Médicos de Família e Comunidade como médicos ideais para as Equipes de Saúde da Família: evidências de um estudo ecológico longitudinal entre 2017 e 2021 no município de Belo Horizonte para informar políticas de saúde pública

• Autor(a) principal: Gregório Victor Rodrigues
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50865
• topic: Atenção Primária à Saúde; Medicina de Família e Comunidade; Condições Sensíveis à Atenção Primária; Atenção Primária à Saúde; Medicina de Família e Comunidade; Condições Sensíveis à Atenção Primária; Centros de Saúde; Vulnerabilidade Social

Introdução: Condições sensíveis à atenção primária (CSAP) são condições para as quais a prestação de cuidados primários oportunos e qualificados pode reduzir os riscos de hospitalização, ao prevenir, tratar ou controlar uma doença. Por esse motivo, as internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) têm sido comumente empregadas pelos sistemas de saúde como um indicador de efetividade. O objetivo do estudo foi avaliar se a maior oferta, em serviços de atenção primária, de médicos com treinamento em Residência de Medicina de Família e Comunidade (RMFC) se associa ou não aos coeficientes de internações gerais por CSAP na rede SUS do município de Belo Horizonte. Metodologia: Estudo de desenho ecológico longitudinal, onde se utilizou Modelo Linear Generalizado (MLG) Gama, com dados socioeconômicos e sanitários referentes à 01º de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2021, agregados na unidade de análise ao nível de Centros de Saúde (CS). Resultados: Após ajuste para idade e sexo pelo método direto, e controle das variáveis socioeconômicas captadas através do Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS), o estudo observou menor incidência de ICSAP associada significativamente a maior concentração de mFC Médicos de Família e Comunidade (Redução do Risco Relativo de 11,89% [7,30%; 16,30%] com p-valor < 0,05). A interpretação é de que aumentando em uma unidade a proporção de horas médicas de médicos com RMFC sobre o total de horas médicas das equipes de Saúde da Família (eSF), ou seja, tornando 100% dos médicos que trabalham em eSF em mFC, existe uma redução potencial de cerca de 11,89% das internações por todas as causas de ICSAP. Esse efeito de redução não foi observado com a presença de médicos generalistas, sem especialização em MFC. Análises de subgrupo foram realizadas para verificar o efeito em cada uma das categorias de vulnerabilidade social (baixa, média, alta e muito alta), nas categorias durante os períodos pré-pandêmico e pandêmico), e nas categorias de causas de ICSAP. Conclusão: O presente estudo encontrou associações entre a disponibilidade de Médicos de Família e Comunidade e menores coeficientes de ICSAP. Tais evidências podem contribuir para redação de políticas públicas informadas por evidências.