Da simulação da morte: versão e aversão em Montaigne

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucio Vaz de Oliveira
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ARBZ-7X8K9Q
Resumo: O trabalho procura investigar as estratégias argumentativas e ações propostas por Montaigne, nos Ensaios, para eliminar o medo da morte. Para tanto, depois de uma delimitação conceitual do problema e de um debate sobre a questão da imortalidade no livro, parto de um estudo sobre a faculdade da imaginação na obra. Então, procuro inquirir sobre a aplicabilidade da imaginação ao problema da morte e do morrer, em específico. São, a partir daí, caracterizadas duas estratégias diametralmente opostas entre si, que foram defendidas pelo autor em momentos diversos da escrita dos Ensaios: na primeira delas, há uma valorização do método de constante simulação mental da própria morte e, na segunda, Montaigne descredita a simulação da morte e propõe uma confiança na predisposição natural a não temer a morte e o morrer. Em seguida, tento investigar o processo de passagem da primeira para a segunda estratégia de dissipação do temor da morte. Feitas essas considerações que se atém quase exclusivamente ao texto de Montaigne, cotejando-o com as leituras de alguns comentadores, passo a observações históricas sobre possíveis influências sobre o pensamento de Montaigne a respeito do tema. Enfim, procuro mostrar algumas tensões da reflexão montaniana sobre a morte, sendo a principal delas aquela entre, por um lado, a afirmação da universalidade da morte, prescrevendo a dissipação do medo, e, por outro, o reconhecimento do temor individual diante da possibilidade da própria morte.
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