Feminismo, liberdade e prostituição: para além do dissenso democrático

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Clarisse Goulart Paradis
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AQKGWZ
Resumo: A tese identifica o dissenso democrático em torno da liberalização, proibição ou abolição da prostituição, dissenso esse entendido como resultado das disputas entre as diferentes linguagens políticas. Tais linguagens variam segundo os conceitos de liberdade, a relação deste com a ideia de igualdade e com o âmbito da sexualidade. O objetivo do trabalho é compreender os debates políticos em torno do significado da prostituição que foram estabelecidos na modernidade e contemporaneidade. Nesse sentido, examinamos alguns momentos decisivos o republicanismo democrático de Mary Wollstonecraft; a primeira onda do feminismo; o liberalismo de John Stuart Mill; o debate sobre prostituição no marxismo clássico e no anarquismo e, finalmente, as contribuições de Simone de Beauvoir, da segunda onda do feminismo e os debates que a seguiram. Foi possível concluir que o conceito de liberdade como autonomia, no pensamento político feminista, do século XVIII à primeira metade do século XX, foi fundamental para compreender a prostituição como uma forma de não liberdade. Esse conceito foi desestabilizado durante a segunda metade do século XX, no contexto dos debates feministas sobre a sexualidade e da emergência do neoliberalismo. Proponho, por fim, a reabilitação do conceito ampliado de liberdade como autonomia, no escopo do feminismo, de modo a construir uma base normativa emancipadora para pensar dilemas como o da prostituição.
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