se 86 espécies, distribuídas em 33 famílias e obseervou-se grande redução da diversidade após a invasão. A invasão máxima reduziu a ocupação das espécies nativas a 2%. M. pogocephala foi capaz de suportar altos níveis de invasão. Outras espécies das famílias Fabaceae, Malpighiaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae também apresentaram alto grau de tolerância à invasora. M. minutiflora deslocou especialmente as plantas da família Poaceae e, posteriormente, as demais famílias. Os resultados evidenciaram que o número de indivíduos por espécie, dado pela abundância, constituiu um indicador adequado para aferir o grau de invasão. O teste de SIMPER confirmou que M. minutiflora promoveu alterações profundas no início do processo invasivo, impedindo a sobrevivência das espécies nativas. Estes resultados sugerem que a invasão de M. minutiflora no PESRM foi direcionada por fatores nutricionais do solo.
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Algumas espécies nativas da família Fabaceae (leguminosas), apresentam graus de tolerância variáveis frente à invasora, sob diferentes níveis de densidade, sendo Mimosa pogocephala Benth. a leguminosa predominante na área estudada. Os efeitos da invasão de M. minutiflora sobre a comunidade de plantas nativas em área de Campo Rupestre sobre canga nodular do PESRM foram estimados pela taxa de ocupação das espécies, abundância total de famílias e espécies, a riqueza de espécies e a composição da comunidade vegetal. Para tanto, foram implementadas em campo 15 parcelas de 4m² com 5 tratamentos (baseados no nível de invasão de M. minutiflora), distribuídos em 3 blocos, resultando em um total de 45 parcelas. Registrou-se 86 espécies, distribuídas em 33 famílias e obseervou-se grande redução da diversidade após a invasão. A invasão máxima reduziu a ocupação das espécies nativas a 2%. M. pogocephala foi capaz de suportar altos níveis de invasão. Outras espécies das famílias Fabaceae, Malpighiaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae também apresentaram alto grau de tolerância à invasora. M. minutiflora deslocou especialmente as plantas da família Poaceae e, posteriormente, as demais famílias. Os resultados evidenciaram que o número de indivíduos por espécie, dado pela abundância, constituiu um indicador adequado para aferir o grau de invasão. O teste de SIMPER confirmou que M. minutiflora promoveu alterações profundas no início do processo invasivo, impedindo a sobrevivência das espécies nativas. Estes resultados sugerem que a invasão de M. minutiflora no PESRM foi direcionada por fatores nutricionais do solo.Biological invasions are one of the greatest threats to biodiversity. The Melinis minutiflora P. Beauv. (molasses grasses), is from Africa and became invasive in many regions of the world due their competitive and efficient strategies that inhibit the native species, often moving them and/or excluding them, in addition to changing many ecological processes of ecosystems. In Brazil, this invasion is a major threat to native flora, especially in protected areas. The Parque Estadual da Serra do Rola Moça (PESRM) is one of the most important preservation sites of Campos Rupestres over ironstone outcrop of rock fields (vegetation that occurs on rocky outcrops at altitudes greater than 900m, in the state of Minas Gerais). This region is seriously threatened by the invasion of M. minutiflora. Some native species of the family Fabaceae (legumes) showed different degrees of tolerance to invasive plants, being the Mimosa pogocephala Benth. the dominant legume species in the studied site. The effects of M. minutiflora invasion on native plants community was estimated by occupation index, the total abundance of families and species, species richness and composition of the plant community. For evaluate these purposes it was allocated in the field 15 plots of 4m2 with 5 treatments related to the level of Melinis minutiflora invasion, distributed in 3 blocks, resulting in a total of 45 plots. It was recorded 86 species belonging to 33 families and a high reduction over the diversity after the invasion. The high invasion levels was able to reduce the occupation of native species than 2%. Mimosa pogocephala showed resistance to the high density of invasion. Other species of the Fabaceae family, Malpighiaceae, Euphorbiaceae and Asteraceae showed also a high degree of tolerance to the invasive plant. M minutiflora shifted especially Poaceae family plants and, subsequently, the remaining families were compromised. These results showed that the number of individuals per species, given by the abundance, is an appropriate indicator to evaluate the invasion degree. SIMPER test confirmed that M. minutiflora promoted profound changes at the beginning of the invasion impeding the survival of the native. The results indicate that invasion process M. minutiflora in PESRM appear to be directed by a factor of soil nutrients.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBotânicaInvasões biológicasMimosa pogocephalaMelinis minutifloraCampos rupestresGramíneas invasorasEfeitos da gramínea invasora Melinis minutiflora P. Beauv. sobre a vegetação nativa e solo de campo rupestre do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, Minas Gerais, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_de_mestrado___p_mella_c._dias_ribeiro___vers_o_final.pdfapplication/pdf2691544https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ACFGY8/1/disserta__o_de_mestrado___p_mella_c._dias_ribeiro___vers_o_final.pdf50888d4be3c672c8aa6940dffd1fb8b4MD51TEXTdisserta__o_de_mestrado___p_mella_c._dias_ribeiro___vers_o_final.pdf.txtdisserta__o_de_mestrado___p_mella_c._dias_ribeiro___vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain154563https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ACFGY8/2/disserta__o_de_mestrado___p_mella_c._dias_ribeiro___vers_o_final.pdf.txt0ff87eee85beaf8df7cb2f3e7bc1052fMD521843/BUBD-ACFGY82019-11-14 07:09:34.965oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-ACFGY8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:09:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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