Para além da inovação e do empreendedorismo no capitalismo brasileiro
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/30364 |
Resumo: | A necessidade contínua de inovação atrelada às atividades laborais individualizadas e precarizadas, embora socialmente dependentes, é possibilitada pela automatização da gestão do processo produtivo e pela capacidade de atração do mais-valor gerado pela ampliação do mercado (cada vez mais mundial) em todo o ciclo do capital, da produção à realização do maisvalor na esfera da circulação. Partimos da discussão do processo de trabalho e processo de valorização elaborados a partir da crítica da economia política para demonstrar o papel do novo na autoprodução humana e, mais especificamente, na produção especificamente capitalista, em que o processo de inovação encontra-se subordinado aos valores de troca em detrimento da utilidade do produto do trabalho. Tal processo atende à lei geral de acumulação capitalista cuja inovação é condição sine qua non para os lucros extraordinários no momento da concorrência intracapitalista e, igualmente, elemento primordial para o desenvolvimento das forças produtivas. Nos tempos hodiernos, a inovação é aludida como motor do crescimento econômico, cuja função é atribuída aos empreendedores. Elaboramos a tese de que a prática empreendedora corresponde a um importante desdobramento do desenvolvimento das forças produtivas que reorganiza produção, distribuição, troca e consumo visando elevar as taxas de extração de mais-valor; seja por meio da inovação, na busca pelo lucro extraordinário intracapitalistas; seja por meio do empreendedorismo precarizado, que tanto contribui com a aceleração do ciclo do capital quanto rebaixa o preço da força de trabalho, intensificando a pauperização da classe trabalhadora. Discorremos acerca dessas justificativas burguesas para a prática empreendedora, demonstrando que não se tratam de meios para redução da miséria, tratam-se, ao revés, de meios para expansão do capital. Expomos a crítica aos apologéticos do novo, demonstrando como se consolidou a ideia de espírito empreendedor, assim como sua função na prática empreendedora e na luta de classes. Na sequência, a particularidade da prática empreendedora brasileira é analisada e discutida tanto a partir de sua formação histórica quanto em comparação com outros países, para evidenciar como a prática empreendedora tanto pode ser voltada para inovação quanto para a precarização do trabalho (empreendedorismo precarizado). Concluímos que essas duas funções da prática empreendedora contribuem com a reprodução do capital atuando em maior medida na esfera da circulação no momento da realização do valor e no rebaixamento da força de trabalho, sem deixar, ao mesmo tempo, de inovar. Por fim, situamos a prática empreendedora na luta de classes, para discutir suas potencialidades e limites de transformação social radical. |
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Deise Luiza da Silva Ferrazhttp://lattes.cnpq.br/5291366705941686http://lattes.cnpq.br/6047443183161152Janaynna de Moura Ferraz2019-10-14T21:51:27Z2019-10-14T21:51:27Z2019-06-28http://hdl.handle.net/1843/30364A necessidade contínua de inovação atrelada às atividades laborais individualizadas e precarizadas, embora socialmente dependentes, é possibilitada pela automatização da gestão do processo produtivo e pela capacidade de atração do mais-valor gerado pela ampliação do mercado (cada vez mais mundial) em todo o ciclo do capital, da produção à realização do maisvalor na esfera da circulação. Partimos da discussão do processo de trabalho e processo de valorização elaborados a partir da crítica da economia política para demonstrar o papel do novo na autoprodução humana e, mais especificamente, na produção especificamente capitalista, em que o processo de inovação encontra-se subordinado aos valores de troca em detrimento da utilidade do produto do trabalho. 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Discorremos acerca dessas justificativas burguesas para a prática empreendedora, demonstrando que não se tratam de meios para redução da miséria, tratam-se, ao revés, de meios para expansão do capital. Expomos a crítica aos apologéticos do novo, demonstrando como se consolidou a ideia de espírito empreendedor, assim como sua função na prática empreendedora e na luta de classes. Na sequência, a particularidade da prática empreendedora brasileira é analisada e discutida tanto a partir de sua formação histórica quanto em comparação com outros países, para evidenciar como a prática empreendedora tanto pode ser voltada para inovação quanto para a precarização do trabalho (empreendedorismo precarizado). Concluímos que essas duas funções da prática empreendedora contribuem com a reprodução do capital atuando em maior medida na esfera da circulação no momento da realização do valor e no rebaixamento da força de trabalho, sem deixar, ao mesmo tempo, de inovar. Por fim, situamos a prática empreendedora na luta de classes, para discutir suas potencialidades e limites de transformação social radical.The continuous need for innovation coupled with individualized and precarious work activities, although socially dependent, is made possible by the automation of the management of the productive process and by the attractiveness of the higher value generated by the expansion of the market (increasingly worldwide) throughout the cycle from capital, from production to the realization of more value in the sphere of circulation. We start from the discussion of the process of work and valorization process elaborated from the critique of political economy to demonstrate the role of the new in the human self-production and, more specifically, in the specifically capitalist production, in which the innovation process is subordinated to the values to the detriment of the usefulness of the product of labor. This process complies with the general law of capitalist accumulation whose innovation is a sine qua non for extraordinary profits at the time of intracapitalist competition and, also, a primordial element for the development of the productive forces. In modern times, innovation is alluded to as the engine of economic growth, whose role is attributed to entrepreneurs. We elaborate the thesis that the entrepreneurial practice corresponds to an important unfolding of the development of the productive forces that reorganizes production, distribution, circulation and consumption in order to raise the rates of extraction of more value; whether through innovation, in the quest for extraordinary profit intracapitalist; be it through precarious entrepreneurship, which contributes so much to the acceleration of the cycle of capital as it lowers the price of the labor force, intensifying the pauperization of the working class. We talk about these bourgeois justifications for entrepreneurial practice, demonstrating that they are not means for the reduction of misery, but are instead the means for the expansion of capital. We expose the critique of the apologetics of the new, demonstrating how the idea of entrepreneurial spirit was consolidated, as well as its function in the practice of entrepreneurship and class struggle. In the sequence, the particularity of the Brazilian entrepreneurial practice is analyzed and discussed both from its historical formation and in comparison with other countries, to show how the entrepreneurial practice can be both for innovation and for precarious work (precarious entrepreneurship). We conclude that these two functions of entrepreneurial practice contribute to the reproduction of capital by acting more in the sphere of circulation at the moment of realization of value and the lowering of the workforce, while at the same time innovating. Finally, we place the entrepreneurial practice in the class struggle to discuss its potentialities and limits of radical social transformation.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEmpreededorismoCondições econômicasConflito socialCrítica da economia políticaEmpreendedorismo precarizadoInovaçãoLuta de classesPrática empreendedoraPara além da inovação e do empreendedorismo no capitalismo brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_JMF_2019.pdfTESE_JMF_2019.pdfAbertoapplication/pdf6830557https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30364/1/TESE_JMF_2019.pdfd061dd70d7ab7c6453a43b67f628ff64MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30364/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30364/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD53TEXTTESE_JMF_2019.pdf.txtTESE_JMF_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain625120https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30364/4/TESE_JMF_2019.pdf.txt84bde4b25b39c862e758367995bc34bbMD541843/303642019-11-14 12:39:08.799oai:repositorio.ufmg.br:1843/30364TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:39:08Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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