Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Andrea Mara MacedoSergio Danilo Junho PenaEliane Lages SilvaJose Franco da SilveiraOlindo Assis Martins-filhoSantuza Maria Ribeiro TeixeiraSergio Danilo Junho PenaHelder Magno Silva Valadares2019-08-14T02:02:02Z2019-08-14T02:02:02Z2007-08-14http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9BMFCDA doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, apresenta diferentes manifestações clínicas, resultantes de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais, tanto do hospedeiro quanto do parasito. Com relação aos fatores genéticos do parasito, uma variedade de estudos biológicos e moleculares revelou uma substancial variabilidade genética entre as cepas de T. cruzi. A análise de perfis de microssatélites é uma técnica poderosa para acessar a variabilidade genética em eucariotos e pode ser utilizada para distinguir os indivíduos ou populações de diferentes espécies. Estudos anteriores, usando oito loci de microssatélites compostos de dinucleotídeos, trouxeram informações valiosas sobre a estrutura das populações de T. cruzi. Entretanto, devido à metodologia empregada no isolamento desses loci, o tamanho das seqüências flanqueadoras das repetições é muito reduzido, o que dificulta o desenho de novos iniciadores que permitam bons níveis de amplificação por PCR. Além disso, loci de dinucleotídeos, em geral, são mais susceptíveis ao fenômeno da derrapagem da DNA polimerase, o que certamente dificulta as análises. No presente trabalho, nós descrevemos novos loci de microssatélites adequados para a caracterização de T. cruzi em amostras biológicas que usualmente apresentam quantidades limitantes do DNA do parasito. Para isto, e aproveitando os dados obtidos do projeto genoma de T. cruzi, nós avaliamos a abundância, composição e distribuição de microssatélites perfeitos constituídos por motivos de di, tri e tetranucleotídeos no genoma de T. cruzi. Em geral, os loci de microssatélites foram cerca de 12 vezes menos freqüentes em regiões codificantes quando comparados com as regiões não codificantes do genoma de T. cruzi, onde as repetições de dinucleotídeos foram mais abundantes (47,6%). Entretanto, as repetições de trinucleotídeos foram os microssatélites mais comuns dentro das regiões codificantes. Usando o programa Tandem Repeats Finder, foi possível identificar e caracterizar inicialmente sete novos loci de microssatélites seis compostos por repetições de trinucleotídeos(TcTAC15, TcTAT20, TcAAT8, TcATT14, TcGAG10 e TcCAA10) e um composto por repetições de tetranucleotídeos (TcAAAT6). Todos eles, exceto o locus TcCAA10, foram fisicamente mapeados em distintas regiões intergênicas do cromossomo III de CL Brener. Constratando, o locus TcCAA10 foi localizado dentro de uma região codificante para uma proteína hipotética no genoma de T. cruzi. Todos estes loci de microssatélites foram polimórficos e, portanto, úteis para estudos de variabilidade genética de T. cruzi. Resultados notáveis foram obtidos com as análises dos tamanhos dos alelos amplificados para o locus TcTAC15. Com a utilização deste locus foi possível separar as cepas pertencentes à linhagem T. cruzi I daquelas pertencentes às linhagens T. cruzi II, T. cruzi III e híbridos. Para estabelecer um ensaio de PCR mais sensível, nós desenhamos pares extras de iniciadores para cada locus, de forma a permitir o uso de protocolos de full nested PCR. Demonstramos que, utilizando esse tipo de estratégia, foi possível detectar e diferenciar cepas presentes em tecidos humanos e de camundongos infectados. Além disso, foi possível também amplificar DNA do parasito diretamente em células únicas separadas através do FACS Cell Sorter. Para realizar isto, o procedimento para a separação de células únicas pelo FACS Cell Sorter foi otimizado e uma PCR multiplex foi desenvolvida. Até o momento, duas populações artificialmente(JG+Col1.7G2 e Silvio X10 cl1+Esmeraldo cl3) e duas naturalmente (Berenice-78 25B e A316A R7) mistas foram analisadas após a separação em células únicas. Em todos os casos, nós pudemos separar e identificar as subpopulações presentes nas populações policlonais. O isolado Be-78 25B mostrou-se constituído por no mínimodois clones: um similar à cepa Berenice-62 e pertencente à linhagem T. cruzi II (DTU IIb) e o outro pertencente ao grupo das cepas híbridas (DTU IId). O isolado A316A R7 foi também constituído por dois clones: um pertencente à linhagem T. cruzi I (DTU I) e o outro pertencente à linhagem T. cruzi II (DTU IIb). Finalmente, no presente trabalho, nós analisamos também casos de transmissão congênita da doença de Chagas de três regiões endêmicas distintas (Minas Gerais e Rio Grande do Sul, Brasil, e Buenos Aires, Argentina). As análises dos perfis de microssatélites mostraram uma perfeita identidade genotípica entre os pares mães-filhos analisados, corroborando com o diagnóstico de infecção congênita para estes casos. As análises de microssatélites associadas a outros marcadores evolutivamente mais conservados em T. cruzi (rDNA 24S, COII e mini-exon) mostraram que no estado de Minas Gerais, os parasitos isolados de todos os casos congênitos pertencem à linhagem T. cruzi II (DTU IIb), enquanto que os parasitos isolados dos casos congênitos do estado do Rio Grande do Sul e Argentina pertencem ao grupo das cepas híbridas (DTU IId). É interessante que a prevalência de casos congênitos da doença de Chagas na parte sul do Brasil e Argentina parece ser muito mais elevada do que em Minas Gerais. Então, nós pressupomos que a alta freqüência de casos congênitos da doença de Chagas numa área endêmica está associada com uma maior predominância de populações híbridas de T. cruzi (especialmente do DTU IId) circulantes nesta região.Chagas disease caused by the protozoan Trypanosoma cruzi exhibits distinct clinical manifestations resulting from complex interactions among environmental and genetic factors from both host and parasite. Concerning the parasite genetic factors, a broad range of biological and molecular studies has revealed substantial genetic variability among T. cruzi strains. Microsatellite profiles analysis is a powerful technique to access genetic variability in eukaryotes, and can be used to distinguish individuals or populations of different species. Previous studies usingeight dinucleotide microsatellite loci have provided valuable information about the structure of T. cruzi populations. However, because of the methodology used to isolate these loci, the sequences flanking of the repeats are very short, which makes the design of adequate primers to achieve good amplifications by PCR a difficult task. In addition, dinucleotide loci are especially susceptible to DNA polymerase slippages, which complicate the amplicon analyses. In the present work, we describe new microsatellite loci suitable to T. cruzi characterizationdirectly in biological samples that usually present very little parasite DNA. For that, and taking advantages from the T. cruzi genome sequencing project, we evaluate the abundance, composition and distribution of perfect microsatellites constituted of di, tri and tetranucleotide motifs in the T. cruzi genome. In general, the microsatellite loci were 12 times less frequently in coding regions compared to noncoding regions of the T. cruzi genome, where the dinucleotide repeats were the most abundant (47,6%). However, the trinucleotide repeats were the most common microsatellite within the coding regions. Using the software TandemRepeats Finder it was possible to identify and characterize seven new microsatellite loci six composed by trinucleotide (TcTAC15, TcTAT20, TcAAT8, TcATT14, TcGAG10 and TcCAA10) and one composed by tetranucleotide motifs (TcAAAT6). All, except the TcCAA10 locus, were physically mapped on distinct intergenic regions of the chromosome III of the CL Brener. Contrasting, the TcCAA10 locus was localized within a hypothetical protein gene in T. cruzi genome. All microsatellites were polymorphic and useful for T. cruzi genetic variability studies. Remarkable results were obtained by analyzing the allele sizes of the amplicons for the TcTAC15 locus. By using this locus it was possible to separate the strains belonging to T. cruzi I lineage from those belonging to T. cruzi II, T. cruzi III and hybrid group. To establish a more sensitive PCR assay, we designed extra pairs of primers for each microsatellite locus and used them in Full Nested PCR protocols. By using this strategy we could detect and differentiate T. cruzi strains directly in human and animal infected tissues. Besides, it was also possible to amplify the parasite DNA directly in single cells separated by FACS Cell Sorter. To achieve that, the current procedure for single cells separation by FACS Cell Sorter was optimizedand a multiplex PCR assay was described. Up to now two artificially (JG+Col1.7G2 and SilvioX10 cl1+Esmeraldo cl3) and two naturally (Berenice-78 25B and A316A R7) mixed populations were analyzed after single cell sorting. In all cases we could separate and identify the subpopulations present in the polyclonal populations. The Be-78 25B isolate was composed by at least two clones: one similar to the Berenice-62 strain and belonging to T. cruzi II major lineage (DTU IIb) and another belonging to the hybrid group (DTU IId). The isolate A316A R7 was also constituted by two clones: one belonging to T. cruzi I (DTU I) and another belonging to T. cruzi II lineage (DTU IIb). Finally, in the present work, we analyzed cases of congenital Chagas disease from three distinct endemic regions (Minas Gerais and Rio Grande do Sul, Brazil, and Buenos Aires, Argentine). The microsatellite profiles showed a perfect genotypic identity between the mothers-offspring pairs analyzed, in agreement with the diagnose of congenital infection for these cases. The microsatellite analyses associated to other markers evolutionarily more conserved in T. cruzi (rDNA 24S, COII and mini-exon) showed that in the Minas Gerais state the isolated parasites of all congenital cases belong to T. cruzi II lineage (DTU IIb), whereas the isolated parasites from congenital cases from the Rio Grande do Sul state and Argentine belong to hybrid strains group (DTU IId). It is interesting that the prevalence of congenital cases of Chagas disease in south part of Brazil and Argentine seems to be much higher than in Minas Gerais. Thus, we hypothezed thatthe high frequency of congenital cases of Chagas disease in an endemic area is associated with the higher predominance of T. cruzi hybrid populations (especially from the DTU IId) circulating in this region.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMarcadores molecularesBioquímicaTripanossoma cruziVariabilidade genéticaChagas, Doença deMicrossatélites (Genética)Bioquímica e ImunologiaAnálises populacionais em Trypanosoma cruzi baseadas em microssatélites polimórficos de DNAinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_helder_magno_silva_valadares.pdfapplication/pdf3940062https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9BMFCD/1/tese_helder_magno_silva_valadares.pdf96eda46b0a184a502eb37cdf0eef3410MD51TEXTtese_helder_magno_silva_valadares.pdf.txttese_helder_magno_silva_valadares.pdf.txtExtracted texttext/plain243903https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9BMFCD/2/tese_helder_magno_silva_valadares.pdf.txtb868f9da3194f74394224a5e6a62561bMD521843/BUBD-9BMFCD2019-11-14 03:06:36.58oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9BMFCDRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:06:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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