A incapacidade do esquecimento: uma leitura do ressentimento no domínio político

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Thiago Fernandes Peixoto
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47732
Resumo: No presente trabalho, temos como objetivo abordar a discursivização do ressentimento sob a ótica da argumentação no discurso, valendo-nos de textos relacionados às eleições do ano de 2018, quando a polarização política no Brasil apresentou um dos seus momentos mais significativos na história recente do país, estabelecendo uma rígida diferenciação entre um nós e um eles, a qual sempre significou um perigo para o exercício da democracia. Logo, buscamos compreender teoricamente quais elementos, além das emoções, compõem o ressentimento, tornando possível que ele seja utilizado como um constituinte das argumentações em que um grupo não dialoga com o outro por ser averso às suas crenças, mas utiliza tanto das características deste quanto de seus enunciados a fim de argumentar a seu respeito, atacando-o. Com o intento de analisar o modo como o locutor argumenta a respeito de si próprio e do seu grupo, fazendo o mesmo em relação ao outro, organizamos um corpus formado por textos escritos imediatamente após o resultado das eleições do segundo turno de 2018, sendo eles constituídos por gêneros diversificados, dos quais extraímos excertos analisados separadamente e em contraste. Acreditamos que o ressentimento, enquanto uma constelação de emoções, compõe os discursos, exercendo maior ou menor influência conforme a situação de comunicação destes. Com o intuito de averiguar o proposto, vimos como necessário traçar um histórico do ressentimento, de seu nascimento enquanto termo técnico aos dias atuais, assim como um estudo das emoções, de forma geral, intentando verificar quais integram a constelação emotiva do ressentimento. Além disso, acreditamos ser necessária uma investigação acerca do significado de polarização, buscando compreender se esse fenômeno que diferencia os sujeitos entre um nós e um eles é uma resultante ou uma provocadora do ressentimento. Dialogamos com autores de áreas do saber diversificadas a fim de compreender o conceito transdisciplinar do ressentimento. Passeamos pelas diferentes interpretações desse conceito, apresentadas por Nietzsche (2009), Scheler (2012), Kehl (2015), Ansart (2004) e Angenot (1997), assim como pelo dialogismo de Bakhtin (2014) e dos estudos sobre a política e o político, em Arendt (2010b) e Mouffe (2015), bem como pelos diversos autores que trabalham com os estudos discursivos sobre as emoções, como Plantin (2010; 2011), Charaudeau (2010) e Lima (2006). A partir desses e de outros autores, buscamos demonstrar como o ressentimento, uma constelação emotiva muitas vezes considerada imperceptível, pode ser verificado a partir das marcas deixadas no discurso. Acreditamos que outros analistas do discurso podem, a partir desse trabalho, dar passos mais largos, sendo este um dos nossos intuitos principais.
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Logo, buscamos compreender teoricamente quais elementos, além das emoções, compõem o ressentimento, tornando possível que ele seja utilizado como um constituinte das argumentações em que um grupo não dialoga com o outro por ser averso às suas crenças, mas utiliza tanto das características deste quanto de seus enunciados a fim de argumentar a seu respeito, atacando-o. Com o intento de analisar o modo como o locutor argumenta a respeito de si próprio e do seu grupo, fazendo o mesmo em relação ao outro, organizamos um corpus formado por textos escritos imediatamente após o resultado das eleições do segundo turno de 2018, sendo eles constituídos por gêneros diversificados, dos quais extraímos excertos analisados separadamente e em contraste. Acreditamos que o ressentimento, enquanto uma constelação de emoções, compõe os discursos, exercendo maior ou menor influência conforme a situação de comunicação destes. Com o intuito de averiguar o proposto, vimos como necessário traçar um histórico do ressentimento, de seu nascimento enquanto termo técnico aos dias atuais, assim como um estudo das emoções, de forma geral, intentando verificar quais integram a constelação emotiva do ressentimento. Além disso, acreditamos ser necessária uma investigação acerca do significado de polarização, buscando compreender se esse fenômeno que diferencia os sujeitos entre um nós e um eles é uma resultante ou uma provocadora do ressentimento. Dialogamos com autores de áreas do saber diversificadas a fim de compreender o conceito transdisciplinar do ressentimento. Passeamos pelas diferentes interpretações desse conceito, apresentadas por Nietzsche (2009), Scheler (2012), Kehl (2015), Ansart (2004) e Angenot (1997), assim como pelo dialogismo de Bakhtin (2014) e dos estudos sobre a política e o político, em Arendt (2010b) e Mouffe (2015), bem como pelos diversos autores que trabalham com os estudos discursivos sobre as emoções, como Plantin (2010; 2011), Charaudeau (2010) e Lima (2006). A partir desses e de outros autores, buscamos demonstrar como o ressentimento, uma constelação emotiva muitas vezes considerada imperceptível, pode ser verificado a partir das marcas deixadas no discurso. Acreditamos que outros analistas do discurso podem, a partir desse trabalho, dar passos mais largos, sendo este um dos nossos intuitos principais.In the present work, we aim to approach the discursivization of resentment from the perspective of argumentation in discourse, using texts related to the elections of the year 2018, when political polarization in Brazil presented one of its most significant moments in the recent history of the country. country, establishing a rigid differentiation between an us and a them, which has always been a danger to the exercise of democracy. Therefore, we seek to theoretically understand which elements, in addition to emotions, make up resentment, making it possible for it to be used as a constituent of arguments in which one group does not dialogue with the other because it is averse to their beliefs, but uses both the characteristics of the latter and the other. of his statements in order to argue about him, attacking him. In order to analyze the way in which the speaker argues about himself and his group, doing the same in relation to the other, we organize a corpus formed by texts written immediately after the result of the 2018 second round elections, which are constituted by diversified genres, from which we extract excerpts analyzed separately and in contrast. We believe that resentment, as a constellation of emotions, composes the speeches, exerting greater or lesser influence according to their communication situation. In order to verify the proposal, we saw as necessary to trace a history of resentment, from its birth as a technical term to the present day, as well as a study of emotions, in general, trying to verify which ones are part of the emotional constellation of resentment. In addition, we believe that an investigation into the meaning of polarization is necessary, seeking to understand whether this phenomenon that differentiates subjects between an us and a them is a result or a provocateur of resentment. We dialogue with authors from different areas of knowledge in order to understand the transdisciplinary concept of resentment. We walk through the different interpretations of this concept, presented by Nietzsche (2009), Scheler (2012), Kehl (2015), Ansart (2004) and Angenot (1997), as well as the dialogism of Bakhtin (2014) and studies on politics and the political, in Arendt (2010b) and Mouffe (2015), as well as by the various authors who work with discursive studies on emotions, such as Plantin (2010; 2011), Charaudeau (2010) and Lima (2006). From these and other authors, we seek to demonstrate how resentment, an emotional constellation often considered imperceptible, can be verified from the marks left in the discourse. We believe that other discourse analysts can, based on this work, take greater steps, which is one of our main aims.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASAnálise do discursoDiscurso políticoRetóricaEmoçõesRessentimentoAnálise do discursoRetóricaRessentimentoEmoçãoArgumentaçãoA incapacidade do esquecimento: uma leitura do ressentimento no domínio políticoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47732/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD52ORIGINALTese - Thiago Fernandes Peixoto.pdfTese - Thiago Fernandes Peixoto.pdfapplication/pdf4500954https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47732/1/Tese%20-%20Thiago%20Fernandes%20Peixoto.pdfcbf2b30480c49dd10e96e1da9bad5630MD511843/477322022-12-05 09:19:51.101oai:repositorio.ufmg.br:1843/47732TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-12-05T12:19:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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