Aplicação da tecnologia de DNA Barcode em espécies vegetais aprovadas pela ANVISA e comercializadas no Brasil e elaboração de metodologia para certificação de fitoterápicos

• Autor(a) principal: Rafael Melo Palhares
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9WMRYA
• topic: Genética; Medicamentos fitoterápicos; Plantas medicinais; Genética; Barcode de DNA

As plantas medicinais são reconhecidas como essenciais para a complementação da saúde humana, além de potenciais fontes para novos medicamentos. O uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos tem aumentado nas últimas décadas, sendo que em alguns países até 90% da população faz uso dessa classe de medicamento. A autenticidade e qualidade desses produtos é um problema real de ordem legal, econômica, de saúde populacional e conservação da biodiversidade. Para garantir a eficácia e segurança desse segmento farmacêutico, legislações específicas, que definem os conceitos legais para estes produtos, além de determinados parâmetros de qualidade foram estabelecidas no Brasil e no mundo. Alguns desses parâmetros são a identificação da espécie vegetal e a verificação da presença, pureza e concentração de compostos químicos relacionados à eficácia do medicamento. A correta identificação da matéria prima vegetal utilizada para a produção do fitoterápico representa um desafio e o uso de espécies incorretas pode representar um risco para a saúde humana. Atualmente essa identificação é feita por métodos botânicos e, em muitos casos, ela é dificultada ou mesmo impossibilitada, dependendo do nível de processamento da matéria prima, da parte vegetal comercializada ou mesmo de variações fenotípicas presentes em alguns táxons. Em contrapartida, a identificação molecular de espécies em produtos a partir da tecnologia de DNA barcode vem crescendo no mundo. Aplicando sequências específicas do DNA, essa técnica vem sendo utilizada para catalogar as espécies de seres vivos do planeta. Seu uso de forma aplicada à identificação de produtos de consumo humano está se tornando cada vez mais comum e eficiente. A presente tese está centrada na utilização dessa técnica para identificação da matéria prima vegetal de espécies utilizadas no Brasil e no mundo para a saúde humana. Além disso, foi realizada uma correlação da identificação vegetal com análises químicas para verificação de presença e teor dos princípios ativos nas amostras analisadas. Brevemente, em dois capítulos nós demonstramos que existe no Brasil o comércio de espécies errôneas, diferentes das descritas na venda, potencialmente ameaçadas e mesmo sem registros de eficácia ou segurança. Demonstramos ainda que mesmo em espécies corretas, os padrões químicos podem estar abaixo do mínimo requerido para a obtenção dos resultados esperados do tratamento. Com esses resultados, e com a tendência observada mundialmente, concluímos que a adição de uma etapa de identificação molecular ao processo de produção de fitoterápicos agregará melhoria na qualidade desses medicamentos, além de contribuir para a conservação da biodiversidade ao inibir o uso de espécies incorretas.