O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Carolina Ferreira Reis
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MGSS-A9PHC3
Resumo: Esta pesquisa teve como objeto de estudo o verbo FAZER e seus diversos usos. Com um propósito descritivo, percorremos, em um primeiro momento, estudos anteriores sobre este verbo que se desenvolveram sob a ótica lexicalista e outros já baseados em perspectivas funcionalistas. Para a nossa proposta descritiva, estabelecemos, utilizando critérios sintático-semânticos mais gerais, seis tipos de FAZER: FAZER pleno; FAZER em expressões fixas; FAZER leve; FAZER causativo; FAZER discursivo e FAZER estativo. A partir desta tipologia e apoiados pelos modelos cognitivos complementares da Gramática de Construções e da Teoria da Mesclagem, vimos a possibilidade de descrevermos os usos de FAZER em termos de construção. Seguindo as premissas postuladas para a Gramática de Construções por Goldberg (1995), de que as construções são unidades básicas da língua e que são pareamentos de forma e significado, passamos a identificar quais construções eram integradas por FAZER assim como as ligações entre as construções estabelecidas por relações de herança. Já as construções gramaticais mais complexas (como as construções com FAZER causativo e com o FAZER leve) foram explicitadas como resultantes de operações de mesclagem. Dessa forma, procuramos reanalisar a nossa tipologia e propusemos 18 construções integradas por FAZER e mais dois tipos de construções passivas em que FAZER pode ocorrer. Feito o trabalho descritivo, a análise das ocorrências de FAZER no gênero jornalístico pretendeu uma verificação de nossa proposta de descrição construcional. Foram analisadas as primeiras 1079 de uma amostra de 8000 ocorrências de um corpus pertencente ao projeto AC/DC do banco de dados da Linguateca. As ocorrências foram classificadas seguindo a tipologia e as construções apresentadas na tese. Os resultados quantitativos indicaram que a hipótese de que o verbo FAZER é um verbo esquemático pode ser confirmada. Já a análise qualitativa mostrou que os casos de fronteira evidenciam as relações entre as construções e reforçam a premissa da Gramática de Construções de que a gramática é uma grande rede de construções. Para confirmar nossa hipótese baseada nesta premissa propusemos, ao final de nosso percurso, uma rede de construções para FAZER.
id UFMG_5036bc61fb254172706f92816eb97657
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-A9PHC3
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Adriana Maria Tenuta de AzevedoMaria Angélica Furtado da CunhaAparecida de Araújo OliveiraSueli Maria CoelhoJanice Helena Silva de R C MarinhoMaria Carolina Ferreira Reis2019-08-12T20:53:50Z2019-08-12T20:53:50Z2016-03-31http://hdl.handle.net/1843/MGSS-A9PHC3Esta pesquisa teve como objeto de estudo o verbo FAZER e seus diversos usos. Com um propósito descritivo, percorremos, em um primeiro momento, estudos anteriores sobre este verbo que se desenvolveram sob a ótica lexicalista e outros já baseados em perspectivas funcionalistas. Para a nossa proposta descritiva, estabelecemos, utilizando critérios sintático-semânticos mais gerais, seis tipos de FAZER: FAZER pleno; FAZER em expressões fixas; FAZER leve; FAZER causativo; FAZER discursivo e FAZER estativo. A partir desta tipologia e apoiados pelos modelos cognitivos complementares da Gramática de Construções e da Teoria da Mesclagem, vimos a possibilidade de descrevermos os usos de FAZER em termos de construção. Seguindo as premissas postuladas para a Gramática de Construções por Goldberg (1995), de que as construções são unidades básicas da língua e que são pareamentos de forma e significado, passamos a identificar quais construções eram integradas por FAZER assim como as ligações entre as construções estabelecidas por relações de herança. Já as construções gramaticais mais complexas (como as construções com FAZER causativo e com o FAZER leve) foram explicitadas como resultantes de operações de mesclagem. Dessa forma, procuramos reanalisar a nossa tipologia e propusemos 18 construções integradas por FAZER e mais dois tipos de construções passivas em que FAZER pode ocorrer. Feito o trabalho descritivo, a análise das ocorrências de FAZER no gênero jornalístico pretendeu uma verificação de nossa proposta de descrição construcional. Foram analisadas as primeiras 1079 de uma amostra de 8000 ocorrências de um corpus pertencente ao projeto AC/DC do banco de dados da Linguateca. As ocorrências foram classificadas seguindo a tipologia e as construções apresentadas na tese. Os resultados quantitativos indicaram que a hipótese de que o verbo FAZER é um verbo esquemático pode ser confirmada. Já a análise qualitativa mostrou que os casos de fronteira evidenciam as relações entre as construções e reforçam a premissa da Gramática de Construções de que a gramática é uma grande rede de construções. Para confirmar nossa hipótese baseada nesta premissa propusemos, ao final de nosso percurso, uma rede de construções para FAZER.This research was a study of FAZER (DO/MAKE) verb and its different uses. With a descriptive purpose, we approach previous studies of this verb that were developed from lexicalist perspectives and others based on functionalist views. For our descriptive proposal, we established, using a general syntactic-semantic criterion, six types of FAZER: full FAZER; FAZER in fixed expressions; light FAZER; causative FAZER, discursive FAZER and stative FAZER. From this typology and supported by complementary cognitive models of Construction Grammar and Blending Theory, we encountered the possibility of describing the FAZER uses in terms of construction. Following the assumptions postulated by the Construction Grammar by Goldberg (1995) that constructions are basic units of language and are pairings of form and meaning, we identified which constructions were integrated by FAZER as well as links between constructions established by inheritance relations. Complex grammatical constructions (such as constructions with causative FAZER and light FAZER) were explained as resulting from blending operations. Thus, we proceeded to re-examine our proposed typology and 18 constructions integrated by FAZER and two types of passive constructions in which FAZER may occur. Done the descriptive work, the analysis with FAZER in the journalistic genre intended to check our proposed constructional description. The first 1079 in a sample of 8000 events belonging to a corpus of the AC / DC Linguateca project were analyzed. The occurrences were classified according to the typology and the types of constructions presented in the thesis. The quantitative results indicated that the hypothesis that FAZER is a "schematic" verb could be confirmed. On the other hand, the qualitative analysis showed that border cases show the links between constructions and reinforce the premise of Construction Grammar that grammar is a large network of constructions. To confirm our hypothesis based on the premise we set at the end of our journey, we proposed a network of constructions for FAZER.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLíngua portuguesa VerbosLíngua portuguesa LexicologiaGramática cognitivarede de construçõesverbo FAZERGramática de ConstruçõesMesclagemO verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALvers_ofinalparaimpress_o.pdfapplication/pdf2655416https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-A9PHC3/1/vers_ofinalparaimpress_o.pdf09e392a2a60c8224e2dd2ae3730ea5b1MD51TEXTvers_ofinalparaimpress_o.pdf.txtvers_ofinalparaimpress_o.pdf.txtExtracted texttext/plain616454https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-A9PHC3/2/vers_ofinalparaimpress_o.pdf.txt1e7d86d1ba00be9b7d3a3d893be33831MD521843/MGSS-A9PHC32019-11-14 19:53:08.0oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-A9PHC3Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:53:08Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
title O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
spellingShingle O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
Maria Carolina Ferreira Reis
rede de construções
verbo FAZER
Gramática de Construções
Mesclagem
Língua portuguesa Verbos
Língua portuguesa Lexicologia
Gramática cognitiva
title_short O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
title_full O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
title_fullStr O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
title_full_unstemmed O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
title_sort O verdo fazer no português do Brasil: da visão lexicalista a perspectivas cognitivo-funcionais
author Maria Carolina Ferreira Reis
author_facet Maria Carolina Ferreira Reis
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Adriana Maria Tenuta de Azevedo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Maria Angélica Furtado da Cunha
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Aparecida de Araújo Oliveira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Sueli Maria Coelho
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Janice Helena Silva de R C Marinho
dc.contributor.author.fl_str_mv Maria Carolina Ferreira Reis
contributor_str_mv Adriana Maria Tenuta de Azevedo
Maria Angélica Furtado da Cunha
Aparecida de Araújo Oliveira
Sueli Maria Coelho
Janice Helena Silva de R C Marinho
dc.subject.por.fl_str_mv rede de construções
verbo FAZER
Gramática de Construções
Mesclagem
topic rede de construções
verbo FAZER
Gramática de Construções
Mesclagem
Língua portuguesa Verbos
Língua portuguesa Lexicologia
Gramática cognitiva
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Língua portuguesa Verbos
Língua portuguesa Lexicologia
Gramática cognitiva
description Esta pesquisa teve como objeto de estudo o verbo FAZER e seus diversos usos. Com um propósito descritivo, percorremos, em um primeiro momento, estudos anteriores sobre este verbo que se desenvolveram sob a ótica lexicalista e outros já baseados em perspectivas funcionalistas. Para a nossa proposta descritiva, estabelecemos, utilizando critérios sintático-semânticos mais gerais, seis tipos de FAZER: FAZER pleno; FAZER em expressões fixas; FAZER leve; FAZER causativo; FAZER discursivo e FAZER estativo. A partir desta tipologia e apoiados pelos modelos cognitivos complementares da Gramática de Construções e da Teoria da Mesclagem, vimos a possibilidade de descrevermos os usos de FAZER em termos de construção. Seguindo as premissas postuladas para a Gramática de Construções por Goldberg (1995), de que as construções são unidades básicas da língua e que são pareamentos de forma e significado, passamos a identificar quais construções eram integradas por FAZER assim como as ligações entre as construções estabelecidas por relações de herança. Já as construções gramaticais mais complexas (como as construções com FAZER causativo e com o FAZER leve) foram explicitadas como resultantes de operações de mesclagem. Dessa forma, procuramos reanalisar a nossa tipologia e propusemos 18 construções integradas por FAZER e mais dois tipos de construções passivas em que FAZER pode ocorrer. Feito o trabalho descritivo, a análise das ocorrências de FAZER no gênero jornalístico pretendeu uma verificação de nossa proposta de descrição construcional. Foram analisadas as primeiras 1079 de uma amostra de 8000 ocorrências de um corpus pertencente ao projeto AC/DC do banco de dados da Linguateca. As ocorrências foram classificadas seguindo a tipologia e as construções apresentadas na tese. Os resultados quantitativos indicaram que a hipótese de que o verbo FAZER é um verbo esquemático pode ser confirmada. Já a análise qualitativa mostrou que os casos de fronteira evidenciam as relações entre as construções e reforçam a premissa da Gramática de Construções de que a gramática é uma grande rede de construções. Para confirmar nossa hipótese baseada nesta premissa propusemos, ao final de nosso percurso, uma rede de construções para FAZER.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-03-31
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T20:53:50Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T20:53:50Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/MGSS-A9PHC3
url http://hdl.handle.net/1843/MGSS-A9PHC3
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-A9PHC3/1/vers_ofinalparaimpress_o.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-A9PHC3/2/vers_ofinalparaimpress_o.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 09e392a2a60c8224e2dd2ae3730ea5b1
1e7d86d1ba00be9b7d3a3d893be33831
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589521589141504