Uberização do trabalho: a materialização do valor entre plataformas digitais, gestão algorítmica e trabalhadores nas redes do capital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: David Silva Franco
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35738
https://orcid.org/0000-0002-0108-431X
Resumo: As plataformas digitais têm se apresentado como onipresentes no cenário capitalista contemporâneo. Estabelecendo-se como espaços virtuais de interação social, divulgação de notícias, compra e venda de produtos, compartilhamento de vídeos e músicas, arquivamento de documentos e intermediação de serviços, as plataformas têm exercido impactos significativos à sociedade hodierna. Em um contexto peculiar de expressão das relações de trabalho, as plataformas digitais de intermediação do trabalho têm se apresentado ainda como um terreno fértil para a expansão do capital sobre as possibilidades de produção, circulação e apropriação de valor. Transformando os chamados microempreendedores em atores subordinados às plataformas, os profissionais da Ciência da Computação em produtores de algoritmos implacáveis no controle do comportamento social e os consumidores em atores necessários à gestão da qualidade produtiva e ao fornecimento de dados, forma-se um emaranhado de mediações que obscurecem as novas conformações da classe trabalhadora. Nesse cenário, o movimento de Uberização do trabalho, entendido como representativo da expansão dos modos de organização do trabalho que seguem os moldes da empresa Uber, carece de análises científicas que almejem a apreensão do real, abarcando as contradições que a virtualização das relações de trabalho engendra. Vista por muitos como parte de Economia do Compartilhamento e, por outros, como uma deturpação desta, a Uberização não deixa aparente todos os elementos necessários à sua apreensão. A emersão desse fenômeno se dá em consonância ao seu engendramento às metamorfoses do sistema capitalista, com suas tecnologias computacionais de organização do trabalho e recentes maneiras de apropriação das forças produtivas advindas da interação social on-line. Partindo das categorias marxianas da Crítica da Economia Política, esta pesquisa objetiva a apreensão dos papéis assumidos pelos atores constituintes do fenômeno em tela e dos seus determinantes históricos, contribuindo com as bases teóricas para a defesa da seguinte tese: a Uberização do trabalho constitui-se como síntese da subsunção do trabalhador cientificizado, do trabalhador uberizado e do consumidor ativo ao processo de produção e apropriação privada de valor, sendo parte de um movimento de rearticulação do capital que é produto e produtor de novas sociabilidades em rede. Partindo de uma ciência pautada no materialismo histórico dialético, a presente investigação articula aparência e essência, particularidades e totalidade, aspectos objetivos e subjetivos.
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Transformando os chamados microempreendedores em atores subordinados às plataformas, os profissionais da Ciência da Computação em produtores de algoritmos implacáveis no controle do comportamento social e os consumidores em atores necessários à gestão da qualidade produtiva e ao fornecimento de dados, forma-se um emaranhado de mediações que obscurecem as novas conformações da classe trabalhadora. Nesse cenário, o movimento de Uberização do trabalho, entendido como representativo da expansão dos modos de organização do trabalho que seguem os moldes da empresa Uber, carece de análises científicas que almejem a apreensão do real, abarcando as contradições que a virtualização das relações de trabalho engendra. Vista por muitos como parte de Economia do Compartilhamento e, por outros, como uma deturpação desta, a Uberização não deixa aparente todos os elementos necessários à sua apreensão. A emersão desse fenômeno se dá em consonância ao seu engendramento às metamorfoses do sistema capitalista, com suas tecnologias computacionais de organização do trabalho e recentes maneiras de apropriação das forças produtivas advindas da interação social on-line. Partindo das categorias marxianas da Crítica da Economia Política, esta pesquisa objetiva a apreensão dos papéis assumidos pelos atores constituintes do fenômeno em tela e dos seus determinantes históricos, contribuindo com as bases teóricas para a defesa da seguinte tese: a Uberização do trabalho constitui-se como síntese da subsunção do trabalhador cientificizado, do trabalhador uberizado e do consumidor ativo ao processo de produção e apropriação privada de valor, sendo parte de um movimento de rearticulação do capital que é produto e produtor de novas sociabilidades em rede. Partindo de uma ciência pautada no materialismo histórico dialético, a presente investigação articula aparência e essência, particularidades e totalidade, aspectos objetivos e subjetivos.Digital platforms have been shown to be ubiquitous in the contemporary capitalist scene. Establishing themselves as virtual spaces for social interaction, disseminating news, buying and selling products, sharing videos and music, filing documents and intermediating services, the platforms have had significant impacts on today's society. In a peculiar context of labor relations expression, digital platforms of work intermediation have also been presented as a fertile ground for the capital expansion on the possibilities of production, circulation and appropriation of value. Transforming the so-called micro-entrepreneurs into actors subordinate to the platforms, Computer Science professionals into producers of relentless algorithms in the control of social behavior and consumers into necessary actors for the management of productive quality and the provision of data, it is established a tangle of mediations that obscure the new conformations of the working class. In this scenario, the work Uberization movement, understood as representative of the expansion of work organization modes that follow the molds of the Uber company, lacks scientific analyzes that aim at apprehending the real, embracing the contradictions engendered by the virtualization of work relations. Seen by many as part of the Sharing Economy and, by others, as a misrepresentation of it, Uberization does not reveal all the elements necessary for its apprehension. The emergence of this phenomenon is in line with its engendering to the metamorphoses of the capitalist system, with its computational technologies of work organization and recent ways of appropriating the productive forces arising from on-line social interaction. Starting from the Marxian categories of the Critique of Political Economy, this research aims to apprehend the roles assumed by the constituent actors of the phenomenon analyzed and its historical determinants, contributing with the theoretical bases for the defense of the following thesis: the Uberization of work is constituted as a synthesis of the subsumption of the scientific worker, the uberized worker and the active consumer to the process of production and private appropriation of value, being part of a movement for the rearticulation of capital that is a product and producer of new network sociability. Starting from a science based on dialectical historical materialism, the present investigation articulates appearance and essence, particularities and totality, objective and subjective aspects.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICASComportamento organizacionalTeoria do trabalho como base do valorAdministração de pessoalUberizaçãoTeoria do ValorRelações de TrabalhoAcumulação CapitalistaCrítica da Economia PolíticaUberização do trabalho: a materialização do valor entre plataformas digitais, gestão algorítmica e trabalhadores nas redes do capitalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL_Tese_Uberização - versão final.pdf_Tese_Uberização - versão final.pdfapplication/pdf2665515https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35738/3/_Tese_Uberiza%c3%a7%c3%a3o%20-%20vers%c3%a3o%20final.pdf34dbb2b7a660c84f3e2ad3198ec962e4MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35738/4/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD541843/357382021-04-16 15:07:16.602oai:repositorio.ufmg.br:1843/35738TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-04-16T18:07:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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