Avaliação de microrganismos patogênicos em aerossóis gerados em diferentes processos de tratamento de esgoto

• Autor(a) principal: Carolina Larissa Machado
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/53381
• topic: Bioaerossol; Adenovírus; SARS-CoV-2; AQRM; Patógenos; Trabalhadores de ETE; Haemophilus influenzae; Pseudomonas aeruginosa; Staphylococcus aureus; Engenharia sanitária; Saneamento; Adenovirus; COVID-19 (Doença); Microorganismos patogênicos; Estação de Tratamento de Esgoto (ETE); Haemophilus influenza; Pseudomonas aeruginosa; Estafilococos áureos

O esgoto contém diversos microrganismos patogênicos e, durante as diversas etapas de tratamento, pode ocorrer a formação de aerossóis, constituindo uma fonte potencial de disseminação desses patógenos. Sendo assim, uma análise dos patógenos presentes nos aerossóis gerados em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) se torna necessária para avaliar o risco que representam aos trabalhadores desses ambientes. A metodologia para amostragem de aerossóis em ETEs ainda não está padronizada e neste trabalho, de caráter experimental, foram utilizados diferentes equipamentos para amostragem. Amostras de aerossóis foram coletadas por filtração, durante aproximadamente 5 dias, em diferentes locais de duas ETEs de grande porte: uma com tratamento via UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) e filtro biológico percolador e outra com tratamento via sistema de lodos ativados convencional. Analisou-se a presença de SARS-CoV-2 nos aerossóis por RT-qPCR, e a presença de adenovírus, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus nos aerossóis e no esgoto por qPCR. SARS-CoV-2 não foi detectado em nenhuma amostra de aerossol. Todos os outros patógenos analisados foram detectados em pelo menos uma amostra de aerossóis: adenovírus (11 de 69), Haemophilus influenzae (1 de 31), Pseudomonas aeruginosa (10 de 69) e Staphylococcus aureus (6 de 69). Destaca-se que H. influenzae, pela primeira vez, até onde se sabe, foi quantificada em aerossóis e em lodo de retorno. Uma avaliação de risco para infecção por adenovírus por inalação foi realizada baseada na metodologia de Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico (AQRM) e concluiu-se que o risco potencial é maior que o proposto como tolerável na literatura existente. Apesar de não haver informações sobre a viabilidade dos organismos patogênicos detectados, deve-se reforçar a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) para aumentar a segurança dos trabalhadores. Este trabalho foi o primeiro, até onde se sabe, a analisar microrganismos patogênicos nos aerossóis de ETE no Brasil e apresenta resultados que podem auxiliar o desenvolvimento de trabalhos futuros.