Absurdo e contingência em Camus e Sartre
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/36834 https://orcid.org/0000-0002-0335-3667 |
Resumo: | Absurdo e contingência são conceitos similares que permeiam as obras de Camus e Sartre, respectivamente, e que em geral são utilizados para denotar o sentimento de estranhamento vivenciado pelo ser quando é realizada a reflexão sobre a experiência vivida. A partir da análise de suas principais obras, neste trabalho é discutido como os dois conceitos são tratados pelos autores, e quais as soluções propostas para o problema existencial que se coloca através deles. O confronto com o absurdo, para Camus, leva à única questão filosófica realmente importante, se a vida vale ou não a pena ser vivida. A solução não é provocar uma morte do absurdo através da religiosidade ou da racionalidade, mas sim abraçar completamente a condição absurda da vida. Para Sartre, tornar-se consciente do contingenciamento da própria existência causa a náusea existencial e a conclusão pela falta de sentido da vida. A solução é apresentada como a liberdade que o ser humano tem de escolher seu próprio sentido, pois se a existência humana precede a sua essência, o ser humano é livre para definir o seu próprio propósito na vida. Camus e Sartre são filósofos que se dedicaram aos aspectos fenomenológicos da vida, especialmente na experiência vivida e na sua relação com a reflexão sobre esta experiência. Os dois apresentaram soluções distintas para o problema da existência do ser racional em um mundo desprovido de sentido. |
id |
UFMG_4a9f478e70bb01359f5212a39720bba3 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/36834 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
2021-07-21T17:11:10Z2021-07-21T17:11:10Z2018-12101331382525-5509http://hdl.handle.net/1843/36834https://orcid.org/0000-0002-0335-3667Absurdo e contingência são conceitos similares que permeiam as obras de Camus e Sartre, respectivamente, e que em geral são utilizados para denotar o sentimento de estranhamento vivenciado pelo ser quando é realizada a reflexão sobre a experiência vivida. A partir da análise de suas principais obras, neste trabalho é discutido como os dois conceitos são tratados pelos autores, e quais as soluções propostas para o problema existencial que se coloca através deles. O confronto com o absurdo, para Camus, leva à única questão filosófica realmente importante, se a vida vale ou não a pena ser vivida. A solução não é provocar uma morte do absurdo através da religiosidade ou da racionalidade, mas sim abraçar completamente a condição absurda da vida. Para Sartre, tornar-se consciente do contingenciamento da própria existência causa a náusea existencial e a conclusão pela falta de sentido da vida. A solução é apresentada como a liberdade que o ser humano tem de escolher seu próprio sentido, pois se a existência humana precede a sua essência, o ser humano é livre para definir o seu próprio propósito na vida. Camus e Sartre são filósofos que se dedicaram aos aspectos fenomenológicos da vida, especialmente na experiência vivida e na sua relação com a reflexão sobre esta experiência. Os dois apresentaram soluções distintas para o problema da existência do ser racional em um mundo desprovido de sentido.Absurdity and contingency are similar concepts that permeate the works of Camus and Sartre, respectively, and which are generally used to denote the feeling of estrangement experienced by the being upon reflection on the lived experience. From the analysis of their main works, in this paper it is discussed how the two concepts are treated by the two authors, and which are the proposed solutions to the existential problem that is put through them. The confrontation with the absurd, for Camus, leads to the only really important philosophical question, whether or not life is worth living. The solution is not to bring about the death of the absurd through religiosity or rationality, but to embrace the absurd condition of life completely. For Sartre, becoming aware of the contingency of existence causes existential nausea and leads to the conclusion of the lack of meaning of life. The solution is presented as the freedom that the human being has to choose its own meaning, because if human existence precedes its essence, the human being is free to define his own purpose in life. Camus and Sartre are philosophers who have dedicated themselves to the phenomenological aspects of life, especially in the lived experience and its relations with the reflection on this experience. They presented different solutions to the problem of existence of the rational being in a world devoid of meaning.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOLOGIAConTextura (UFMG)Absurdo (Filosofia)Contingencia (Filosofia)Existencialismo na literaturaFilosofiaFenomenologiaAbsurdoContingênciaExistencialismoFilosofia contemporâneaFenomenologiaAbsurdo e contingência em Camus e Sartreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistacontextura/article/view/3861Fabrício de Andrade Caxitoapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36834/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALAbsurdo e contingência em Camus e Sartre.pdfAbsurdo e contingência em Camus e Sartre.pdfapplication/pdf164287https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36834/2/Absurdo%20e%20conting%c3%aancia%20em%20Camus%20e%20Sartre.pdffd2ef47f2436a7e366fa84b0aa1cae46MD521843/368342021-07-21 14:11:11.171oai:repositorio.ufmg.br:1843/36834TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-07-21T17:11:11Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
title |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
spellingShingle |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre Fabrício de Andrade Caxito Absurdo Contingência Existencialismo Filosofia contemporânea Fenomenologia Absurdo (Filosofia) Contingencia (Filosofia) Existencialismo na literatura Filosofia Fenomenologia |
title_short |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
title_full |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
title_fullStr |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
title_full_unstemmed |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
title_sort |
Absurdo e contingência em Camus e Sartre |
author |
Fabrício de Andrade Caxito |
author_facet |
Fabrício de Andrade Caxito |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Fabrício de Andrade Caxito |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Absurdo Contingência Existencialismo Filosofia contemporânea Fenomenologia |
topic |
Absurdo Contingência Existencialismo Filosofia contemporânea Fenomenologia Absurdo (Filosofia) Contingencia (Filosofia) Existencialismo na literatura Filosofia Fenomenologia |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Absurdo (Filosofia) Contingencia (Filosofia) Existencialismo na literatura Filosofia Fenomenologia |
description |
Absurdo e contingência são conceitos similares que permeiam as obras de Camus e Sartre, respectivamente, e que em geral são utilizados para denotar o sentimento de estranhamento vivenciado pelo ser quando é realizada a reflexão sobre a experiência vivida. A partir da análise de suas principais obras, neste trabalho é discutido como os dois conceitos são tratados pelos autores, e quais as soluções propostas para o problema existencial que se coloca através deles. O confronto com o absurdo, para Camus, leva à única questão filosófica realmente importante, se a vida vale ou não a pena ser vivida. A solução não é provocar uma morte do absurdo através da religiosidade ou da racionalidade, mas sim abraçar completamente a condição absurda da vida. Para Sartre, tornar-se consciente do contingenciamento da própria existência causa a náusea existencial e a conclusão pela falta de sentido da vida. A solução é apresentada como a liberdade que o ser humano tem de escolher seu próprio sentido, pois se a existência humana precede a sua essência, o ser humano é livre para definir o seu próprio propósito na vida. Camus e Sartre são filósofos que se dedicaram aos aspectos fenomenológicos da vida, especialmente na experiência vivida e na sua relação com a reflexão sobre esta experiência. Os dois apresentaram soluções distintas para o problema da existência do ser racional em um mundo desprovido de sentido. |
publishDate |
2018 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018-12 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-07-21T17:11:10Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-07-21T17:11:10Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/36834 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
2525-5509 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0002-0335-3667 |
identifier_str_mv |
2525-5509 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/36834 https://orcid.org/0000-0002-0335-3667 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
ConTextura (UFMG) |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
IGC - DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36834/1/License.txt https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36834/2/Absurdo%20e%20conting%c3%aancia%20em%20Camus%20e%20Sartre.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
fa505098d172de0bc8864fc1287ffe22 fd2ef47f2436a7e366fa84b0aa1cae46 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801676938120527872 |