Avaliação comparativa entre águas residuárias de serviços de saúde e águas residuárias urbanas: um estudo em Montes Claros - MG

• Autor(a) principal: Elder Vinicius Ribeiro Guedes
• Data de Publicação: 2004
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ENGD-68ZH3Y
• topic: Esgotos sanitários; Efluente hospitalar; Meio ambiente; Aguas residuais Tratamento; Recursos hídricos Desenvolvimento; Engenharia sanitária; Escoamento urbano; Saneamento

Atualmente é corrente a preocupação associada aos resíduos de serviços de saúde, especialmente as frações sólidas. No entanto, menos se tem estudado acerca das suas frações líquidas. A prática do lançamento dessas frações líquidas em redes públicas de esgotossanitários, sem tratamento prévio, é comum e disseminada pelo país. As preocupações com o meio ambiente são crescentes na sociedade atual, obrigando que ações de controle sejam adotadas pelo governo. Assim, surgiram exigências da ANVISA, obrigando os serviços desaúde a tratarem previamente os efluentes líquidos, antes do lançamento nas redes públicas ou no corpo receptor, caso essas redes não disponham de tratamento. O objetivo do presente trabalho é comparar as características físicas, químicas e bacteriológicas dos dois esgotos, através de análises de parâmetros previamente definidos, com ênfase naqueles tradicionalmente pesquisados em esgotos sanitários. Foram amostrados três pontos, sendo dois de esgotos de hospitais e um do esgoto doméstico de Montes Claros, sem despejos deestabelecimentos assistenciais de saúde. Os resultados apontaram que, quanto aos parâmetros analisados (físicos, químicos e bacteriológicos), não existem diferenças substanciais entre osdois esgotos. As análises estatísticas dos resultados demonstraram que, as diferenças significativas entre os dois esgotos, quando encontradas, apontavam para uma maior concentração nos esgotos domésticos. Outro ponto a ser considerado é a grande diluição quesofre o esgoto do hospital ao ser lançado no esgoto municipal. A princípio, portanto, não se justifica, técnica e cientificamente, o tratamento dos esgotos hospitalares, em razão dos parâmetros analisados, antes do seu lançamento na rede pública de coleta, tendo essa tratamento ou não. Quanto aos microorganismos patogênicos, o não tratamento dos esgotos hospitalares deve ser cercado de cuidados especiais, uma vez que a pesquisa não abrangeu a sua análise laboratorial. Por fim, com base nos resultados encontrados, recomenda-se: a) dada à escassez de estudos acerca do tema, em função das peculiaridades desses esgotos, se faz necessário aprofundar os conhecimentos sobre a questão; b) em função da existência de legislações que obrigam o tratamento dos esgotos hospitalares, a definição de parâmetros específicos para regulamentar oficialmente o seu lançamento na rede pública e em corposreceptores é outra necessidade patente; c) a implementação dos estudos da influência das concentrações dos microorganismos patogênicos presentes nos esgotos hospitalares, quandodo seu lançamento na rede coletora do esgoto doméstico, para que se possa conhecer os seus limites e apontar as melhores formas de tratamento e controle.