Relações sociais e desempenho funcional de idosos da região metropolitana de Belo Hhorizonte

• Autor(a) principal: Juliana Lustosa Torres
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9E4FSU
• topic: Pessoas com deficiência; Apoio social; Rede social; Saúde do idoso; Apoio social; Idosos; Qualidade de vida; Atividades cotidianas; Atividades de lazer; Participação social; Envelhecimento da população; Saúde do idoso; Promoção da saúde

Introdução: Estima-se que o mesmo processo de transição demográfica que perdurou por mais de um século na França, por exemplo, é provável de acontecer no Brasil em duas décadas Consequentemente ao rápido envelhecimento populacional, cada vez mais é necessário estudar e conhecer aspectos associados com melhor funcionalidade na população idosa. Dentre os fatores determinantes para a funcionalidade do idoso, estão os aspectos sociais. Portanto, faz-se necessário avaliar tais aspectos ao se considerar a funcionalidade do idoso. Objetivos: 1) examinar associação entre relações sociais e desempenho funcional em atividades básicas de vida diária (ABVDs) de idosos, considerando diferentes aspectos dos componentes de rede social (situação conjugal e frequência de contatos sociais nos últimos 30 dias, incluindo visita de filhos, de outros parentes e número de amigos com os quais encontrou) e apoio social subjetivo (satisfação com relações pessoais e possuir pessoas com quem contar); 2) Avaliar prevalência de limitação funcional, apoio social e rede social nos idosos. Métodos: Participaram do estudo 2072 idosos (60 anos) residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, selecionados por meio de amostra probabilística. Potenciais variáveis de confusão incluíram sexo, idade, escolaridade e diagnóstico médico para depressão e para outras doenças crônicas. A análise multivariada foi baseada no modelo Hurdle, o qual comina um modelo binário (Binomial Negativo), com um modelo de contagem, o Binomial Negativo com excesso de zeros (Zero-inflated Negative Binominal - ZINB). O nível de significância estabelecido foi de 0,05. Resultados: A prevalência de limitação para realizar ABVDs foi de 19,7% e esteve associada com sexo, idade e número de doenças crônicas. Em relação à rede social, frequência de encontros com amigos nos últimos 30 dias e inexistência de filhos foram associados significativamente com o desempenho funcional, enquanto que em relação ao apoio social, somente a satisfação com os relacionamentos pessoais apresentou significância estatística. Essas associações persistiram após ajustamentos por características sociodemográficas, condição de saúde e outros indicadores das relações sociais. Os resultados descritivos apontam que os idosos, no geral, estão satisfeitos com seus relacionamentos pessoais (81%), possuem pessoas com quem contar (91%) e apresentam, principalmente, manutenção de laços sociais com familiares: 56% dos participantes residiam com filhos; entre aqueles que não residiam, 51% recebiam visitas dos filhos pelo menos uma vez por semana e 63% recebiam visitas de outros parentes pelo menos uma vez por mês. Conclusão: estudos de coorte mostraram que, tanto o apoio emocional quanto o tamanho da rede social total, especialmente a rede de parentes, não só predizem a futura limitação funcional, como também a sua recuperação, sugerindo uma associação bidirecional. Nossos resultados chamam a atenção para a necessidade de mais atenção para a rede social e apoio social de idosos com limitações funcionais e para idosos com rede social e apoio social frágeis. Além disso, esses resultados reforçam a necessidade, em nosso meio, de mais investigações de caráter longitudinal para um melhor entendimento da direção das associações entre funcionalidade, rede social e apoio social dos idosos.