Adesão à antibioticoprofilaxia cirúrgica para pacientes pediátricos em hospital universitário

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Autor(a) principal: Jose Carlos Matos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8VXHYE
Resumo: Introdução: Estima-se que mais da metade das infecções do sítio cirúrgico possam ser prevenidas pela correta aplicação de recomendações baseadas em evidências científicas, dentre elas a antibioticoprofilaxia cirúrgica. A adesão às recomendações para uso adequado da antibioticoprofilaxia cirúrgica tem sido extensivamente estudada em adultos, porém estudos envolvendo pacientes pediátricos são escassos na literatura científica. Objetivos: avaliar a adesão ao Guia de Antibioticoprofilaxia Cirúrgica do Hospital das Clínicas (GAC/HC) da Universidade Federal de Minas Gerais, relativa às recomendações para pacientes pediátricos submetidos a procedimentos cirúrgicos NISS (National Infection Surveillance System),identificar fatores associados ao uso inadequado dos antibióticos profiláticos e determinar se o mesmo foi um fator associado com a infecção do sítio cirúrgico (ISC). Método: Estudo transversal da linha de base de uma coorte de 730 pacientes pediátricos, delineada para estudo anterior de fatores de risco de infecções de sítio cirúrgico. Os dados foram complementados com revisão dos prontuários dos pacientes. A adesão ou não adesão ao GAC/HC foi avaliadade acordo com os seguintes critérios: indicação, escolha do antibiótico, dose, intervalo, dose intra-operatória, momento de administração da primeira dose e duração da antibioticoprofilaxia. Considerou-se uso adequado da antibioticoprofilaxia cirúrgica (adesão ao Guia) quando todos esses critérios foram seguidos pela equipe cirúrgica e uso inadequado (não adesão ao Guia) quando qualquer um desses critérios não foi seguido. Análises univariada e multivariada foram realizadas para identificar variáveis preditoras da adesão e preditoras de ISC entre fatores específicos do paciente, do procedimento cirúrgico e da equipecirúrgica. A avaliação de associação entre a adesão e ISC e possíveis variáveis preditoras foi realizada pela medida do odds ratio (OR) e intervalos de confiança (IC) de 95%. Para a análise multivariada pelo modelo de regressão logística, foram incluídas todas as variáveiscom p<0,20 na análise univariada. Foram calculados os OR ajustados e respectivos IC 95% para as variáveis que permaneceram no modelo final, considerando-se um nível de significância de p<0,05. Resultados: Investigados 720 pacientes sendo a maioria do sexo masculino (68,5%, n=493), predominando as faixas etárias entre 1 e 5 anos (36%) e acima de 5 anos (38%). Procedimentos de urgência ocorreram em 18% (n=132) dos pacientes, infecção comunitária em 6,9% (n=50) e 6,8% (n=49) eram imunodeprimidos. O tempo pré-operatório foi menor ou igual a 24 horas em 73,9%. Segundo o Indice de Risco de Infecção Cirúrgica (IRIC), 67,9% dos pacientes foram classificados como IRIC zero. Os cirurgiões da equipe A foram responsáveis por 82,5% (n=594) do total de procedimentos. As cirurgias mais freqüentes foram as hernioplastias (30,1%) e as cirurgias do aparelho geniturinário (24%).Cefalotina foi o antibiótico mais prescrito (81,9%). Houve adesão à indicação de antibiótico profilático em 86,7% (n=624) das prescrições, à escolha da droga em 93% (n=294), às doses em 68% (n=215) e ao intervalo de doses em 98,5%. As menores proporções de adesãoespecífica foram para a administração de dose intra-operatória (36%), para o momento de administração (34,2%) e a duração do uso do antibiótico profilático (45,7%). A não adesão ao conjunto das recomendações para antibioticoprofilaxia cirúrgica foi de 54,3%. A mediana de tempo de internação e de tempo pós-operatório foi maior entre os casos de não adesão (p<0,001). Na análise multivariada foram significativos (p<0,05) os procedimentos realizados na urgência (OR=5,6), o IRIC classificado como valor 1 (OR=6,84) e IRIC classificado como valor 2 (OR=3,04), a presença de infecção comunitária (OR=2,77) e o tempo préoperatorio>24 horas (OR=3,79). Na análise multivariada com a ISC como variável dependente foram significativas a faixa etária (<28dias de vida: OR=4,24), os IRIC de valor 1 (OR=1,89) e valor 2 (OR=2,24) e a não adesão global (OR=2,79). Conclusão: Procedimentos de urgência, tempo pré-operatório maior que 24 horas, classificação 1 ou 2 do IRIC e presença de infecção prévia foram fatores significativamente associados ao uso inadequado do GAC/HC. Identificou-se aumento de chance de desenvolver ISC para ospacientes com idade menor ou igual a 28 dias de vida, para os com índice de risco (IRIC) 1 ou 2 e quando não houve adesão global às recomendações para profilaxia. Pacientes para os quais não houve adesão ao GAC/HC tiveram uma chance de desenvolver ISC 2,79 vezesmaior do que os pacientes para os quais o Guia foi usado corretamente.
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spelling Elisabeth Barboza FrançaMaria Aparecida MartinsJose Carlos Matos2019-08-11T02:40:15Z2019-08-11T02:40:15Z2011-05-30http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8VXHYEIntrodução: Estima-se que mais da metade das infecções do sítio cirúrgico possam ser prevenidas pela correta aplicação de recomendações baseadas em evidências científicas, dentre elas a antibioticoprofilaxia cirúrgica. A adesão às recomendações para uso adequado da antibioticoprofilaxia cirúrgica tem sido extensivamente estudada em adultos, porém estudos envolvendo pacientes pediátricos são escassos na literatura científica. Objetivos: avaliar a adesão ao Guia de Antibioticoprofilaxia Cirúrgica do Hospital das Clínicas (GAC/HC) da Universidade Federal de Minas Gerais, relativa às recomendações para pacientes pediátricos submetidos a procedimentos cirúrgicos NISS (National Infection Surveillance System),identificar fatores associados ao uso inadequado dos antibióticos profiláticos e determinar se o mesmo foi um fator associado com a infecção do sítio cirúrgico (ISC). Método: Estudo transversal da linha de base de uma coorte de 730 pacientes pediátricos, delineada para estudo anterior de fatores de risco de infecções de sítio cirúrgico. Os dados foram complementados com revisão dos prontuários dos pacientes. A adesão ou não adesão ao GAC/HC foi avaliadade acordo com os seguintes critérios: indicação, escolha do antibiótico, dose, intervalo, dose intra-operatória, momento de administração da primeira dose e duração da antibioticoprofilaxia. Considerou-se uso adequado da antibioticoprofilaxia cirúrgica (adesão ao Guia) quando todos esses critérios foram seguidos pela equipe cirúrgica e uso inadequado (não adesão ao Guia) quando qualquer um desses critérios não foi seguido. Análises univariada e multivariada foram realizadas para identificar variáveis preditoras da adesão e preditoras de ISC entre fatores específicos do paciente, do procedimento cirúrgico e da equipecirúrgica. A avaliação de associação entre a adesão e ISC e possíveis variáveis preditoras foi realizada pela medida do odds ratio (OR) e intervalos de confiança (IC) de 95%. Para a análise multivariada pelo modelo de regressão logística, foram incluídas todas as variáveiscom p<0,20 na análise univariada. Foram calculados os OR ajustados e respectivos IC 95% para as variáveis que permaneceram no modelo final, considerando-se um nível de significância de p<0,05. Resultados: Investigados 720 pacientes sendo a maioria do sexo masculino (68,5%, n=493), predominando as faixas etárias entre 1 e 5 anos (36%) e acima de 5 anos (38%). Procedimentos de urgência ocorreram em 18% (n=132) dos pacientes, infecção comunitária em 6,9% (n=50) e 6,8% (n=49) eram imunodeprimidos. O tempo pré-operatório foi menor ou igual a 24 horas em 73,9%. Segundo o Indice de Risco de Infecção Cirúrgica (IRIC), 67,9% dos pacientes foram classificados como IRIC zero. Os cirurgiões da equipe A foram responsáveis por 82,5% (n=594) do total de procedimentos. As cirurgias mais freqüentes foram as hernioplastias (30,1%) e as cirurgias do aparelho geniturinário (24%).Cefalotina foi o antibiótico mais prescrito (81,9%). Houve adesão à indicação de antibiótico profilático em 86,7% (n=624) das prescrições, à escolha da droga em 93% (n=294), às doses em 68% (n=215) e ao intervalo de doses em 98,5%. As menores proporções de adesãoespecífica foram para a administração de dose intra-operatória (36%), para o momento de administração (34,2%) e a duração do uso do antibiótico profilático (45,7%). A não adesão ao conjunto das recomendações para antibioticoprofilaxia cirúrgica foi de 54,3%. A mediana de tempo de internação e de tempo pós-operatório foi maior entre os casos de não adesão (p<0,001). Na análise multivariada foram significativos (p<0,05) os procedimentos realizados na urgência (OR=5,6), o IRIC classificado como valor 1 (OR=6,84) e IRIC classificado como valor 2 (OR=3,04), a presença de infecção comunitária (OR=2,77) e o tempo préoperatorio>24 horas (OR=3,79). Na análise multivariada com a ISC como variável dependente foram significativas a faixa etária (<28dias de vida: OR=4,24), os IRIC de valor 1 (OR=1,89) e valor 2 (OR=2,24) e a não adesão global (OR=2,79). Conclusão: Procedimentos de urgência, tempo pré-operatório maior que 24 horas, classificação 1 ou 2 do IRIC e presença de infecção prévia foram fatores significativamente associados ao uso inadequado do GAC/HC. Identificou-se aumento de chance de desenvolver ISC para ospacientes com idade menor ou igual a 28 dias de vida, para os com índice de risco (IRIC) 1 ou 2 e quando não houve adesão global às recomendações para profilaxia. Pacientes para os quais não houve adesão ao GAC/HC tiveram uma chance de desenvolver ISC 2,79 vezesmaior do que os pacientes para os quais o Guia foi usado corretamente.Introduction: It is estimated that more than half of surgical site infections can be prevented through the proper implementation of recommendations based on scientific evidence, especially for surgical antibiotic prophylaxis. Adherence to recommendations for appropriateuse of surgical antibiotic has been extensively studied in adults, but studies involving only pediatric patients are rare in the literature. Objectives= To assess adherence to the "Guidelines for Surgical Antibiotic Prophylaxis" of Hospital das Clinicas, Universidade Federal de Minas Gerais, with recommendations for pediatric patients undergoing surgical procedures NISS (National Infection Surveillance System), to identify factors associated with inappropriate use of antibiotics prophylactic and determine whether it was a factor associated with surgical site infection (SSI). Method: A cross sectional study from a cohort of 730 pediatric patients, drawn to a previous study of risk factors for surgical site infections. The data were supplemented by reviewing patients' records. Following or not following the local Surgical Antibiotic Prophylaxis Guidelines" were evaluated according to= indication, choice of antibiotic, dose, interval, intraoperative dose, timing of first dose and duration of antibiotic prophylaxis. It was considered inappropriate use (non-compliance) when the recommendation for any of these parameters was not followed. Univariate and multivariate analysis were performed to identify variables that predicted adherence and predictors of surgical siteinfection between patient-specific factors, the surgical procedure and the surgical team. For univariate analysis it was used the chi-square test to assess the association of predictor variables with compliance to the guide and with the same variables with surgical site infection, and variables were considered significant with p <0.05. For logistic regression we selected the variables with p <0.20 in univariate analysis. In the final model statistical significance were considered with p <0.05. Results: Of 720 pacients most were male (68.5%, n = 493), mostly between ages 1 and 5 years (36%) and over 5 years (38%). Emergencyprocedures occurred in 18% (n = 132) of patients, community infection in 6.9% (n = 50) and 6.8% (n = 49) were immunocompromised. The preoperative time was less than or equal to 24 hours in 73.9%. According to the Index of Risk of Surgical Infection (IRIC) 67.9% of patients were classified as zero IRIC. The team of surgeons were responsible for 82.5% (n = 594) of the surgical procedures. Most common surgeries were inguinal (30.1%) and genitourinary surgery (24%). Cephalothin was the most prescribed antibiotic (81.9%). Compli to the indication of prophylactic antibiotics in 86.7% (n = 624), the choice of drug in 93% (n = 294), the dose in 68% (n = 215) and the dose interval in 98.5 % of prescriptions. The lowest rates of compliance were to intraoperative dose (36%), timing (34.2%) and duration of prophylactic antibiotics (45.7%). Adherence to all the recommendations for surgical antibiotic prophylaxiswas 45.7%. There was inappropriate use of the Guide in 54.3% of prescriptions. The median length of stay and time after surgery was higher among the cases of non-adherence (p <0.001). In multivariate logistic regression analysis were significant (p <0.05) proceduresperformed in emergency (OR= 5.6), IRIC = 1 (OR= 6.84) and IRIC = 2 (OR= 3.04), presence of community infection (OR= 2.77) and pre-operative time> 24 hours (OR= 3.79). In multivariate analysis with ISC as the dependent variable were significant age (<28days of life= OR= 4.24), the IRIC = 1 (OR= 1.89) and IRIC = 2 (OR= 2.24) and non-adherence to Surgical Antibiotic prophylaxis Guide (OR= 2.79). Conclusion: emergency procedures, preoperative time greater than 24 hours, classification 1 or 2 of IRIC and presence of previous infection were factors significantly associated with inappropriate use of Surgical Antibiotic Prophylaxis Guide. We identified increased chance of developing SSI for patients aged less than or equal to 28 days, for risk index (IRIC) 1 or 2 and for inappropriate surgical antibiotic prophylaxis. Surgical Antibiotic Prophylaxis Guides misuse has determined a risk ofdeveloping surgical site infection was 2.79 times higher than for patients for whom the guide was used properlUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGCirurgia geralCuidados pré-operatóriosAntibioticoprofilaxiaInfecçãoAssepsiaAdesão à medicaçãoLactentePré-escolarCuidados pós-operatóriosCriançaAdolescenteAntibioticoprofilaxia cirúrgicaInfecçãoAdesãoAvaliação em saúdecirúrgicaAdesão à antibioticoprofilaxia cirúrgica para pacientes pediátricos em hospital universitárioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_mestrado_jos__carlos_matos___052011.pdfapplication/pdf3691113https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VXHYE/1/disserta__o_mestrado_jos__carlos_matos___052011.pdf9133e53036602a62a8caf6cc3c3736caMD51TEXTdisserta__o_mestrado_jos__carlos_matos___052011.pdf.txtdisserta__o_mestrado_jos__carlos_matos___052011.pdf.txtExtracted texttext/plain232023https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VXHYE/2/disserta__o_mestrado_jos__carlos_matos___052011.pdf.txtdf382d270dcc82e6e6fa3c28736499a4MD521843/BUOS-8VXHYE2019-11-14 09:35:16.0oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8VXHYERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:35:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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