O éthos urbanístico do Acaba Mundo: estabilização, manutenção e reprodução do modelo de canalizações de cursos d’água desde a construção de Belo Horizonte

• Autor(a) principal: Danilo de Carvalho Botelho Almeida
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34224
• topic: Belo Horizonte; éthos urbanístico; Acaba Mundo; canalização; modelo hegemônico de cidade; paradigma dominante; cursos d’água

Belo Horizonte torna-se a primeira experiência de implementação de um modelo de cidade que, aqui, tem por função simbólica expressar o ideário liberal positivista da então recente república brasileira: ordem e progresso. A imagem da nova capital deve conotar modernidade, avanços técnicos e tecnológicos voltados para a salubridade e a higiene e para a circulação (de produtos, pessoas e águas). A partir desta pesquisa, entende-se que o modelo implantado em Belo Horizonte se tornou hegemônico, sendo reproduzido até os dias de hoje, constituindo o que aqui é denominado éthos urbanístico. Entende-se que todo desenvolvimento tecnológico é uma construção social e se consolida a partir da estabilização, manutenção e, consequentemente, sua reprodução. Com o intuito de conceituar o éthos urbanístico, tomou-se como estudo de caso o processo de canalização do córrego Acaba Mundo, que vem sofrendo intervenções desde a construção de Belo Horizonte, no final do século XIX. Sua escolha se baseou no entendimento que as ações empreendidas ao longo do tempo em sua canalização podem ser cotejadas aos demais cursos d’água, representando uma prática realizada até os dias atuais, sem uma ruptura com o paradigma dominante.