Forjando lideranças : comportamentos políticos e atuação no Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem durante a ditadura militar (1964-1985)

• Autor(a) principal: Carolina Dellamore Batista Scarpelli
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/45477
• topic: Movimento operário; Ditadura militar; Sindicato; Belo Horizonte e Contagem; Resistência; Acomodação; Adesão

Esta tese procura reconstruir os comportamentos políticos de lideranças operárias, militantes políticos e ativistas sindicais que tiveram atuação no Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem durante a ditadura militar (1964-1985). Busca-se, com isso, compreender os impactos desse período e seus efeitos sobre o sindicato que tiveram início a partir do golpe em 1964, com a destituição da sua diretoria eleita, a nomeação de interventores pelo Ministério do Trabalho e a cassação de suas principais lideranças; bem como a reorganização de uma resistência silenciosa, o papel de ativistas sindicais e militantes políticos de esquerda no movimento grevista de 1968, na Cidade Industrial de Contagem, motivando outra intervenção estatal na entidade; examina também os embates entre a diretoria eleita em 1969 – que permaneceu à frente do sindicato por quinze anos – e as novas forças políticas na região que se organizaram nas oposições sindicais surgidas nas décadas de 1970 e 1980; analisa ainda o repertório de ações desses grupos, a retomada das greves como instrumento de luta, bem como a inserção dos metalúrgicos e metalúrgicas no Movimento contra a Carestia, na luta pela anistia, na campanha pelas Diretas Já!, além da experiência inovadora do Centro Cultural Operário e da luta das mulheres trabalhadoras por mais espaço no sindicato. A pesquisa sobre a ação de lideranças operárias, militantes políticos e ativistas sindicais possibilitou identificar comportamentos de resistência e engajamento político contra a ditadura, de adesão ao regime e, ainda, as estratégias de acomodação frente à ditadura militar. Portanto, o Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem serviu de ponto de partida para compreender, de maneira mais complexa, as atitudes sociais dos trabalhadores e trabalhadoras durante a ditadura militar brasileira.