Arqueologia do lixo de Belo Horizonte/MG em meados da década 1970 : o aterro da cidade indica um passado que não passa, vidas breves e fragmentos duráveis.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vanúzia Gonçalves Amaral
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/54695
Resumo: O objetivo desta tese foi ampliar entendimentos sobre as múltiplas identidades e os múltiplos lugares que os lixos e os resíduos ocupam nas paisagens e sobre como eles influenciam e formam nossos pensamentos e modos de vida. Partindo do pressuposto de que os lixos e os resíduos são detentores de identidades voláteis, dependendo do contexto, do uso e do desuso momentâneo, propomo-nos pensar essa matéria como detentora de capacidades parciais de responder sobre o que é a sociedade em que vivemos. A cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e seu aterro público - localizado no km 531 da BR-040, que funcionou como local de armazenamento dos descartes da cidade entre 1975 e 2007- foram os lugares estudados, na perspectiva de ampliar entendimentos sobre os lixos e os resíduos. Para tal, realizamos duas escavações, aplicando o método de pesquisar diretamente no lixo, escavando, limpando os restos dos restos, manuseando, sentindo seus cheiros, faceando seus riscos sanitários. O aterro da BR-040 está considerado, nesta pesquisa, como uma paisagem síntese de Belo Horizonte. Ao analisarmos partes desses resíduos, identificamos hábitos rotineiros ou duradouros e algumas transformações de contextos, na cidade de Belo Horizonte - especialmente de contexto rural para urbano - e uma temporalidade acelerada, em termos de usos de matérias-primas, consumo e descarte. Fragmentos de hábitos alimentares, de higiene corporal e do ambiente doméstico, além de fragmentos de medicamentos, pilhas, baterias, cerâmicas, louças, moedas, borrachas ou têxteis indicaram que tem de tudo no lixo, mas que nem tudo está no lixo. Grandes corporações econômicas resistem às mudanças do Capitalismo e insistem, com suas marcas indestrutíveis encontradas nas escavações, em estado totalmente preservado: Coca-Cola, Bayer, Avon, L’Óreal, NIVEA, Danone, Itambé, Bombril, Novalgina e outras. Os fragmentos exumados mostraram um sistema produtivo que substitui lugares de produção e usos da terra, enquanto investem no marketing da limpeza, beleza, saúde e felicidade, sem se preocuparem com os resíduos que suas promessas e necessidades geram. As possíveis “soluções” para os resíduos estão, assim, em contextos complementares e dinâmicos, que implicam interações de geradores, distribuidores, consumidores, recicladores e governos. Rever o padrão de produção em larga escala, as matérias-primas predominantes, as formas de descarte e o confinamento em aterros favorece o entendimento da amnésia cultural consequente de um processo de produção, consumo e descarte muito rápidos. Todos os materiais exumados nas escavações indicaram excessos na produção e no descarte, durabilidade e resistência. São registros de um passado que não passa.
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A cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e seu aterro público - localizado no km 531 da BR-040, que funcionou como local de armazenamento dos descartes da cidade entre 1975 e 2007- foram os lugares estudados, na perspectiva de ampliar entendimentos sobre os lixos e os resíduos. Para tal, realizamos duas escavações, aplicando o método de pesquisar diretamente no lixo, escavando, limpando os restos dos restos, manuseando, sentindo seus cheiros, faceando seus riscos sanitários. O aterro da BR-040 está considerado, nesta pesquisa, como uma paisagem síntese de Belo Horizonte. Ao analisarmos partes desses resíduos, identificamos hábitos rotineiros ou duradouros e algumas transformações de contextos, na cidade de Belo Horizonte - especialmente de contexto rural para urbano - e uma temporalidade acelerada, em termos de usos de matérias-primas, consumo e descarte. Fragmentos de hábitos alimentares, de higiene corporal e do ambiente doméstico, além de fragmentos de medicamentos, pilhas, baterias, cerâmicas, louças, moedas, borrachas ou têxteis indicaram que tem de tudo no lixo, mas que nem tudo está no lixo. Grandes corporações econômicas resistem às mudanças do Capitalismo e insistem, com suas marcas indestrutíveis encontradas nas escavações, em estado totalmente preservado: Coca-Cola, Bayer, Avon, L’Óreal, NIVEA, Danone, Itambé, Bombril, Novalgina e outras. Os fragmentos exumados mostraram um sistema produtivo que substitui lugares de produção e usos da terra, enquanto investem no marketing da limpeza, beleza, saúde e felicidade, sem se preocuparem com os resíduos que suas promessas e necessidades geram. As possíveis “soluções” para os resíduos estão, assim, em contextos complementares e dinâmicos, que implicam interações de geradores, distribuidores, consumidores, recicladores e governos. Rever o padrão de produção em larga escala, as matérias-primas predominantes, as formas de descarte e o confinamento em aterros favorece o entendimento da amnésia cultural consequente de um processo de produção, consumo e descarte muito rápidos. Todos os materiais exumados nas escavações indicaram excessos na produção e no descarte, durabilidade e resistência. São registros de um passado que não passa.The objective of this thesis was to broaden understandings about the multiple identities and multiple places that garbage and waste occupy in landscapes and the way they influence and shape our thoughts and lifestyles. Starting from the assumption that garbage/waste holds volatile and tangible identities only if we consider its cultural context and place of deposition, we propose to think of this matter as holding partial capacities to answer about what is the society we live in. The city of Belo Horizonte, in Minas Gerais, and its public landfill - located at km 531 of BR-040 - which functioned as a storage place for the city's discards, between 1975 and 2007 - were the places studied, in the perspective of broadening understandings about garbage and waste. To this end, we carried out two digging, applying the method of searching directly in the garbage, digging, cleaning the remains of the remains, handling them, smelling its smells, facing its sanitary health risks. The BR-040 landfill is considered, in this research, as a synthesis landscape of Belo Horizonte. When analyzing parts of this waste, we identified routine habits, some transformations of contexts, in the city of Belo Horizonte - especially from rural to urban contexts - and an accelerated temporality, in terms of the uses of raw materials, consumption and disposal. The analyzed fragments, and even the discarded ones, indicated that there is everything in the trash, but that not everything is in the trash. Large economic corporations resist the changes of Capitalism and insist, with their resistant brands, found in the diggings, in an almost intact state: Coca-Cola, Bayer, Avon, L'Óreal, NIVEA, Danone, Itambé, Bombril, Novalgina and others. The exhumed fragments showed a productive system that replaces production sites and land uses, while investing in the marketing of cleanliness, beauty, health and happiness, without caring about the waste that their promises and created needs generate. The possible “solutions” for waste are thus in complementary and dynamic contexts, which imply interactions between generators, distributors, consumers, recyclers and governments. Reviewing the pattern of large-scale production, predominant raw materials, forms of disposal and landfill confinement favors an understanding of the cultural amnesia resulting from a very rapid production, consumption and disposal process. All materials exhumed in the diggings indicated excesses in production and disposal durability and resistance. They are records of a past that does not pass.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AntropologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIAAntropologia - TesesLixo - TesesResiduos - TesesAterros - TesesArqueologiaResíduosLixosAterroCidadesArqueologia do lixo de Belo Horizonte/MG em meados da década 1970 : o aterro da cidade indica um passado que não passa, vidas breves e fragmentos duráveis.Garbage archeology in Belo Horizonte/MG in the mid-1970s : the city's landfill indicates a past that does not pass, brief lives and lasting fragments.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE VANUZIA GONÇALVES AMARAL.pdfTESE VANUZIA GONÇALVES AMARAL.pdfapplication/pdf20516229https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/54695/1/TESE%20VANUZIA%20GON%c3%87ALVES%20AMARAL.pdf35e8a6f0b39e6ddf34cc77ad99eb73c5MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/54695/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/546952023-06-09 16:31:54.702oai:repositorio.ufmg.br:1843/54695TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-06-09T19:31:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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