De que discurso se trata quando professores se dizem padecidos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bárbara Oliveira Paulino
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/57786
Resumo: A presente dissertação se insere em um trabalho maior, fruto de um esforço conjunto de escuta de professores a partir de um dispositivo clínico de análise e intervenção junto a docentes da rede pública de educação de Belo Horizonte, que se reconhecem padecidos mentalmente. A psicanálise foi a teoria escolhida para nortear todo o percurso, apoiando-se em Freud, em Lacan e na produção psicanalítica contemporânea quando de sua aplicabilidade nas práticas sociais. Por se tratar de sujeitos tomados em suas singularidades e posições subjetivas, o método de orientação clínica permitiu, para além da coleta do material a ser analisado, que o objeto pesquisado fosse tratado como sujeito através de suas falas, permeadas de contradições, conflitos e incertezas. Pretendeu-se investigar quais os saberes que os docentes produzem sobre si mesmo e sobre as formas padecidas de lidar com a profissão e também analisar como os professores se apropriam dos discursos contemporâneos acerca do padecimento mental e das formas de tratamento oferecidas ao sofrimento psíquico vivido por eles. Se os professores da rede pública com quem tivemos se apresentaram padecidos, estressados, angustiados, deprimidos, em crises de pânico, ansiedade, além de outras formas de sofrimento relatadas, o que ficou em evidência em suas falas é um lugar delicado, majoritariamente queixoso em relação com a escola. Sem desconsiderar os problemas de estrutura de um lugar desvalorizado e desautorizado que a educação ocupa hoje, a saúde psíquica abalada aparece como a queixa principal de muitos que estiveram conosco. Ainda que correndo o risco da generalização, propomos como hipótese e nos certificamos de que, mimeticamente, o discurso da histeria seria o fio condutor das falas desses docentes. Ao nos dizer de suas formas de padecimentos, de seus sintomas e de suas frustrações, esses professores parecem se localizar no lugar do desejo insatisfeito, que se dirige ao Outro personificado pela escola como aquele que deveria possuir suas respostas, mas julgados por eles mesmos como falho de antemão. Ao mesmo tempo inflacionada em suas dimensões e esvaziada em seu sentido, a escola figuraria como o desencadeador de uma série de psicopatologias que lhe dizem respeito tanto quanto dizem respeito ao sujeito, que vê na queixa uma possibilidade de apontar um furo externo, claro que não sem 8 sofrimento. Nossos achados não pretendem silenciar ou desmerecer o grave estado de padecimento que se encontram os docentes da atualidade, ao contrário, é preciso aprofundar em suas falas e ver nelas uma possibilidade de elaboração da atual situação. Ao propor a leitura que se fará a seguir, convém lembrar mais uma vez o lugar privilegiado da atualidade da posição histérica para fazer valer o peso de seu próprio discurso. E ainda que possamos dizer de um lugar de fala demandante, é na histericização do discurso, princípio de condição primeira da clínica, que reside a possibilidade de fazer falar, e mais ainda, de se fazer escutar.
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Por se tratar de sujeitos tomados em suas singularidades e posições subjetivas, o método de orientação clínica permitiu, para além da coleta do material a ser analisado, que o objeto pesquisado fosse tratado como sujeito através de suas falas, permeadas de contradições, conflitos e incertezas. Pretendeu-se investigar quais os saberes que os docentes produzem sobre si mesmo e sobre as formas padecidas de lidar com a profissão e também analisar como os professores se apropriam dos discursos contemporâneos acerca do padecimento mental e das formas de tratamento oferecidas ao sofrimento psíquico vivido por eles. Se os professores da rede pública com quem tivemos se apresentaram padecidos, estressados, angustiados, deprimidos, em crises de pânico, ansiedade, além de outras formas de sofrimento relatadas, o que ficou em evidência em suas falas é um lugar delicado, majoritariamente queixoso em relação com a escola. Sem desconsiderar os problemas de estrutura de um lugar desvalorizado e desautorizado que a educação ocupa hoje, a saúde psíquica abalada aparece como a queixa principal de muitos que estiveram conosco. Ainda que correndo o risco da generalização, propomos como hipótese e nos certificamos de que, mimeticamente, o discurso da histeria seria o fio condutor das falas desses docentes. Ao nos dizer de suas formas de padecimentos, de seus sintomas e de suas frustrações, esses professores parecem se localizar no lugar do desejo insatisfeito, que se dirige ao Outro personificado pela escola como aquele que deveria possuir suas respostas, mas julgados por eles mesmos como falho de antemão. Ao mesmo tempo inflacionada em suas dimensões e esvaziada em seu sentido, a escola figuraria como o desencadeador de uma série de psicopatologias que lhe dizem respeito tanto quanto dizem respeito ao sujeito, que vê na queixa uma possibilidade de apontar um furo externo, claro que não sem 8 sofrimento. Nossos achados não pretendem silenciar ou desmerecer o grave estado de padecimento que se encontram os docentes da atualidade, ao contrário, é preciso aprofundar em suas falas e ver nelas uma possibilidade de elaboração da atual situação. Ao propor a leitura que se fará a seguir, convém lembrar mais uma vez o lugar privilegiado da atualidade da posição histérica para fazer valer o peso de seu próprio discurso. E ainda que possamos dizer de um lugar de fala demandante, é na histericização do discurso, princípio de condição primeira da clínica, que reside a possibilidade de fazer falar, e mais ainda, de se fazer escutar.The present dissertation is part of a larger work, the result of a teacher listening joint effort from a clinical device of analysis and intervention with teachers of public schools of Belo Horizonte, which recognize themselves as mentally diseased. Psychoanalysis was the theory chosen to guide our way, relying on Freud, Lacan and contemporary psychoanalytical production when applied to social practices. Because we were dealing with subjects taken into their singularities and subjective positions, the clinical guidance method allowed, in addition to collecting the material to be analyzed, the researched object to be treated as a subject through their speech, permeated with contradictions, conflicts and uncertainties. It was intended to investigate what type of knowledge teachers have produced about themselves and about the diseased ways of dealing with the profession and also examine how teachers appropriate the contemporary discourses about mental suffering and forms of treatment offered to the psychological distress experienced by them. If the public school teachers who presented themselves to us seemed diseased, anxious, distressed, depressed, suffering from panic and anxiety attacks and other forms of suffering, what became evident in their speech is a delicate place, mostly a complainant relationship with the school. Without disregarding the structural problems of a devalued and unauthorized place that education occupies today, shaken mental health appears to be the main complaint of many of those who were with us. Although taking the risk of generalization, we propose as a hypothesis and certified that mimetically, the discourse of hysteria would be the conductor of the speech of those teachers. To tell us of their forms of suffering, its symptoms and its frustration, these teachers seem to be in a place of unsatisfied desire which is directed to the Other personified by the school as the one that should have the answers, although judged by them as flawed. At the same time inflated in its dimensions and emptied in its direction, the school would figure as the trigger for a series of psychopathologies concerning itself as much as they relate to the subject, which sees the complaint as a chance to point out an external hole, certainly not without suffering. Our findings are not meant to silence or discredit the serious state of suffering in wich teachers find themselves today, on the contrary, we must go 10 deeper into their speech and notice in them the possibility of elaborating the current situation. In proposing the reading that will follow, it should be noted once again the current privileged place of the hysterical position to bring to bear the full weight of its own speech. And eventhough we are able to talk from a demanding speak place, it is in hystericization of the speech, first condition to the clinical principle, that lies the possibility of speaking, and even more, to make ourselves heard.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEducaçãoPsicanálise e educaçãoProfessores - Aspectos psicológicosHisteriaPsicanálise e EducaçãoOrientação clínicaPadecimento docenteDiscurso da histeriaDe que discurso se trata quando professores se dizem padecidosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALBarbaraOliveiraPaulino.pdfBarbaraOliveiraPaulino.pdfapplication/pdf697829https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57786/1/BarbaraOliveiraPaulino.pdf7b360896966e092d5da9ac459e5d6df5MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57786/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57786/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/577862023-08-14 09:10:45.926oai:repositorio.ufmg.br:1843/57786TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-08-14T12:10:45Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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