O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vanessa Dias de Araújo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36309
Resumo: O que é isso que vejo no mundo? A violação das pessoas vegetais, animais, minerais e, de ecossistemas inteiros. O que está por trás disso que vejo? E, ainda, posso me atrever a sonhar caminhos de enfrentamento e, talvez, de cura? O texto que tem em mãos parte dessas inquietudes latentes no peito de uma geógrafa com pretensões de lesma e erva rasteira. Ele atravessa e é atravessado pelo tema da Tragédia Ambiental anunciada e em curso - busca, essencialmente, compreendê-la através do diálogo entre geografia, ecologia e espiritualidade. Essa busca central vem de algumas de minhas intuições mais antigas: a de que a dessacralização da Natureza empreendida pelo cristianismo é o cerne da funesta situação ecológica da Terra; e, por sua vez, de que a sacralização da Natureza inspira a conservação da biodiversidade e, por isso, pode ser o caminho de combate ao horror. Esta dissertação não se trata de uma miríade de páginas lotadas de conceitos e raciocínios – é, antes, aventura instintiva, poética, onírica. Não se pretende acadêmica, pelo contrário, é carne viva e respira. Diante de tudo isso - um texto vivo lotado de urgências e, um peito ardente lotado da ânsia em compreender o sofrimento do mundo para, quem sabe, sonhar antídotos - concebi um Método Selvagem que fosse livre de tudo, inclusive de mim e de ti. Composto de três movimentos instintivos - rosnar, farejar e uivar – o método levou a que o texto assumisse as formas animais da onça, do javali e do lobo, para: 1) denunciar, através da arte literária, as múltiplas faces do Monstro do Crescimento que viola e consome a Terra continuamente; 2) rastrear as raízes filosóficas e teológicas da Tragédia a partir da contribuição prática e teórica da Ecologia Profunda e do Ecofeminismo; e, 3) identificar as relações entre sacralização da Natureza e conservação da biodiversidade. Essa aventura poético-instintiva culminou em uma experiência geográfica dolorosa, claustrofóbica e, ao mesmo tempo, absolutamente necessária, ao passo que revelou os filamentos ocultos que ligam a Tragédia Ambiental à filosofia, à ciência moderna, ao utilitarismo capitalista e, essencialmente, à teologia cristã. Mas o fim do caminho, que na verdade é sempre início de outro, desvelou um horizonte infinito de possibilidades para a relação Homo sapiens-Natureza – todas elas atreladas à recuperação do nosso vínculo sagrado com a Terra. Essa recuperação inclui uma transformação profunda dos valores, crenças e normas que regem o comportamento ambiental no ocidente: substituir o antropocentrismo pelo biocentrismo, o domínio pela integração, o utilitarismo pela celebração, mas, principalmente, o patriarcado de Deus pelo matriarcado da Terra. Estamos todos entrelaçados pelo antigo e permanente laço biosférico e essa é nossa única verdade. Somos terrenos. Urge despertarmos para nossa ancestralidade telúrica e retomarmos nosso lugar na Teia da Vida – e as culturas humanas que defendem a Terra como nosso único e sagrado lar podem nos apontar o caminho.
id UFMG_3e47b2a925f1fded0792d9c8ffdd06b6
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/36309
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Bernardo Machado Gontijohttp://lattes.cnpq.br/0882015654292509Virgínia de Lima PalharesMaria Luiza Grossi AraújoFábio Soares de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/5678742601629180Vanessa Dias de Araújo2021-06-04T14:36:59Z2021-06-04T14:36:59Z2021-01-27http://hdl.handle.net/1843/36309O que é isso que vejo no mundo? A violação das pessoas vegetais, animais, minerais e, de ecossistemas inteiros. O que está por trás disso que vejo? E, ainda, posso me atrever a sonhar caminhos de enfrentamento e, talvez, de cura? O texto que tem em mãos parte dessas inquietudes latentes no peito de uma geógrafa com pretensões de lesma e erva rasteira. Ele atravessa e é atravessado pelo tema da Tragédia Ambiental anunciada e em curso - busca, essencialmente, compreendê-la através do diálogo entre geografia, ecologia e espiritualidade. Essa busca central vem de algumas de minhas intuições mais antigas: a de que a dessacralização da Natureza empreendida pelo cristianismo é o cerne da funesta situação ecológica da Terra; e, por sua vez, de que a sacralização da Natureza inspira a conservação da biodiversidade e, por isso, pode ser o caminho de combate ao horror. Esta dissertação não se trata de uma miríade de páginas lotadas de conceitos e raciocínios – é, antes, aventura instintiva, poética, onírica. Não se pretende acadêmica, pelo contrário, é carne viva e respira. Diante de tudo isso - um texto vivo lotado de urgências e, um peito ardente lotado da ânsia em compreender o sofrimento do mundo para, quem sabe, sonhar antídotos - concebi um Método Selvagem que fosse livre de tudo, inclusive de mim e de ti. Composto de três movimentos instintivos - rosnar, farejar e uivar – o método levou a que o texto assumisse as formas animais da onça, do javali e do lobo, para: 1) denunciar, através da arte literária, as múltiplas faces do Monstro do Crescimento que viola e consome a Terra continuamente; 2) rastrear as raízes filosóficas e teológicas da Tragédia a partir da contribuição prática e teórica da Ecologia Profunda e do Ecofeminismo; e, 3) identificar as relações entre sacralização da Natureza e conservação da biodiversidade. Essa aventura poético-instintiva culminou em uma experiência geográfica dolorosa, claustrofóbica e, ao mesmo tempo, absolutamente necessária, ao passo que revelou os filamentos ocultos que ligam a Tragédia Ambiental à filosofia, à ciência moderna, ao utilitarismo capitalista e, essencialmente, à teologia cristã. Mas o fim do caminho, que na verdade é sempre início de outro, desvelou um horizonte infinito de possibilidades para a relação Homo sapiens-Natureza – todas elas atreladas à recuperação do nosso vínculo sagrado com a Terra. Essa recuperação inclui uma transformação profunda dos valores, crenças e normas que regem o comportamento ambiental no ocidente: substituir o antropocentrismo pelo biocentrismo, o domínio pela integração, o utilitarismo pela celebração, mas, principalmente, o patriarcado de Deus pelo matriarcado da Terra. Estamos todos entrelaçados pelo antigo e permanente laço biosférico e essa é nossa única verdade. Somos terrenos. Urge despertarmos para nossa ancestralidade telúrica e retomarmos nosso lugar na Teia da Vida – e as culturas humanas que defendem a Terra como nosso único e sagrado lar podem nos apontar o caminho.What is this that I see in the world? The violation of people, plants, animals, minerals and entire ecosystems. What is behind this that I see? And yet, can I dare to dream ways of coping and, perhaps, of healing? The text that has in hand part of these latent concerns in the chest of a geographer with pretensions of slug and low grass. It crosses and is crossed by the theme of the Environmental Tragedy announced and in progress - it seeks, essentially, to understand it through the dialogue between geography, ecology and spirituality. This central search comes from some of my oldest intuitions: that the desecration of Nature undertaken by Christianity is at the heart of the earth's dire ecological situation; and, in turn, that the sacralization of Nature inspires the conservation of biodiversity and, therefore, can be the way to fight horror. This dissertation is not a myriad of pages full of concepts and reasoning - it is, rather, an instinctive, poetic, dreamlike adventure. It is not intended to be academic, on the contrary, it is raw meat and breathes. In the face of all this - a living text full of urgencies and a burning chest full of longing to understand the suffering of the world so that, perhaps, to dream antidotes - I conceived a Wild Method that would be free of everything, including me and you. Composed of three instinctive movements - growling, sniffing and howling - the method led the text to assume the animal forms of the jaguar, wild boar and wolf, to: 1) denounce, through literary art, the multiple faces of the Growth Monster that violates and consumes the Earth continuously; 2) to trace the philosophical and theological roots of Tragedy from the practical and theoretical contribution of Deep Ecology and Ecofeminism; and, 3) to identify the relationship between the sacredness of Nature and the conservation of biodiversity. This poetic-instinctive adventure culminated in a painful, claustrophobic and, at the same time, absolutely necessary geographical experience, while it revealed the hidden strands that link Environmental Tragedy to philosophy, modern science, capitalist utilitarianism and, essentially, theology Christian. But the end of the path, which in fact is always the beginning of another, has revealed an infinite horizon of possibilities for the relationship Homo sapiens-Nature - all of which are linked to the recovery of our sacred bond with the Earth. This recovery includes a profound transformation of the values, beliefs and norms that govern environmental behavior in the West: replacing anthropocentrism by biocentrism, dominance by integration, utilitarianism by celebration, but, above all, the patriarchate of God by the matriarchy of the Earth. We are all intertwined by the ancient and permanent biospheric bond and that is our only truth. We are earthly. There is an urgent need to wake up to our telluric ancestry and retake our place in the Web of Life - and the human cultures that defend the Earth as our only and sacred home can point the way for us.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessGeografiaO SagradoEcofeminismoBiodiversidadeProteção ambientalSagradoTerraAncestralidadeBiodiversidadeConservaçãoEspiritualidadeEcofeminismoO mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vidaThe world is full of gods: sacralization of nature and conservation of lifeEl mundo está lleno de dioses: sacralización de la naturaleza y conservación de la vidainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação_Vanessa_Araújo_2021.pdfDissertação_Vanessa_Araújo_2021.pdfDissertação de Mestrado - Vanessa Araújo - 2021application/pdf5935513https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36309/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Vanessa_Ara%c3%bajo_2021.pdf161ebb632bf42ce56f1c15f89682938dMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36309/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36309/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/363092021-06-04 11:36:59.098oai:repositorio.ufmg.br:1843/36309TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-06-04T14:36:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The world is full of gods: sacralization of nature and conservation of life
El mundo está lleno de dioses: sacralización de la naturaleza y conservación de la vida
title O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
spellingShingle O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
Vanessa Dias de Araújo
Sagrado
Terra
Ancestralidade
Biodiversidade
Conservação
Espiritualidade
Ecofeminismo
Geografia
O Sagrado
Ecofeminismo
Biodiversidade
Proteção ambiental
title_short O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
title_full O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
title_fullStr O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
title_full_unstemmed O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
title_sort O mundo está repleto de deuses: sacralização da natureza e conservação da vida
author Vanessa Dias de Araújo
author_facet Vanessa Dias de Araújo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Bernardo Machado Gontijo
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0882015654292509
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Virgínia de Lima Palhares
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Maria Luiza Grossi Araújo
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fábio Soares de Oliveira
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5678742601629180
dc.contributor.author.fl_str_mv Vanessa Dias de Araújo
contributor_str_mv Bernardo Machado Gontijo
Virgínia de Lima Palhares
Maria Luiza Grossi Araújo
Fábio Soares de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Sagrado
Terra
Ancestralidade
Biodiversidade
Conservação
Espiritualidade
Ecofeminismo
topic Sagrado
Terra
Ancestralidade
Biodiversidade
Conservação
Espiritualidade
Ecofeminismo
Geografia
O Sagrado
Ecofeminismo
Biodiversidade
Proteção ambiental
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Geografia
O Sagrado
Ecofeminismo
Biodiversidade
Proteção ambiental
description O que é isso que vejo no mundo? A violação das pessoas vegetais, animais, minerais e, de ecossistemas inteiros. O que está por trás disso que vejo? E, ainda, posso me atrever a sonhar caminhos de enfrentamento e, talvez, de cura? O texto que tem em mãos parte dessas inquietudes latentes no peito de uma geógrafa com pretensões de lesma e erva rasteira. Ele atravessa e é atravessado pelo tema da Tragédia Ambiental anunciada e em curso - busca, essencialmente, compreendê-la através do diálogo entre geografia, ecologia e espiritualidade. Essa busca central vem de algumas de minhas intuições mais antigas: a de que a dessacralização da Natureza empreendida pelo cristianismo é o cerne da funesta situação ecológica da Terra; e, por sua vez, de que a sacralização da Natureza inspira a conservação da biodiversidade e, por isso, pode ser o caminho de combate ao horror. Esta dissertação não se trata de uma miríade de páginas lotadas de conceitos e raciocínios – é, antes, aventura instintiva, poética, onírica. Não se pretende acadêmica, pelo contrário, é carne viva e respira. Diante de tudo isso - um texto vivo lotado de urgências e, um peito ardente lotado da ânsia em compreender o sofrimento do mundo para, quem sabe, sonhar antídotos - concebi um Método Selvagem que fosse livre de tudo, inclusive de mim e de ti. Composto de três movimentos instintivos - rosnar, farejar e uivar – o método levou a que o texto assumisse as formas animais da onça, do javali e do lobo, para: 1) denunciar, através da arte literária, as múltiplas faces do Monstro do Crescimento que viola e consome a Terra continuamente; 2) rastrear as raízes filosóficas e teológicas da Tragédia a partir da contribuição prática e teórica da Ecologia Profunda e do Ecofeminismo; e, 3) identificar as relações entre sacralização da Natureza e conservação da biodiversidade. Essa aventura poético-instintiva culminou em uma experiência geográfica dolorosa, claustrofóbica e, ao mesmo tempo, absolutamente necessária, ao passo que revelou os filamentos ocultos que ligam a Tragédia Ambiental à filosofia, à ciência moderna, ao utilitarismo capitalista e, essencialmente, à teologia cristã. Mas o fim do caminho, que na verdade é sempre início de outro, desvelou um horizonte infinito de possibilidades para a relação Homo sapiens-Natureza – todas elas atreladas à recuperação do nosso vínculo sagrado com a Terra. Essa recuperação inclui uma transformação profunda dos valores, crenças e normas que regem o comportamento ambiental no ocidente: substituir o antropocentrismo pelo biocentrismo, o domínio pela integração, o utilitarismo pela celebração, mas, principalmente, o patriarcado de Deus pelo matriarcado da Terra. Estamos todos entrelaçados pelo antigo e permanente laço biosférico e essa é nossa única verdade. Somos terrenos. Urge despertarmos para nossa ancestralidade telúrica e retomarmos nosso lugar na Teia da Vida – e as culturas humanas que defendem a Terra como nosso único e sagrado lar podem nos apontar o caminho.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-06-04T14:36:59Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-06-04T14:36:59Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-01-27
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/36309
url http://hdl.handle.net/1843/36309
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Geografia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv IGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36309/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Vanessa_Ara%c3%bajo_2021.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36309/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36309/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 161ebb632bf42ce56f1c15f89682938d
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589462808068096