Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Marcia Magela Machado
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7TRFZC
Resumo: Na passagem século XVIII para o XIX, surgiram os primeiros trabalhos científicos apresentando noções da geologia da porção centro-sudeste do estado de Minas Gerais, a partir daí esta área foi se consolidando como objeto de pesquisas geológicas. Passado pouco mais de um século, ficou conhecida mundialmente como uma das maiores províncias minerais do planeta. Em meados do século XX a área passou a ser designada Quadrilátero Ferrífero. Esta é a nossa área de estudo e, a proposta, a construção da trajetória de evolução de seus conceitos geológicos e representações gráficas correspondentes. A opção de trabalhar com o Quadrilátero Ferrífero se fundamentou, basicamente, na ampla bibliografia disponível que compreende uma extensa série histórica, incluindo os primeiros croquis e mapas geológicos do território brasileiro, condição essencial à realização desse estudo. A abordagem escolhida para análise encontra-se na interseção da ciência com a história econômica, política e cultural. Procurou-se captar a ambiência científica de cada uma das contribuições ao entendimento da geologia do Quadrilátero ao longo dos tempos, identificando suas bases epistemológicas e metodológicas, assim como os acontecimentos que de alguma forma se refletiram no processo estudado. O pragmatismo do movimento ilustrado português é a marca das primeiras contribuições, as pesquisas visavam ampliar e diversificar a exploração de recursos naturais. Uma nova etapa, com esta mesma perspectiva utilitarista, foi iniciada com a transferência da sede do império português para o Rio de Janeiro e a conseqüente vinda do Barão Wilhelm Ludwig von Eschwege. Em linhas gerais, Eschwege delineou o sistema orográfico da região e propôs uma ordenação estratigráfica para seus terrenos com quatro divisões nos moldes da escola netunista werneriana. Com ele surgem as primeiras representações gráficas da geologia da área. A primeira metade do século XIX é caracterizada ainda pelas observações geológicas de naturalistas estrangeiros, destacadamente Peter Claussen e Aimé Pissis, e do geólogo e engenheiro de minas Virgil von Helmreichen. Além do detalhamento das formações, produziram os primeiros mapas geológicos regionais do Quadrilátero e as primeiras representações de estruturas dobradas. O processo de institucionalização, no Brasil, da ciência Geologia marca a segunda metade do século XIX. Advindo desse contexto há um avanço no entendimento da estratigrafia proporcionado, principalmente, por Henri Gorceix e Orville Derby. A geologia econômica é a tônica do século XX. Nesse período, distinguimos duas fases no avanço do conhecimento da geologia do Quadrilátero: a primeira gira em torno da descoberta das enormes reservas de manganês e ferro e a segunda, conseqüência da anterior, propiciada pelo convênio entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o United States Geological Survey (USGS). O resultado final foi um conjunto de 42 mapas geológicos na escala 1:25.000 acompanhados de relatórios. O Trabalho foi sintetizado por John Van N. Dorr II, chefe da equipe, num relatório sobre a geologia regional do Quadrilátero com a apresentação da coluna estratigráfica e um mapa simplificado na escala 1:150.000, tomado desde então como a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero
id UFMG_4f1a445582807f70d6a7ab845de66ec6
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-7TRFZC
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Friedrich Ewald RengerCarlos Mauricio NoceAntonio Wilson RomanoFernando Flecha de AlkmimCarlos SchobbenhausSilvia Fernanda de Mendonça FigueiroaMaria Marcia Magela Machado2019-08-09T20:10:08Z2019-08-09T20:10:08Z2009-02-17http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7TRFZCNa passagem século XVIII para o XIX, surgiram os primeiros trabalhos científicos apresentando noções da geologia da porção centro-sudeste do estado de Minas Gerais, a partir daí esta área foi se consolidando como objeto de pesquisas geológicas. Passado pouco mais de um século, ficou conhecida mundialmente como uma das maiores províncias minerais do planeta. Em meados do século XX a área passou a ser designada Quadrilátero Ferrífero. Esta é a nossa área de estudo e, a proposta, a construção da trajetória de evolução de seus conceitos geológicos e representações gráficas correspondentes. A opção de trabalhar com o Quadrilátero Ferrífero se fundamentou, basicamente, na ampla bibliografia disponível que compreende uma extensa série histórica, incluindo os primeiros croquis e mapas geológicos do território brasileiro, condição essencial à realização desse estudo. A abordagem escolhida para análise encontra-se na interseção da ciência com a história econômica, política e cultural. Procurou-se captar a ambiência científica de cada uma das contribuições ao entendimento da geologia do Quadrilátero ao longo dos tempos, identificando suas bases epistemológicas e metodológicas, assim como os acontecimentos que de alguma forma se refletiram no processo estudado. O pragmatismo do movimento ilustrado português é a marca das primeiras contribuições, as pesquisas visavam ampliar e diversificar a exploração de recursos naturais. Uma nova etapa, com esta mesma perspectiva utilitarista, foi iniciada com a transferência da sede do império português para o Rio de Janeiro e a conseqüente vinda do Barão Wilhelm Ludwig von Eschwege. Em linhas gerais, Eschwege delineou o sistema orográfico da região e propôs uma ordenação estratigráfica para seus terrenos com quatro divisões nos moldes da escola netunista werneriana. Com ele surgem as primeiras representações gráficas da geologia da área. A primeira metade do século XIX é caracterizada ainda pelas observações geológicas de naturalistas estrangeiros, destacadamente Peter Claussen e Aimé Pissis, e do geólogo e engenheiro de minas Virgil von Helmreichen. Além do detalhamento das formações, produziram os primeiros mapas geológicos regionais do Quadrilátero e as primeiras representações de estruturas dobradas. O processo de institucionalização, no Brasil, da ciência Geologia marca a segunda metade do século XIX. Advindo desse contexto há um avanço no entendimento da estratigrafia proporcionado, principalmente, por Henri Gorceix e Orville Derby. A geologia econômica é a tônica do século XX. Nesse período, distinguimos duas fases no avanço do conhecimento da geologia do Quadrilátero: a primeira gira em torno da descoberta das enormes reservas de manganês e ferro e a segunda, conseqüência da anterior, propiciada pelo convênio entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o United States Geological Survey (USGS). O resultado final foi um conjunto de 42 mapas geológicos na escala 1:25.000 acompanhados de relatórios. O Trabalho foi sintetizado por John Van N. Dorr II, chefe da equipe, num relatório sobre a geologia regional do Quadrilátero com a apresentação da coluna estratigráfica e um mapa simplificado na escala 1:150.000, tomado desde então como a imagem geológica do Quadrilátero FerríferoUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGMinas e recursos mineraisGeologia HistóriaQuadrilátero Ferrífero (MG)CartografiaCiência HistóriageologiaConstruindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representaçõesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese__mmmm.pdfapplication/pdf36121420https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-7TRFZC/1/tese__mmmm.pdf3522214b0d377a419e59c7c0a35d4909MD511843/MPBB-7TRFZC2019-08-09 17:10:08.978oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-7TRFZCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-08-09T20:10:08Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
title Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
spellingShingle Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
Maria Marcia Magela Machado
geologia
Minas e recursos minerais
Geologia História
Quadrilátero Ferrífero (MG)
Cartografia
Ciência História
title_short Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
title_full Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
title_fullStr Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
title_full_unstemmed Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
title_sort Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações
author Maria Marcia Magela Machado
author_facet Maria Marcia Magela Machado
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Friedrich Ewald Renger
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Carlos Mauricio Noce
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Antonio Wilson Romano
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fernando Flecha de Alkmim
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Carlos Schobbenhaus
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Silvia Fernanda de Mendonça Figueiroa
dc.contributor.author.fl_str_mv Maria Marcia Magela Machado
contributor_str_mv Friedrich Ewald Renger
Carlos Mauricio Noce
Antonio Wilson Romano
Fernando Flecha de Alkmim
Carlos Schobbenhaus
Silvia Fernanda de Mendonça Figueiroa
dc.subject.por.fl_str_mv geologia
topic geologia
Minas e recursos minerais
Geologia História
Quadrilátero Ferrífero (MG)
Cartografia
Ciência História
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Minas e recursos minerais
Geologia História
Quadrilátero Ferrífero (MG)
Cartografia
Ciência História
description Na passagem século XVIII para o XIX, surgiram os primeiros trabalhos científicos apresentando noções da geologia da porção centro-sudeste do estado de Minas Gerais, a partir daí esta área foi se consolidando como objeto de pesquisas geológicas. Passado pouco mais de um século, ficou conhecida mundialmente como uma das maiores províncias minerais do planeta. Em meados do século XX a área passou a ser designada Quadrilátero Ferrífero. Esta é a nossa área de estudo e, a proposta, a construção da trajetória de evolução de seus conceitos geológicos e representações gráficas correspondentes. A opção de trabalhar com o Quadrilátero Ferrífero se fundamentou, basicamente, na ampla bibliografia disponível que compreende uma extensa série histórica, incluindo os primeiros croquis e mapas geológicos do território brasileiro, condição essencial à realização desse estudo. A abordagem escolhida para análise encontra-se na interseção da ciência com a história econômica, política e cultural. Procurou-se captar a ambiência científica de cada uma das contribuições ao entendimento da geologia do Quadrilátero ao longo dos tempos, identificando suas bases epistemológicas e metodológicas, assim como os acontecimentos que de alguma forma se refletiram no processo estudado. O pragmatismo do movimento ilustrado português é a marca das primeiras contribuições, as pesquisas visavam ampliar e diversificar a exploração de recursos naturais. Uma nova etapa, com esta mesma perspectiva utilitarista, foi iniciada com a transferência da sede do império português para o Rio de Janeiro e a conseqüente vinda do Barão Wilhelm Ludwig von Eschwege. Em linhas gerais, Eschwege delineou o sistema orográfico da região e propôs uma ordenação estratigráfica para seus terrenos com quatro divisões nos moldes da escola netunista werneriana. Com ele surgem as primeiras representações gráficas da geologia da área. A primeira metade do século XIX é caracterizada ainda pelas observações geológicas de naturalistas estrangeiros, destacadamente Peter Claussen e Aimé Pissis, e do geólogo e engenheiro de minas Virgil von Helmreichen. Além do detalhamento das formações, produziram os primeiros mapas geológicos regionais do Quadrilátero e as primeiras representações de estruturas dobradas. O processo de institucionalização, no Brasil, da ciência Geologia marca a segunda metade do século XIX. Advindo desse contexto há um avanço no entendimento da estratigrafia proporcionado, principalmente, por Henri Gorceix e Orville Derby. A geologia econômica é a tônica do século XX. Nesse período, distinguimos duas fases no avanço do conhecimento da geologia do Quadrilátero: a primeira gira em torno da descoberta das enormes reservas de manganês e ferro e a segunda, conseqüência da anterior, propiciada pelo convênio entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o United States Geological Survey (USGS). O resultado final foi um conjunto de 42 mapas geológicos na escala 1:25.000 acompanhados de relatórios. O Trabalho foi sintetizado por John Van N. Dorr II, chefe da equipe, num relatório sobre a geologia regional do Quadrilátero com a apresentação da coluna estratigráfica e um mapa simplificado na escala 1:150.000, tomado desde então como a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero
publishDate 2009
dc.date.issued.fl_str_mv 2009-02-17
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-09T20:10:08Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-09T20:10:08Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7TRFZC
url http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7TRFZC
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-7TRFZC/1/tese__mmmm.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 3522214b0d377a419e59c7c0a35d4909
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589193919627264