Efeitos do uso do kinesio taping na marcha de indivíduos pós acidente vascular encefálico: uma revisão sistemática com metanálise

• Autor(a) principal: Henrique Couto da Gama Magalhaes
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AQAJFE
• topic: AVE; Pós AVE; Bandage; Tapping; Hemiplegia; Marcha; Kinesio Tape; Hemiplegia; Acidentes vasculares cerebrais; Marcha

Introdução: A locomoção é a atividade considerada mais importante durante o processo de reabilitação pós Acidente Vascular Encefálico (AVE). Vários estudos têm investigado os efeitos do Kinesio Taping (KT) na marcha de indivíduos pós AVE e, embora os resultados pareçam promissores, uma revisão sistemática recente reportou evidências insuficientes desta intervenção na marcha desta população. No entanto, além do estudo não incluir metanálise, as buscas desta revisão foramrealizadas há aproximadamente três anos, data em que muitos estudos foram publicados posteriormente. Objetivo: Investigar, através de uma revisão sistemática da literatura com metanálise, os efeitos do uso do KT na marcha de indivíduos pós AVE. Metodologia: Foi feita busca nas seguintes bases de dados: Medline, CINAHL, SPORTDiscus, Web of Science, LILACS e PEDro, sem restrição de data ou idioma de publicação. Os termos de pesquisa incluíram palavras relacionadascom AVE e Kinesio Tapping, além de seus respectivos termos em inglês. Os artigos foram selecionados de forma independente por dois avaliadores e discordâncias foram resolvidas por um terceiro. Foram selecionados somente ensaios clínicos aleatorizados ou controlados, em que a condição experimental foi o uso do KT em indivíduos pós AVE. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada de acordo com a escala PEDro. As análises foram realizadas utilizando o programa Comprehensive Meta-Analysis, Versão 3.0. O valor crítico para rejeitar H0 foi fixado a um nível de significância de 5% (2-tailed). Quando os dados não estavam disponíveis para serem incluídos na metanálise, a diferença entre os grupos de comparação foi apenas descrita. Resultados: Foram incluídos 15 estudos de qualidade metodológica variando de baixa a moderada (média de 4,7), sendo 12 estudos ensaios contendo grupo controle e experimental e três estudos contendo apenas grupo intervenção. Os efeitos do KT foram avaliados pela metanálise para as medidas de velocidade de marcha, comprimento do passo, mobilidade funcional e equilíbrio. Foram incluídos sete estudos que demonstraram que o KT aumentou significativamente a velocidade de marcha dos indivíduos pós AVE (0,05 m/s; 95% IC 0,002 a 0,100; I2=0%; p<0.05). No entanto, para o comprimento do passo, mobilidade funcional e equilíbrio, os estudos incluídos não demonstraram haver diferença significativa (p>0,05). Conclusão: Esta revisão sistemática da literatura evidenciou que o uso do KT na reabilitação de pacientes pós-AVE com o objetivo demelhorar parâmetros da marcha como velocidade, equilíbrio, mobilidade funcional e comprimento do passo não é uma ferramenta eficaz. Apenas a velocidade de marcha, segundo a metanálise, apresentou um ganho significativo que, ainda assim, não pode ser considerado clinicamente relevante. No entanto, devido à baixa qualidade metodológica dos artigos, recomenda-se a realização de mais estudos a fim de se esclarecer se, de fato, o KT não é eficaz na reabilitação da marcha de pacientes pós AVE.