(Re)existência e protagonismo etnoambiental: aspectos do processo de reterritorialização de comunidades quilombolas de Virgem da Lapa, no Médio Jequitinhonha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Adília Jardim Silva
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35140
Resumo: O Vale do Jequitinhonha possui, entre suas tantas riquezas, uma “sociogeobiodiversidade” notável, tendo, a propósito, se constituído em grande medida, como uma região historicamente fundada por escravos fugidos, coesionados em seus núcleos de resistência. O Vale possui, hoje, dezenas de comunidades negras rurais que, muitas vezes, impulsionadas pela deflagração de conflitos ambientais, buscam o seu reconhecimento enquanto “remanescentes de quilombos” para a garantia de seus direitos territoriais, sociais e culturais. É este o contexto vivido pelas comunidades Campinho e Capim Puba, aqui analisadas, que foram expropriadas de suas terras de uso comum - os domínios de chapadas -, em processo iniciado na década de 1970, para o plantio generalizado de eucalipto, fonte de abastecimento da indústria siderúrgica. Vale ressaltar que os moradores aí domiciliados não possuíam os títulos de dominialidade, o que legalmente caracterizava tais terras como devolutas, ou seja, terras da União. No discurso oficial, a silvicultura nessas terras representaria o desenvolvimento para o Vale, considerado como o Vale da “miséria” e da “pobreza”. Porém, no processo de implementação de tais empreendimentos, desconsiderou-se a singularidade da população local e o manejo dos recursos naturais praticado tradicionalmente, sem degradação ambiental. Posto isso, este trabalho objetiva essencialmente compreender os processos de desterritorialização das comunidades de Campinho e Capim Puba diretamente associados à implantação da monocultura do eucalipto e suas implicações socioambientais para problematizar, a seguir, sobre o contexto atual do processo de reterritorialização. Para tanto, pretendeu-se compreender como se deu a implementação desta atividade econômica, buscando em paralelo, elucidar os processos de desterritorialização e reterritorialização das comunidades, e, procurando ainda, melhor entender a relação entre os manejos agrícolas, sua relação com a biodiversidade e os efeitos da silvicultura nessas práticas. Para tanto, partiu-se do método fenomenológico, com a adoção da categoria de análise Território. Foram adotados os seguintes procedimentos metodológicos como forma de operacionalização da investigação: levantamento bibliográfico; encontros e entrevistas semiestruturadas; observação de campo e caminhada transversal para melhor entender à visão, representações e relações estabelecidas, por tais comunidades, com o Território.
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É este o contexto vivido pelas comunidades Campinho e Capim Puba, aqui analisadas, que foram expropriadas de suas terras de uso comum - os domínios de chapadas -, em processo iniciado na década de 1970, para o plantio generalizado de eucalipto, fonte de abastecimento da indústria siderúrgica. Vale ressaltar que os moradores aí domiciliados não possuíam os títulos de dominialidade, o que legalmente caracterizava tais terras como devolutas, ou seja, terras da União. No discurso oficial, a silvicultura nessas terras representaria o desenvolvimento para o Vale, considerado como o Vale da “miséria” e da “pobreza”. Porém, no processo de implementação de tais empreendimentos, desconsiderou-se a singularidade da população local e o manejo dos recursos naturais praticado tradicionalmente, sem degradação ambiental. Posto isso, este trabalho objetiva essencialmente compreender os processos de desterritorialização das comunidades de Campinho e Capim Puba diretamente associados à implantação da monocultura do eucalipto e suas implicações socioambientais para problematizar, a seguir, sobre o contexto atual do processo de reterritorialização. Para tanto, pretendeu-se compreender como se deu a implementação desta atividade econômica, buscando em paralelo, elucidar os processos de desterritorialização e reterritorialização das comunidades, e, procurando ainda, melhor entender a relação entre os manejos agrícolas, sua relação com a biodiversidade e os efeitos da silvicultura nessas práticas. Para tanto, partiu-se do método fenomenológico, com a adoção da categoria de análise Território. Foram adotados os seguintes procedimentos metodológicos como forma de operacionalização da investigação: levantamento bibliográfico; encontros e entrevistas semiestruturadas; observação de campo e caminhada transversal para melhor entender à visão, representações e relações estabelecidas, por tais comunidades, com o Território.The Jequitinhonha Valley has, among its communities, Campinho and Capim Puba, analyzed here, that were expropriated from their common land - the domains of plateaus -, in a process initiated in the 1970s, for the generalized planting of eucalyptus, a source supply chain for the steel industry. It is worth mentioning that the residents domiciled there did not have the titles of dominance, which legally characterized these lands as vacant, that is, Union lands. In the official discourse, forestry in these lands would represent the development for Vale, considered as Vale da “Misery” and “poverty”. However, in the process of implementing such enterprises, the singularity of the local population and the management of natural resources traditionally practiced without environmental degradation were disregarded. That said, this work essentially aims to understand the processes of deterritorialization of the communities of Campinho and Capim Puba directly associated with the implementation of monoculture eucalyptus and their socio-environmental implications to discuss, next, the current context of the process of reterritorialization and " sociogeobiodiversidade ". To this end, it was intended to understand how the implementation of this economic activity took place, seeking, in parallel, to elucidate the processes of deterritorialization and reterritorialization of communities, and, also seeking to better understand the relationship between agricultural management, its relationship with biodiversity and the effects of forestry on these practices. For that, we started from the phenomenological method, with the adoption of the category of analysis Territory. The following methodological procedures were adopted as a way of operationalizing the investigation: bibliographic survey; semi-structured meetings and interviews; participant observation and transversal walk to better understand the vision, representations and relationships established, by such communities, with the Territory.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAGeografia humana – Minas GeraisFenomenologiaTerritorialidade humanaEucalipto – CultivoJequitinhonha, Rio, Vale (MG e BA)Monocultivo de eucaliptoDesterritorializaçãoReterritorializaçãoTerritórioConflitos(Re)existência e protagonismo etnoambiental: aspectos do processo de reterritorialização de comunidades quilombolas de Virgem da Lapa, no Médio Jequitinhonhainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL2020_dissertação_adiliajardimsilva_igc_ufmg_final_novembro.docx.pdf2020_dissertação_adiliajardimsilva_igc_ufmg_final_novembro.docx.pdfapplication/pdf5748991https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35140/1/2020_disserta%c3%a7%c3%a3o_adiliajardimsilva_igc_ufmg_final_novembro.docx.pdf7e6c6e9d65f516f7de7e3139da3120b2MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35140/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/351402021-03-09 09:57:12.471oai:repositorio.ufmg.br:1843/35140TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-03-09T12:57:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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