Previdência social e desigualdade racial no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/AMSA-7UTKQD |
Resumo: | Este trabalho analisa a redistribuição da renda entre negros e brancos gerada pelo sistema previdenciário brasileiro. São utilizadas três abordagens distintas, porém complementares. A primeira abordagem estima o efeito da previdência social sobre a pobreza e desigualdade de renda entre idosos negros e brancos. A segunda abordagem examina em que medida a previdência social transfere recursos entre brancos e negros de uma mesma coorte, dimensionando os efeitos das regras previdenciárias e dos diferenciais de mortalidade por raça sobre essa transferência. A última abordagem mensura a transferência de renda previdenciária que ocorre no período entre negros e brancos, com destaque para o efeito das diferenças na composição etária de cada raça. Os resultados indicam que a Previdência Social diminui a desigualdade de renda, por raça, entre os idosos e retira grande parte da população idosa da pobreza, principalmente a população negra. Além disso, os resultados mostram que, mantendo-se inalteradas as atuais regras da Previdência Social, a taxa de retorno dos negros, ao longo do ciclo de vida, será maior do que a dos brancos, indicando que há transferência líquida de renda dos brancos para os negros no ciclo de vida. Isso é explicado pelo maior efeito progressivo das normas previdenciárias sobre a distribuição da renda, relativamente ao efeito regressivo dos diferenciais de mortalidade. Na perspectiva de período, entretanto, praticamente não há transferência de renda previdenciária entre os dois grupos raciais, porque o efeito progressivo das regras previdenciárias é compensado por uma proporção menor de idosos entre os negros relativamente aos brancos. Conclui-se que, apesar do favorecimento dos negros pelas regras da previdência fazer com que os brancos recebam retornos financeiros menores no ciclo de vida, estas mesmas normas equilibram a participação de ambos os grupos no orçamento previdenciário, impedindo que, no período, os negros contribuam mais do que recebem em benefícios. |
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Simone WajnmanCassio Maldonado TurraBernardo Lanza QueirozJose Alberto Magno de CarvalhoPaola La Guardia Zorzin2019-08-10T15:23:22Z2019-08-10T15:23:22Z2008-10-15http://hdl.handle.net/1843/AMSA-7UTKQDEste trabalho analisa a redistribuição da renda entre negros e brancos gerada pelo sistema previdenciário brasileiro. São utilizadas três abordagens distintas, porém complementares. A primeira abordagem estima o efeito da previdência social sobre a pobreza e desigualdade de renda entre idosos negros e brancos. A segunda abordagem examina em que medida a previdência social transfere recursos entre brancos e negros de uma mesma coorte, dimensionando os efeitos das regras previdenciárias e dos diferenciais de mortalidade por raça sobre essa transferência. A última abordagem mensura a transferência de renda previdenciária que ocorre no período entre negros e brancos, com destaque para o efeito das diferenças na composição etária de cada raça. Os resultados indicam que a Previdência Social diminui a desigualdade de renda, por raça, entre os idosos e retira grande parte da população idosa da pobreza, principalmente a população negra. Além disso, os resultados mostram que, mantendo-se inalteradas as atuais regras da Previdência Social, a taxa de retorno dos negros, ao longo do ciclo de vida, será maior do que a dos brancos, indicando que há transferência líquida de renda dos brancos para os negros no ciclo de vida. Isso é explicado pelo maior efeito progressivo das normas previdenciárias sobre a distribuição da renda, relativamente ao efeito regressivo dos diferenciais de mortalidade. Na perspectiva de período, entretanto, praticamente não há transferência de renda previdenciária entre os dois grupos raciais, porque o efeito progressivo das regras previdenciárias é compensado por uma proporção menor de idosos entre os negros relativamente aos brancos. Conclui-se que, apesar do favorecimento dos negros pelas regras da previdência fazer com que os brancos recebam retornos financeiros menores no ciclo de vida, estas mesmas normas equilibram a participação de ambos os grupos no orçamento previdenciário, impedindo que, no período, os negros contribuam mais do que recebem em benefícios.This work analyses the redistribution of income generated by the Brazilian Social Security between the Black and the White people. Three distinctive and complementary approaches were used to analyze the issue. The first approach estimates the effect of Social Security on the poverty and the income between the Black elderly and the White ones. The second one examines in which way Social Security transfers economic resources among the Black and the White at the same cohorte, measuring the effects of the insurances rules and the mortality at each race in this transferences. The last one, measures the transference of insurance`s income among the Black and the White at a period concerning their age range. The results indicate that the Social Security decreases the income difference when it comes to race, among elderly, and brought up great part of elderly from the poverty, mainly black elderly. Besides that, the results, when keeping untouchable the actual rules of the Social Security Program, show that the rate of return of the Black people, in terms of life-cycle income, will be bigger than the White ones, indicating the transference of income from the White to the Black ones. That is due to the larger progressive effect of the programs rules applied on the income distribution, relatively to the lower regressive effect of the differentials of mortality. At the period perspective, practically there is no transference of social insurance income among the two racial groups, because the progressive effect of the social insurance rules is compensated for a less proportion of elderly among Blacks. It is possible to conclude that, even though the rules prefer lower rates of return to the White people, these same laws balance the participation of these groups at the Social Security budget, avoiding that, at a certain time, the black contribute more than the income they receive.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRenda Distribuição BrasilPrevidência social BrasilDiscriminação racial BrasiltransferênciasPrevidência socialdesigualdaderaçarendaPrevidência social e desigualdade racial no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALpaola_la_guardia_zorzin.pdfapplication/pdf739644https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-7UTKQD/1/paola_la_guardia_zorzin.pdfd1200055168e7f0c10d1b8630d0d5de4MD51TEXTpaola_la_guardia_zorzin.pdf.txtpaola_la_guardia_zorzin.pdf.txtExtracted texttext/plain312815https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-7UTKQD/2/paola_la_guardia_zorzin.pdf.txt8b66e37a71952613e6516eac5c3dc114MD521843/AMSA-7UTKQD2019-11-14 10:25:25.353oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-7UTKQDRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:25:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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