Mecanismo físico-químico de aderência na interface argamassa modificada com polímeros/cerâmica de revestimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alexandra Ancelmo Piscitelli Mansur
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MAPO-7RCP68
Resumo: Os revestimentos cerâmicos têm sido utilizados ao longo dos anos para acabamento de fachadas de edificação pelas suas qualidades técnicas e estéticas. No entanto, a ocorrência de problemas de destacamentos de placas dos edifícios tem levado à diminuição do uso de placas cerâmicas e a busca por materiais alternativos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é avaliar os mecanismos de formação da interface placa cerâmica/argamassa de modo a possibilitar a melhoria desta interface visando uma maior durabilidade dos sistemas de revestimentos cerâmicos.O estudo foi conduzido utilizando o polímero mais comum em argamassas de assentamento de cerâmicas, o EVA (poli(etileno-co-acetato de vinila)). Foram feitas também avaliações com o PVA (poli(álcool vinílico)) por se tratar de um polímero solúvel em água, com características funcionais similares ao EVA e que também é utilizado como surfactante no processo de produção do EVA. No estudo, foram realizadas as caracterizações das matérias-primas, a avaliação do efeito dos polímeros nas propriedades da argamassa no estado fresco e endurecido, o estudo da influência dos polímeros na hidratação do cimento e, finalmente, a análise das resistências interfaciais e dos mecanismos físico-químicos atuantes nesta interface. Baseado nos resultados obtidos foi proposta modificação química na superfície de placas de revestimento com organosilanos para aumento das interações interfaciais.A partir das análises realizadas, observou-se que a introdução dos polímeros alterou as propriedades reológicas da argamassa implicando em modificação da microestrutura interfacial, quando comparada com a argamassa de referência, mas sem alterar o grau de hidratação em maiores idades. Na formação da interface, para as argamassas modificadas com PVA além de interações fracas de van der Waals observam-se interações através de ligações de hidrogênio entre a superfície hidrofílica da cerâmica e os grupos hidroxilas do PVA. Para o EVA, interações hidrofílicas e de van der Waals ocorrem até que seja verificada a hidrólise do EVA no meio alcalino da argamassa permitindo também o estabelecimento de ligações de hidrogênio. As modificações introduzidas pelo organosilanos foram capazes de promover a melhoria da aderência na interface para argamassas com e sem polímeros, pela possibilidade de interações hidrofóbicas e covalentes somando-se às interações já existentes de van der Waals e ligações de hidrogênio.
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Foram feitas também avaliações com o PVA (poli(álcool vinílico)) por se tratar de um polímero solúvel em água, com características funcionais similares ao EVA e que também é utilizado como surfactante no processo de produção do EVA. No estudo, foram realizadas as caracterizações das matérias-primas, a avaliação do efeito dos polímeros nas propriedades da argamassa no estado fresco e endurecido, o estudo da influência dos polímeros na hidratação do cimento e, finalmente, a análise das resistências interfaciais e dos mecanismos físico-químicos atuantes nesta interface. Baseado nos resultados obtidos foi proposta modificação química na superfície de placas de revestimento com organosilanos para aumento das interações interfaciais.A partir das análises realizadas, observou-se que a introdução dos polímeros alterou as propriedades reológicas da argamassa implicando em modificação da microestrutura interfacial, quando comparada com a argamassa de referência, mas sem alterar o grau de hidratação em maiores idades. Na formação da interface, para as argamassas modificadas com PVA além de interações fracas de van der Waals observam-se interações através de ligações de hidrogênio entre a superfície hidrofílica da cerâmica e os grupos hidroxilas do PVA. Para o EVA, interações hidrofílicas e de van der Waals ocorrem até que seja verificada a hidrólise do EVA no meio alcalino da argamassa permitindo também o estabelecimento de ligações de hidrogênio. As modificações introduzidas pelo organosilanos foram capazes de promover a melhoria da aderência na interface para argamassas com e sem polímeros, pela possibilidade de interações hidrofóbicas e covalentes somando-se às interações já existentes de van der Waals e ligações de hidrogênio.Ceramic tiles have been used for centuries for the exterior facades of buildings. The installation of tiles on exterior walls imparts both durability and aesthetic appeal to the facade and hence it has been a choice for buildings owners. However, failure of ceramic tile systems, with detachment of ceramic pieces from building facades, has caused a significant decrease of new buildings with tiled facades owing to the insufficient assurances provided by tiling performance. Also ceramictiles choice is being replaced by alternative materials and solutions which are capable of offering comparable visual appeal and equivalent functional performance. In this sense, the object of this work was evaluate the nature of interactions between ceramic tiles and polymer modified mortars in order to improve adhesion between tiles and polymer. The work was developed using EVA (poly(ethylene-co-vinyl acetate) and PVA (poly(vinyl alcohol)) as cement modifiers because redispersible powders based on EVA are the standard polymer base of the market. PVA is a water soluble polymer with the same chemical groups of interest and it is used as EVA emulsion stabilizer. This work includes materials characterization, evaluation of polymers stability in alkaline medium and polymers influence on fresh and hardenedmortar properties. Finally, adherence resistance measurements were carried out and a nano and micro approach of interface formation was identified. Based on chemical features of these polymers and ceramic tiles, only the weak van der Waals forces and hydrogen bonds may beexpected to be developed between tiles and polymer. Then the use organosilanes as primers was proposed in order to enhance better adhesion between tiles and mortar. Amino, mercapto, vinyl, methacrylic, and isocyanate groups were chosen as reactive groups of silanes for evaluating their compatibility with polymer and cement. In order to assess the effect on adhesion properties, unmodified and modified glass tiles were installed onto a cement based substrate using mortars with and without polymer (PVA and EVA) and pull-off tests were conducted. The adherence results were quite variable with some functional groups were able to improve adherence with unmodified mortars in more than 500%. The measured values reflected the overall balance of silane, cement and polymer features including reactive organofunctional group, organic spacer group, hydrophobic/hydrophilic features, kind of interactions developed between silane and polymer and silane and cement, including covalent bonds.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEngenharia metalúrgicaEngenharia de minasArgamassasCerâmicas de revestimentoInterfaceMecanismo físico-químico de aderência na interface argamassa modificada com polímeros/cerâmica de revestimentoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALalexandra_ancelmo_mansur.pdfapplication/pdf6475865https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MAPO-7RCP68/1/alexandra_ancelmo_mansur.pdfbd1732cf854866b4438cdfda88ed9466MD51TEXTalexandra_ancelmo_mansur.pdf.txtalexandra_ancelmo_mansur.pdf.txtExtracted texttext/plain670410https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MAPO-7RCP68/2/alexandra_ancelmo_mansur.pdf.txt86f9e72531d8c66370a9021ca5a211b5MD521843/MAPO-7RCP682019-11-14 07:25:36.038oai:repositorio.ufmg.br:1843/MAPO-7RCP68Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:25:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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