Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rafael de Magalhães Gomes Ferreira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/IGCC-ANGN9G
Resumo: A monazita é um fosfato de terras raras leves [(LREE)PO4] difundido em diversos litotipos de composições meta a peraluminosa, incluindo granitoides e pegmatitos, além de xistos, gnaisses paraderivados de médio a alto grau metamórfico e carbonatitos. Esse mineral contém quantidades negligenciáveis de chumbo comum, guardando apenas Pb radiogênico proveniente do Th e U nele contido. As variações composicionais que envolvem a monazita em um sistema ternário com membros finais em cheralita [Ca,Th(PO4)2], huttonita [ThSiO4] e monazita [REE(PO4)] ocorrem através de substituições isomórficas. Imagens de elétrons retroespalhados e microanálises químicas foram obtidas de oito cristais de monazita, sendo cinco pertencentes aos pegmatitos do município de Itambé no estado da Bahia (Bananeira, Coqueiro I, Coqueiro II, Cavada e Paraíso) e três pertencentes aos pegmatitos do distrito de Santa Maria de Itabira no estado de Minas gerais (Euxenita, Morro Escuro e Ponte da Raiz), os quais estão situados na Província Pegmatítica Oriental Brasileira (PPOB). Os cristais de monazita estão inseridos no contexto do colapso extensional do Orógeno Araçuaí (Cambro-Ordoviciano), são composicionalmente homogêneos (sem zoneamentos internos) por serem pós-colisionais ao evento Brasiliano. A média das idades químicas U-Th-Pb encontradas nas monazitas de Itambé foi 502 Ma, enquanto que em Santa Maria de Itabira a média foi 474 Ma. Esses valores são compatíveis com resultados de idades obtidos por outros autores em ambas as regiões, tanto por métodos isotópicos como por meio da microssonda eletrônica (ME). A diferença das idades dos dois Distritos pegmatitos está em torno de 30 Ma, que pode ter sido o tempo de duração do colapso extensional do Orógeno. Através do tratamento dos dados de química mineral das monazitas investigada em microssonda eletrônica, conclui-se que os pegmatitos que as hospedam são produtos de fusão parcial de uma rocha encaixante do embasamento (biotita-hornblenda gnaisse) que aparentemente representa uma porção considerável do substrato da Faixa Araçuaí. A principal assinatura química das referidas monazitas corresponde ao enriquecimento de Samário (Sm). Em função do coeficiente de partição do Sm nos minerais essenciais desse biotita-hornblenda gnaisse, sugere-se que no momento do relaxamento das estruturas envolvidas, a fusão parcial desta rocha teria ocorrido sob descompressão adiabática, com o enriquecimento desse elemento no magma ácido a partir do qual a monazita cristalizou. Além disso, o ambiente rico em fluidos aquosos, originados da desidratação de biotitas e hornblendas e do espaço livre descompressional foi possível o avolumado crescimento dos minerais durante a formação das rochas pegmatíticas de composição granítica. Dessa forma, a monazita além de ser um geocronômetro, pode também ser usada como um indicador petrogenético.
id UFMG_36532d2524cee062dc48c5bc63dc80b1
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-ANGN9G
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Alexandre de Oliveira ChavesMaria Lourdes Souza FernandesElizabeth Kerpe de OliveiraRafael de Magalhães Gomes Ferreira2019-08-10T01:02:03Z2019-08-10T01:02:03Z2017-05-12http://hdl.handle.net/1843/IGCC-ANGN9GA monazita é um fosfato de terras raras leves [(LREE)PO4] difundido em diversos litotipos de composições meta a peraluminosa, incluindo granitoides e pegmatitos, além de xistos, gnaisses paraderivados de médio a alto grau metamórfico e carbonatitos. Esse mineral contém quantidades negligenciáveis de chumbo comum, guardando apenas Pb radiogênico proveniente do Th e U nele contido. As variações composicionais que envolvem a monazita em um sistema ternário com membros finais em cheralita [Ca,Th(PO4)2], huttonita [ThSiO4] e monazita [REE(PO4)] ocorrem através de substituições isomórficas. Imagens de elétrons retroespalhados e microanálises químicas foram obtidas de oito cristais de monazita, sendo cinco pertencentes aos pegmatitos do município de Itambé no estado da Bahia (Bananeira, Coqueiro I, Coqueiro II, Cavada e Paraíso) e três pertencentes aos pegmatitos do distrito de Santa Maria de Itabira no estado de Minas gerais (Euxenita, Morro Escuro e Ponte da Raiz), os quais estão situados na Província Pegmatítica Oriental Brasileira (PPOB). Os cristais de monazita estão inseridos no contexto do colapso extensional do Orógeno Araçuaí (Cambro-Ordoviciano), são composicionalmente homogêneos (sem zoneamentos internos) por serem pós-colisionais ao evento Brasiliano. A média das idades químicas U-Th-Pb encontradas nas monazitas de Itambé foi 502 Ma, enquanto que em Santa Maria de Itabira a média foi 474 Ma. Esses valores são compatíveis com resultados de idades obtidos por outros autores em ambas as regiões, tanto por métodos isotópicos como por meio da microssonda eletrônica (ME). A diferença das idades dos dois Distritos pegmatitos está em torno de 30 Ma, que pode ter sido o tempo de duração do colapso extensional do Orógeno. Através do tratamento dos dados de química mineral das monazitas investigada em microssonda eletrônica, conclui-se que os pegmatitos que as hospedam são produtos de fusão parcial de uma rocha encaixante do embasamento (biotita-hornblenda gnaisse) que aparentemente representa uma porção considerável do substrato da Faixa Araçuaí. A principal assinatura química das referidas monazitas corresponde ao enriquecimento de Samário (Sm). Em função do coeficiente de partição do Sm nos minerais essenciais desse biotita-hornblenda gnaisse, sugere-se que no momento do relaxamento das estruturas envolvidas, a fusão parcial desta rocha teria ocorrido sob descompressão adiabática, com o enriquecimento desse elemento no magma ácido a partir do qual a monazita cristalizou. Além disso, o ambiente rico em fluidos aquosos, originados da desidratação de biotitas e hornblendas e do espaço livre descompressional foi possível o avolumado crescimento dos minerais durante a formação das rochas pegmatíticas de composição granítica. Dessa forma, a monazita além de ser um geocronômetro, pode também ser usada como um indicador petrogenético.Monazite is a phosphate light rare earth element [(LREE)PO4] that occurs as an accessory mineral in a wide variety of rocks, including granite, pegmatite, felsic volcanic ash, felsic gneiss, pelitic schist, gneiss of medium to high metamorphic grade, low-grade metasedimentay rocks, and as a detrital mineral in clastic and metaclastic sediments and carbonatites. This mineral contains negligible amounts of common lead (Pb), keeping only radiogenic Pb from Th and U of monazite. Compositional variations involving monazite in a ternary system with end members cheralite [CaTh(PO4)2], huttonite [ThSiO4] and monazite [REE(PO4)] occur their solid solutions. Backscattered electrons images and chemical microanalysis by electron microprobe were obtained from eight monazite crystals belonging to pegmatites to city of Itambé state of Bahia (Bananeira, Coqueiro I, Coqueiro II, Cavada and Paraíso) and three belonging to pegmatites to district of Santa Maria de Itabira state of Minas Gerais which are situated in the Eastern Brazilian Pegmatitic Province (EBPP). The monazite samples are part of context of the extensional collapse of the Araçuaí Orogen (Cambro-Ordovician) are compositionally homogeneous, with no internal domains/zoning and their U, Th and Pb because they are post-collisional to the Brasilian event. The average U-Th-Pb chemical age found in the Itambé monazites was 502 Ma, while in Santa Maria de Itabira it was on average 474 Ma. These values are compatible with compilations made by other authors in both regions by both isotopic methods and electron microprobe. The difference of the ages between the two Pegmatite Districts is around 30 Ma, which can be attributed to the duration time of the extensional collapse of the Orogen. Through the treatment of the mineral chemistry data obtained in electron microprobe (EM), it is concluded that the host pegmatites are products of partial melting of a basement wall rock (biotite-hornblende gneiss) that apparently represents a considerable portion of the substrate of the Araçuaí Orogen. The main chemical signature of these monazites corresponds to the enrichment of Samarium (Sm). Due to the partition coefficient of Sm in the essential minerals of this biotite-hornblende gneiss, it is suggested that at the moment of the relaxation of the involved structures, the partial melting of this rock would have occurred under adiabatic decompression, with the enrichment of this element in acidic magma, from which the monazite crystallized. In addition, the environment rich in aqueous fluids, originated from the dehydration of biotite and hornblende and decompression free space, allowed the abundant growth of the minerals during the formation of pegmatitic rocks of granitic composition. In this way, the monazite, besides being a geochronometer, can also be used as a petrogenetic indicator.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGGeologiaMonazitaItambé-BAmicrossonda eletrônicaSanta Maria de Itabira-MGdatação química U-Th-Pbindicador petrogenéticoOrigem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazitainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdefesa_rafael_de_magalhaes.pdfapplication/pdf3092122https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-ANGN9G/1/defesa_rafael_de_magalhaes.pdfdc192d67f0d1555ad37f9133f1931e79MD51TEXTdefesa_rafael_de_magalhaes.pdf.txtdefesa_rafael_de_magalhaes.pdf.txtExtracted texttext/plain104956https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-ANGN9G/2/defesa_rafael_de_magalhaes.pdf.txt44c14e477ddeb472a5076731ffd7fee6MD521843/IGCC-ANGN9G2019-11-14 05:37:08.836oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-ANGN9GRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:37:08Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
title Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
spellingShingle Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
Rafael de Magalhães Gomes Ferreira
Monazita
Itambé-BA
microssonda eletrônica
Santa Maria de Itabira-MG
datação química U-Th-Pb
indicador petrogenético
Geologia
title_short Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
title_full Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
title_fullStr Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
title_full_unstemmed Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
title_sort Origem e idades químicas U-Th-Pb dos distritos pegmatíticos de Itambé (BA) e Santa Maria de Itabira (MG) revelados pela monazita
author Rafael de Magalhães Gomes Ferreira
author_facet Rafael de Magalhães Gomes Ferreira
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Alexandre de Oliveira Chaves
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Maria Lourdes Souza Fernandes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Elizabeth Kerpe de Oliveira
dc.contributor.author.fl_str_mv Rafael de Magalhães Gomes Ferreira
contributor_str_mv Alexandre de Oliveira Chaves
Maria Lourdes Souza Fernandes
Elizabeth Kerpe de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Monazita
Itambé-BA
microssonda eletrônica
Santa Maria de Itabira-MG
datação química U-Th-Pb
indicador petrogenético
topic Monazita
Itambé-BA
microssonda eletrônica
Santa Maria de Itabira-MG
datação química U-Th-Pb
indicador petrogenético
Geologia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Geologia
description A monazita é um fosfato de terras raras leves [(LREE)PO4] difundido em diversos litotipos de composições meta a peraluminosa, incluindo granitoides e pegmatitos, além de xistos, gnaisses paraderivados de médio a alto grau metamórfico e carbonatitos. Esse mineral contém quantidades negligenciáveis de chumbo comum, guardando apenas Pb radiogênico proveniente do Th e U nele contido. As variações composicionais que envolvem a monazita em um sistema ternário com membros finais em cheralita [Ca,Th(PO4)2], huttonita [ThSiO4] e monazita [REE(PO4)] ocorrem através de substituições isomórficas. Imagens de elétrons retroespalhados e microanálises químicas foram obtidas de oito cristais de monazita, sendo cinco pertencentes aos pegmatitos do município de Itambé no estado da Bahia (Bananeira, Coqueiro I, Coqueiro II, Cavada e Paraíso) e três pertencentes aos pegmatitos do distrito de Santa Maria de Itabira no estado de Minas gerais (Euxenita, Morro Escuro e Ponte da Raiz), os quais estão situados na Província Pegmatítica Oriental Brasileira (PPOB). Os cristais de monazita estão inseridos no contexto do colapso extensional do Orógeno Araçuaí (Cambro-Ordoviciano), são composicionalmente homogêneos (sem zoneamentos internos) por serem pós-colisionais ao evento Brasiliano. A média das idades químicas U-Th-Pb encontradas nas monazitas de Itambé foi 502 Ma, enquanto que em Santa Maria de Itabira a média foi 474 Ma. Esses valores são compatíveis com resultados de idades obtidos por outros autores em ambas as regiões, tanto por métodos isotópicos como por meio da microssonda eletrônica (ME). A diferença das idades dos dois Distritos pegmatitos está em torno de 30 Ma, que pode ter sido o tempo de duração do colapso extensional do Orógeno. Através do tratamento dos dados de química mineral das monazitas investigada em microssonda eletrônica, conclui-se que os pegmatitos que as hospedam são produtos de fusão parcial de uma rocha encaixante do embasamento (biotita-hornblenda gnaisse) que aparentemente representa uma porção considerável do substrato da Faixa Araçuaí. A principal assinatura química das referidas monazitas corresponde ao enriquecimento de Samário (Sm). Em função do coeficiente de partição do Sm nos minerais essenciais desse biotita-hornblenda gnaisse, sugere-se que no momento do relaxamento das estruturas envolvidas, a fusão parcial desta rocha teria ocorrido sob descompressão adiabática, com o enriquecimento desse elemento no magma ácido a partir do qual a monazita cristalizou. Além disso, o ambiente rico em fluidos aquosos, originados da desidratação de biotitas e hornblendas e do espaço livre descompressional foi possível o avolumado crescimento dos minerais durante a formação das rochas pegmatíticas de composição granítica. Dessa forma, a monazita além de ser um geocronômetro, pode também ser usada como um indicador petrogenético.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-05-12
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T01:02:03Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T01:02:03Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/IGCC-ANGN9G
url http://hdl.handle.net/1843/IGCC-ANGN9G
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-ANGN9G/1/defesa_rafael_de_magalhaes.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-ANGN9G/2/defesa_rafael_de_magalhaes.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv dc192d67f0d1555ad37f9133f1931e79
44c14e477ddeb472a5076731ffd7fee6
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801677069743030272