Para uma crítica do patrimônio: apontamentos a partir das comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas e do Centro Histórico de Diamantina/MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Clara Salim Cerqueira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/60881
https://orcid.org/0000-0003-0666-2059
Resumo: Este estudo aborda a relação entre os povos e comunidades tradicionais no Brasil e o campo do patrimônio cultural, tomando como estudo de caso dos apanhadores de flores sempre-vivas – patrimônio agrícola reconhecido mundialmente que foram expulsos de seus territórios por aqueles que diziam proteger o patrimônio natural – e o Centro Histórico de Diamantina/MG – patrimônio cultural da humanidade também reconhecido mundialmente. A construção desta pesquisa foi realizada a partir do método dos escritos marxianos, que balizou o trabalho de campo e a conversa com membros da Comissão pela Defesa dos Povos Extrativistas (CODECEX). Partindo da investigação acerca das possibilidades apresentadas pelo patrimônio na luta por direitos das comunidades tradicionais, questão levantada em conjunto com representantes das comunidades, as reflexões foram construídas em três mo(vi)mentos: (1) um movimento de aproximação empírica do objeto proposto; (2) um resgate histórico da formação das categorias mobilizadas; e, por fim, (3) um movimento de abstração a partir daquilo que foi observado a nível empírico e histórico, momento no qual apresentamos uma crítica do objeto. A partir da percepção de que as formas sob as quais o patrimônio aparece são próximas, no discurso, mas na realidade não poderiam ser e estar mais distantes, apresentamos como Diamantina, onde estão situados estes dois casos, representa algumas das contradições mais emblemáticas das ciências humanas: entre o material e o imaterial, entre o campo e a cidade e entre a cultura e a natureza. A partir dessas constatações, analisamos como surgiram e sobre quais fundamentos repousam as relações entre os povos e comunidades tradicionais e o patrimônio em Diamantina – levando em consideração que ambos se inscrevem no seio da sociedade moderna ocidental produtora de mercadorias. Com esses apontamentos, foi possível realizar um movimento de abstração sobre a realidade concreta, na tentativa de desarranjar os pressupostos impostos pela organização social pautada na mercadoria, quais sejam: tempo, história, nação e território – noções fortalecidas com os instrumentos que emergem dos mesmos fundamentos, como é o caso do patrimônio. A possibilidade de construir um futuro diferente para a sociedade, um possível ‘futuro ancestral’, passa pela necessidade de refletirmos acerca de novas formas de (re)elaborar o passado que supere a noção de patrimônio.
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A construção desta pesquisa foi realizada a partir do método dos escritos marxianos, que balizou o trabalho de campo e a conversa com membros da Comissão pela Defesa dos Povos Extrativistas (CODECEX). Partindo da investigação acerca das possibilidades apresentadas pelo patrimônio na luta por direitos das comunidades tradicionais, questão levantada em conjunto com representantes das comunidades, as reflexões foram construídas em três mo(vi)mentos: (1) um movimento de aproximação empírica do objeto proposto; (2) um resgate histórico da formação das categorias mobilizadas; e, por fim, (3) um movimento de abstração a partir daquilo que foi observado a nível empírico e histórico, momento no qual apresentamos uma crítica do objeto. A partir da percepção de que as formas sob as quais o patrimônio aparece são próximas, no discurso, mas na realidade não poderiam ser e estar mais distantes, apresentamos como Diamantina, onde estão situados estes dois casos, representa algumas das contradições mais emblemáticas das ciências humanas: entre o material e o imaterial, entre o campo e a cidade e entre a cultura e a natureza. A partir dessas constatações, analisamos como surgiram e sobre quais fundamentos repousam as relações entre os povos e comunidades tradicionais e o patrimônio em Diamantina – levando em consideração que ambos se inscrevem no seio da sociedade moderna ocidental produtora de mercadorias. Com esses apontamentos, foi possível realizar um movimento de abstração sobre a realidade concreta, na tentativa de desarranjar os pressupostos impostos pela organização social pautada na mercadoria, quais sejam: tempo, história, nação e território – noções fortalecidas com os instrumentos que emergem dos mesmos fundamentos, como é o caso do patrimônio. A possibilidade de construir um futuro diferente para a sociedade, um possível ‘futuro ancestral’, passa pela necessidade de refletirmos acerca de novas formas de (re)elaborar o passado que supere a noção de patrimônio.This study addresses the relationship between traditional peoples and communities in Brazil and the field of cultural heritage, taking as a case study the sempre-vivas flower pickers – agricultural heritage recognized worldwide who were expelled from their territories by those who claimed to protect the heritage. – and the Historic Center of Diamantina/MG – cultural heritage of humanity also recognized worldwide. The construction of this research was carried out based on the method of Marxian writings, which guided the fieldwork and the conversation with members of the Commission for the Defense of Extractivist Peoples (CODECEX). Starting from the investigation about the possibilities presented by heritage in the fight for the rights of traditional communities, an issue raised together with representatives of the communities, the reflections were built in three mo(ve)ments: (1) a movement of empirical approximation of the proposed object; (2) a historical rescue of the formation of the mobilized categories; and, finally, (3) a movement of abstraction from what was observed at an empirical and historical level, at which point we present a critique of the object. From the perception that the forms under which heritage appears are close, in the discourse, but in reality, they could not be and be more distant, we present how Diamantina, where these two cases are situated, represents some of the most emblematic contradictions of the sciences humanities: between the material and the immaterial, between the countryside and the city and between culture and nature. Based on these observations, we see how the relationships between traditional communities and heritage in Diamantina emerged and on what foundations – taking into account that both are inscribed within the modern Western society that produces commodities. With these notes, it was possible to carry out a movement of abstraction over the concrete reality, in an attempt to disarrange the assumptions imposed by the social organization based on the commodity, namely: time, history, nation and territory - notions strengthened with the instruments that emerge from them. fundamentals, such as equity. The possibility of building a different future for society, a possible 'ancestral future', involves the need to reflect on new ways of (re)elaborating the past in ways that go beyond the notion of heritage.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - INSTITUTO DE GEOCIENCIASPatrimônio cultural – Diamantina (MG)Política e governoNatureza – Diamantina (MG)Geografia humanaConflitos de terraQuilombos – Diamantina (MG)culturapolíticanaturezaconflitos socioterritoriaisPara uma crítica do patrimônio: apontamentos a partir das comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas e do Centro Histórico de Diamantina/MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60881/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD52ORIGINAL2023_MariaClaraSalimCerqueira.pdf2023_MariaClaraSalimCerqueira.pdfteseapplication/pdf10939098https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60881/1/2023_MariaClaraSalimCerqueira.pdf6582f47122558bb337406ba4e683ffbfMD511843/608812023-11-13 14:49:50.294oai:repositorio.ufmg.br:1843/60881TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-11-13T17:49:50Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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