Análise da influência dos inibidores farmacológicos das vias celulares de MEK/ERK, JNK e PI3K/AKT no ciclo de replicação do vírus da febre amarela

• Autor(a) principal: Rafael Melo Palhares
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98BKF7
• topic: JNK; Interação vírus-hospedeiro; MEK/ERK; Virus da febre amarela; Vias sinalizadoras; PI3K/AKT; Microbiologia; Febre amarela; Relação hospedeiro-vírus

Durante o processo de coevolução com seus hospedeiros os vírus adquiriram a capacidade de interceptar, mimetizar e usurpar as várias vias sinalizadoras celulares de modo a gerar condições favoráveis a sua replicação e disseminação. Os flavivírus são vírus envelopados, de forma esférica, com aproximadamente 50 nm e capsídeo de simetria icosaédrica que possuem como material genético uma molécula de RNA fita simples e senso positivo. Dentro desse grupo encontramos o Vírus da febre amarela (YFV), um arbovírus causador da doença que leva o mesmo nome e que se encontra disseminada pelas regiões tropicais da África a da América do Sul criando uma zona de risco para aproximadamente 900 milhões de pessoas e tendo chegado, no passado, a se espalhar por diversas outras regiões do mundo. Ainda hoje não existe um tratamento específico para os seres humanos infectados, e a manutenção desse vírus em ciclos silvestres associada a campanhas intermitentes de combate ao vetor nas áreas urbanas leva ao surgimento periódico de surtos dessa doença que pode levar à morte. O objetivo desse trabalho foi de efetuar análise da utilização de vias celulares MEK/ERK, JNK e PI3K/AKT, relacionadas com eventos de crescimento, sobrevivência, diferenciação celular, evasão da apoptose e migração por esse vírus. O estudo demonstrou que as vias de JNK e PI3K/AKT, quando inibidas por seus inibidores farmacológicos específicos, não afetam de forma negativa a multiplicação do YFV em células Vero, chegando, por outro lado, a inibição de PI3K/AKT a aumentar sutilmente a multiplicação. Já a inibição da via de MEK/ERK, por seu inibidor UO126, afetou significativamente a capacidade de multiplicação do vírus. Posteriormente, análises de cinética de ativação de MEK/ERK, associadas a análises por microscopia eletrônica de varredura e visualização do processo de morfogênese viral, levaram à conclusão de que a etapa de replicação do material genético é uma das etapas críticas sendo fortemente afetada. Esse fato pôde ser concluído devido à ausência ou má formação dos complexos de replicação viral. Em conclusão, os dados encontrados apontam que a via MEK/ERK não só é ativada pela infecção por YFV, como sua inativação leva à diminuição acentuada da capacidade de replicação do vírus.