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Vitor Geraldi HaasePatrícia Lemos Bueno FontesThalita Karla Flores Cruz2019-08-10T00:50:00Z2019-08-10T00:50:00Z2016-02-18http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A9CNM6Evidências de diferentes linhas de investigação indicam que o conhecimento do corpo humano é amplamente desenvolvido no cérebro adulto. Como o sistema nervoso central emprega diferentes canais sensoriais, os mecanismos para a representação corporal também são diferentes. Estudos neuropsicológicos e de neuroimagem suportam essa ideia, evidenciando a existência de três tipos de representação corporal no adulto: esquema corporal, descrição estrutural do corpo e imagem corporal. A existência destes distintos níveis representacionais é apoiada por padrões seletivos de dissociação em pacientes neurológicos. Há dois tipos de teorias para explicar as origens das representações do corpo. As teorias bottom-up pressupõem que as representações do corpo se originam da atividade sensório-motora, de padrões de atividade captados e armazenados no cérebro. A teoria alternativa, top-down, pressupõe a existência de um blueprint genético para a representação do corpo, o qual pode ser, ao menos parcialmente, inato. Existem evidências para ambos os modelos. A presente dissertação investiga, de forma exploratória, as influências bottom-up e top-down sobre o desenvolvimento do conhecimento semântico-lexical sobre o corpo (imagem corporal) em crianças típicas e com paralisia cerebral hemiplégica. A análise através da teoria dos grafos foi aplicada nos estudos I e II para investigar o desenvolvimento do conhecimento semântico-lexical na infância. O estudo I foi realizado com uma amostra de 204 crianças com desenvolvimento típico, com idade entre 4 a 12 anos, e buscou investigar a influência das experiências adquiridas durante a infância no conhecimento semântico-lexical sobre os animais, os alimentos e as partes do corpo. Tal análise permitiu a exploração das influências do nível sensório-motor (esquema corporal) sobre o nível semântico-lexical sobre as partes do corpo (imagem corporal), utilizando-se de outras categorias como controle (animais e alimentos). Foi possível identificar um padrão específico de desenvolvimento para a categoria partes do corpo, onde as experiências sensório-motoras influenciaram o conhecimento semântico-lexical sobre as partes do corpo, mostrando que a organização categorial foi compatível com o modelo bottom-up. Porém, não houve um padrão específico para as demais categorias semânticas investigadas, não sendo observada uma relação entre o desenvolvimento e as categorias controle. A seguir foi investigado o desenvolvimento da imagem corporal em crianças com paralisia cerebral hemiplégica, usando as mesmas técnicas. Assim, o estudo II contou com uma amostra de 229 crianças, sendo 204 crianças com desenvolvimento típico, idade entre 4 a 12 anos, e 26 crianças com paralisia cerebral hemiplégica, idade entre 7 a 15 anos. Foi investigada a hipótese de que uma lesão no cérebro imaturo pode gerar déficits no conhecimento semântico-lexical sobre as partes do corpo em crianças com hemiplegia congênita. Após a análise dos dados, foi verificado que as crianças com paralisia cerebral apresentam um atraso no conhecimento sobre as partes do corpo quando comparadas às crianças controle da mesma idade, tendo conhecimento equiparado ao apresentado no início do desenvolvimento pelas crianças típicas. De maneira geral, ao examinar o desempenho nas tarefas e analisar os padrões dos resultados, é possível inferir a existência de uma interação entre os níveis representacionais, em que déficits nos esquemas sensório-motores influenciam as representações semântico-lexicais, resultando em prejuízos sobre este tipo de conhecimento das partes do corpo. Os resultados são, portanto, compatíveis com um modelo interativo, segundo o qual eventuais influências top-down na organização categorial interagem com a experiência sensório-motora (influências bottom-up). Apesar de os estudos realizados possuírem caráter exploratório, os achados corroboram a hipótese de que há uma interação entre os níveis de conhecimento corporal ao longo do desenvolvimento infantil.Evidence from several lines of research indicates that human body knowledge is widely distributed in the adult brain. As the central nervous system employs different sensory channels, the mechanisms for body representation are different. Neuropsychological and neuroimage studies support this idea, showing the existence of three kinds of body representation in adults: body schema, body structural description and body image. The existence of these distinct levels of representation is suppoted by selective patterns of dissociation in neurological patients. There are two kinds of theories to explain the body representations source. The bottom-up theories presupposes that the body representations stem from the sensory-motor activities, by patterns of activities raised and stored at the brain. The alternative theory, top-down, presupposes the existence of a genetic blueprint for the body representations, that could be, at least, partially, inate. There are evidences for both models. This dissertation investigates, in an exploratory manner, the bottom-up and top-down influeces throughout the development of semantic body knowledge in typical children and children with hemiplegic cerebral palsy. The graph theory was applied in studies 1 and 2 to investigate the development of lexical-semantic knowledge in childhood. The first study was conducted with a sample of 204 typically developing children aged 4- to 12-years old and aimed to investigate the influence of childhood experiences on the lexical-semantic knowledge of animals, foods and body parts. This analysis allowed the exploration of the motor-sensory (body schema) among the lexical-semantic knowledge about the body parts (body image), using other lexical categories as controls (animals and foods). It was observed that the sensory-motor experiences influence the lexical-semantic knowledge about the body parts; showing that the categorical organization was compatible with the bottom-up model. However, there wasnt a specific pattern for the other semantic categories investigated, not observing a relation between the development and the controls categories was detected. After, the development of the body image in children with hemiplegic cerebral palsy was investigated, using the same techniques. This second study included a sample of 229 children (204 typically developing children, ranging from 4- to 12-years old; and 26 children with hemiplegic cerebral palsy, ranging from 7- to 15- years old). The hypothesis that an injury to the immature brain can generate deficits in the lexical-semantic knowledge about the body parts in children with congenital hemiplegia was investigated. After data analysis, was verified that cerebral palsy children present a delay in the body parts knowledge compared to controls with the same age, having body parts knowledge equivalent to that of the early stages of typical development. Overall, by examining the performance ate the tasks and analyzing the results patterns, it is concluded that there is an interaction between the representational modules, where deficits in sensorimotor schemas influence the lexical-semantic representations, resulting in losses on this type of body parts knowledge.Therefore, the results are compatible with an interactive model, according to which influences top-down interact with the sensory-motor experience (bottom-up influences). Despite the studies are exploratory, the findings support the hypothesis that there is an interaction between the levels of body knowledge over child development.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGNeurociênciasRepresentação corporalDesenvolvimentoParalisia cerebral hemiplégicaExperiência sensório-motoraA experiência sensório-motora influencia a representação semântico-lexical do corpo? Evidências de crianças típicas e com hemiplegia congênitainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_mestradoufmg_neuroci_ncias_thalita_cruz_2016.pdfapplication/pdf2108102https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9CNM6/1/disserta__o_mestradoufmg_neuroci_ncias_thalita_cruz_2016.pdf2efb68edfdb36ae01c3c01df7cf8b5b6MD51TEXTdisserta__o_mestradoufmg_neuroci_ncias_thalita_cruz_2016.pdf.txtdisserta__o_mestradoufmg_neuroci_ncias_thalita_cruz_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain159351https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9CNM6/2/disserta__o_mestradoufmg_neuroci_ncias_thalita_cruz_2016.pdf.txt7247320349662315dbd381957d56814fMD521843/BUBD-A9CNM62019-11-14 03:45:05.942oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A9CNM6Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:45:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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