A sequência portadora de formação ferrífera da Serra do Morro Escuro, Santa Maria de Itabira, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Flavia Cristina Silveira Braga
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8YREXA
Resumo: O presente estudo trata da caracterização petrográfica-geoquímica da sequência metamórfica encontrada na Serra do Morro Escuro, e seu posicionamento crono-estratígráfico dentro do contexto geológico regional. A área de estudo possui 131 km2 e abrange parte dos municípios de Santa Maria de Itabira, Passabém e Ferros, porção central do estado de Minas Gerais. A sequência é constituída por xistos, quartzitos, formações ferríferas handadas (itabiritos) e metaconglomerado intrudidos por diques/soleiras de anfibolito, todos metamorfisados no fácies anfibolito baixo a intermediário. Diques gabróicos de idade provável mesozóica, sem metamorfismo, cortam a sequência. Corpos da Suíte l3orrachudos estão tectonicamente intercalados na sequência metassedimentar, e compreendem sua fácies mais diferenciada. Gnaisses e migmatitos do Complexo Dona Rita ocorrem nos arredores da serra. Os itabiritos têm composição predominantemente hernatítica e textura xistosa. Itabirito magnetítico ocorre nas proximidades dos corpos de anfibolito. Hornblenda e epidoto, estão sempre presentes com proporção <10% em volume e, usualmente ocorrem próximos a auréola de contato e com os diques de anfibolito. A intrusão dessa rocha gerou metassomatismo de contato na BIF, que se manifesta pela presença de alianita e hornblenda (devido ao metassomatismo de MgO, Al2O3, Na2O e K2O). O conteúdo de SiO2 e Fetotal do itabirito varia de 47,90% a 67,83% e de 19,95% to 36,00% respectivamente. Os dados geoquímicos indicam que a formação ferrífera de Morro Escuro tem características semelhantes às sequências do tipo Lago Superior, depositadas em ambiente plataformal, subóxico a anóxico, no final do paleoproterozóico, distante da fonte de fluidos hidrotermais e livre de contaminação terrígena. O anfibolito possui composição basáltica e associação geoquímica com ambiente continental, intra-placa. Dados isotópicos Sm-Nd apresentam fator Nd fortemente negativo e idades TDM entre 1150 e 1520 Ma. O evento magmático que gerou essa rocha é atribuído à fase de abertura do rifte Araçuai, no início do Neoproterozóico (1000-850 Ma). O empilhamento estratigráfico de Morro Escuro é condizente com as Formações Meloso (xisto e quartzito), Serra do Sapo (itabirito) e Itapanhoacanga (xisto, metaconglomerado e quartzito) do Grupo Serra da Serpentina, O metaconglornerado e o quartzito posicionados sobre o itabirito, e pertencentes a Formação Itapanhoacanga, segundo dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão detrítico, apresentam idade máxima de deposição Estateriana. Esta idade é correlacionável com a da porção basal do Supergrupo Espinhaço (formações Bandeirinha e São João da Chapada). A sequência metassedimentar de Morro Escuro corresponde a uma fatia tectónica de empurrão. A estruturação tectónica e transformações metamórficas nas supracrustais desenvolveram-se ao longo da evolução do cinturão de dobramentos e cavalgamentos que afetou a bacia do Espinhaço e sequências sobrejacentes durante a orogênese Brasiliana (650-550 Ma). As supracrustais e o substrato cristalino foram afetadas com o desenvolvimento de fatias tectônicas imbricadas e tiveram suas estruturas internas obliteradas.
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