O antagonismo entre retória e filosofia no "Górgias" de Platão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luciana Maria Azevedo de Almeida
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ARBZ-7FZJBR
Resumo: O objetivo desta dissertação é investigar a tematização da retórica no Górgias de Platão, mostrando que este diálogo apresenta um esboço do programa platônico para a retórica filosófica, posteriormente desenvolvido no Fedro, e, principalmente, que o antagonismo entre retórica e filosofia, que se verifica em todo o diálogo, não se limita a confrontar perspectivas epistemológicas rivais ou posições conflitantes em relação aos limites da linguagem, mas é um problema antropológico, na medida em que tais perspectivas representam maneiras divergentes de conduzir a vida. O diálogo tem início com a afirmação gorgiana de que a retórica é uma tekhne e se desenvolverá no sentido de investigar a propriedade desta definição. Verifica-se, contudo, uma incompatibilidade entre a retórica gorgiana e a categoria das tekhnai, uma vez que a mesma se baseia em pressupostos e diretrizes irracionalistas. Para que a retórica se afirme como uma tekhne é necessário que ela seja redefinida em conformidade com os padrões racionais, podendo, assim, ser admitida como um recurso auxiliar, utilizado pelo filósofo em sua atividade política. Para fundamentar sua concepção de retórica, Sócrates deverá ampliar o horizonte contemplado pela discussão, mostrando que esta atividade representa um conjunto de valores, que se referem à finalidade da arte e ao valor do conhecimento, ao papel do político enquanto mediador das relações inter-humanas, no contexto da cidade, e sobretudo, aos objetivos e critérios que devem orientar a vida dos homens e levá-los a determinadas escolhas. Enquanto sistema de valores, a retórica não se limita a uma arte da produção de discursos persuasivos, se afirmando como um gênero de vida.
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