Caracterização morfológica, genética, parasitológica e imunopatológica de um isolado de Schistosoma mansoni obtido do roedor silvestre Holochilus sciureus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guilherme Silva Miranda
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51279
https://orcid.org/ 0000-0003-3763-2776
Resumo: O parasito Schistosoma mansoni é o agente etiológico da esquistossomose, uma doença parasitária que determina elevadas taxas de mortalidade e morbidade em humanos. Além do ser humano, algumas espécies de roedores silvestres também são susceptíveis ao parasito e as sucessivas infecções nesses animais podem favorecer a seleção de novas linhagens de S. mansoni, cujo impacto na morbidade, transmissão e controle da esquistossomose ainda é desconhecido. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever o processo de isolamento da linhagem HS de S. mansoni obtida de roedores Holochilus sciureus naturalmente infectados, capturados no Maranhão, Brasil. Posteriormente, o presente estudo avaliou, de forma comparativa, aspectos morfológicos e genéticos do parasito isolado, além da cinética parasitária e da resposta imunopatológica induzida pelas linhagem HS e linhagem LE (originalmente isolada de humano) durante infecções experimentais em camundongos BALB/c e caramujos Biomphalaria glabrata. Para isolar o parasito, miracídios obtidos de fígados de H. sciureus foram utilizados para infectar B. glabrata de linhagens simpátrica (SB) e alopátrica (BH) e as cercárias produzidas foram usadas para a infecção dos hamsters e/ou camundongos BALB/c. Após isolamento, o perfil parasitológico da infecção nesses hospedeiros foi avaliado e as regiões 16S e cox 1 de vermes obtidos desses modelos experimentais foram amplificadas e sequenciadas. Posteriormente, novas infecções foram realizadas em camundongos e B. glabrata, utilizando as linhagens HS e LE de S. mansoni para a avaliação comparativa de aspectos morfológicos e morfométricos de ovos eliminados nas fezes, miracídios, cercárias e vermes adultos. Para realizar avaliações parasitológicas e imunopatológicas da infecção pela linhagem HS de S. mansoni em BALB/c, grupos de camundongos infectados com 50 cercárias HS ou LE foram comparativamente avaliados durante a esquistossomose experimental aguda e crônica. Por fim, para investigar a interação entre B. glabrata e a linhagem HS de S. mansoni, grupos de caramujos infectados com 15 miracídios das linhagens HS ou LE foram comparativamente avaliados durante 91 dias de infecção. As nossas tentativas de isolamento demonstraram que apenas miracídios obtidos de camundongos infectados, mas não de hamsters, foram capazes de infectar B. glabrata, permitindo a manutenção do parasito em laboratório. As sequências genéticas obtidas de vermes adultos HS apresentaram 100% de similaridade com S. mansoni, e a análise filogenética mostrou que essa linhagem do parasito forma um grupo com outros isolados do Brasil, Porto Rico, Guadalupe e Quênia. Apesar dessa similaridade genética com outros isolados de S. mansoni, a linhagem HS apresentou particularidades biológicas: a infecção experimental de B. glabrata SB com S. mansoni HS resultou em dois picos de eliminação de cercárias, aos 45 e após 70 dias pós-infecção (dpi), e a taxa de recuperação de vermes em camundongos foi baixa, aproximadamente 13%. Além disso, as avaliações morfológicas comparativas demonstraram que os miracídios HS apresentaram menores dimensões corporais; entretanto, as cercárias HS foram maiores que as da linhagem LE. Adicionalmente, vermes adultos machos da linhagem HS apresentam maior número de tubérculos tegumentares na região anterior do corpo e as fêmeas uma menor área da espermateca e uma maior frequência de ovos no oótipo, quando comparado com a linhagem LE. Em camundongos BALB/c, verificamos que a infecção pela linhagem HS apresentou menor carga parasitária; entretanto, as fêmeas HS apresentaram maior fecundidade, quando comparado com as da linhagem LE. Além disso, a infecção pela linhagem HS resultou em menor concentração de IL-5, IL-10 e IL-13 e atividade de EPO no homogenato hepático, mas maiores concentrações de TNF- α, IFN-γ, IL-12 e IL-17 no homogenato do intestino delgado, quando comparado com a infecção pela linhagem LE. A infecção pela linhagem HS de S. mansoni também resultou em maiores concentrações de produtos finais de NO tecidual e induziu um aumento nos níveis de transaminases plasmáticas, formação de granulomas maiores e maior taxa de mortalidade. Em B. glabrata, verificamos que a infecção pela linhagem HS induziu uma maior taxa de infecção e um atraso na migração de esporocistos secundários (30–40 dpi) e eliminação de cercárias (77 dpi.), quando comparado com a linhagem LE. Além disso, B. glabrata infectado com a linhagem HS não teve alteração significativa no número de hemócitos circulantes em comparação aos caramujos não infectados, resultando em menor quantidade de células em relação aos caramujos infectados com a linhagem LE, aos 15 dpi. A infecção pela linhagem HS também resultou em uma redução da concentração de proteínas homólogas a TNF-α e IL-17 de humanos na hemolinfa e aumento de H2O2, mieloperoxidase e arginase no tecido. Dessa forma, nossos dados demonstraram que os camundongos BALB/c e caramujos B. glabrata suportam a manutenção de S. mansoni isolado de H. sciureus em condições de laboratório. A partir desse conhecimento, foi possível caracterizar o perfil genético da linhagem HS e demonstrar que ela apresenta características morfológicas próprias e padrões parasitológicos e imunopatológicos diferenciados que podem favorecer sua transmissão e induzir maior gravidade da esquistossomose.
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Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever o processo de isolamento da linhagem HS de S. mansoni obtida de roedores Holochilus sciureus naturalmente infectados, capturados no Maranhão, Brasil. Posteriormente, o presente estudo avaliou, de forma comparativa, aspectos morfológicos e genéticos do parasito isolado, além da cinética parasitária e da resposta imunopatológica induzida pelas linhagem HS e linhagem LE (originalmente isolada de humano) durante infecções experimentais em camundongos BALB/c e caramujos Biomphalaria glabrata. Para isolar o parasito, miracídios obtidos de fígados de H. sciureus foram utilizados para infectar B. glabrata de linhagens simpátrica (SB) e alopátrica (BH) e as cercárias produzidas foram usadas para a infecção dos hamsters e/ou camundongos BALB/c. Após isolamento, o perfil parasitológico da infecção nesses hospedeiros foi avaliado e as regiões 16S e cox 1 de vermes obtidos desses modelos experimentais foram amplificadas e sequenciadas. Posteriormente, novas infecções foram realizadas em camundongos e B. glabrata, utilizando as linhagens HS e LE de S. mansoni para a avaliação comparativa de aspectos morfológicos e morfométricos de ovos eliminados nas fezes, miracídios, cercárias e vermes adultos. Para realizar avaliações parasitológicas e imunopatológicas da infecção pela linhagem HS de S. mansoni em BALB/c, grupos de camundongos infectados com 50 cercárias HS ou LE foram comparativamente avaliados durante a esquistossomose experimental aguda e crônica. Por fim, para investigar a interação entre B. glabrata e a linhagem HS de S. mansoni, grupos de caramujos infectados com 15 miracídios das linhagens HS ou LE foram comparativamente avaliados durante 91 dias de infecção. As nossas tentativas de isolamento demonstraram que apenas miracídios obtidos de camundongos infectados, mas não de hamsters, foram capazes de infectar B. glabrata, permitindo a manutenção do parasito em laboratório. 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Em B. glabrata, verificamos que a infecção pela linhagem HS induziu uma maior taxa de infecção e um atraso na migração de esporocistos secundários (30–40 dpi) e eliminação de cercárias (77 dpi.), quando comparado com a linhagem LE. Além disso, B. glabrata infectado com a linhagem HS não teve alteração significativa no número de hemócitos circulantes em comparação aos caramujos não infectados, resultando em menor quantidade de células em relação aos caramujos infectados com a linhagem LE, aos 15 dpi. A infecção pela linhagem HS também resultou em uma redução da concentração de proteínas homólogas a TNF-α e IL-17 de humanos na hemolinfa e aumento de H2O2, mieloperoxidase e arginase no tecido. Dessa forma, nossos dados demonstraram que os camundongos BALB/c e caramujos B. glabrata suportam a manutenção de S. mansoni isolado de H. sciureus em condições de laboratório. A partir desse conhecimento, foi possível caracterizar o perfil genético da linhagem HS e demonstrar que ela apresenta características morfológicas próprias e padrões parasitológicos e imunopatológicos diferenciados que podem favorecer sua transmissão e induzir maior gravidade da esquistossomose.Schistosoma mansoni is the etiologic agent of schistosomiasis, a parasitic disease associated with high rates of mortality and morbidity in humans. In addition to humans, some species of wild rodents are also susceptible to this parasite and successive infections in these animals may favor the selection of new strains of S. mansoni, whose impact on morbidity, transmission, and control of schistosomiasis is still unknown. Thus, this work aimed to describe the isolation process of S. mansoni obtained from naturally infected Holochilus sciureus rodents (HS strain), captured in Maranhão, Brazil. Subsequently, the present study comparatively evaluated morphological and genetic aspects of the isolated parasite, in addition to the parasitic kinetics and immunopathological response induced by the HS and the LE strain (originally isolated from humans) during experimental infections in BALB/c mice and Biomphalaria glabrata snails. To isolate the parasite, miracidia obtained from livers of H. sciureus were used to infect sympatric (SB) and allopatric (BH) strains of B. glabrata, and the cercariae produced were used to infect hamsters and/or BALB/c mice experimentally. After isolation, the parasitological profile of the HS strain infection in these hosts was evaluated and the 16S and cox 1 genetic regions of worms obtained from these experimental models were amplified and sequenced. Subsequently, new infections were performed in mice and B. glabrata, using the HS and the LE strain of S. mansoni for the comparative evaluation of morphometric aspects of eggs eliminated in feces, miracidia, cercariae, and adult worms. To assess the parasitological and immunopathological profile of S. mansoni HS strain infection in vertebrate hosts, groups of BALB/c mice were infected with 50 cercariae of HS or LE strain, and these animals were comparatively evaluated during acute and chronic experimental schistosomiasis. Finally, to investigate the interaction between B. glabrata and the HS strain of S. mansoni, groups of snails infected with 15 miracidia of the HS or LE strains were comparatively evaluated during 91 dpi. Our isolation attempts demonstrated that only miracidia obtained from infected mice, but not from hamsters, were able to infect B. glabrata, allowing the maintenance of the parasite in the laboratory. The sequences showed 100% similarity with S. mansoni, and the phylogenetic analysis demonstrated that the HS strain of the parasite forms a group with isolates from Brazil, Puerto Rico, Guadeloupe, and Kenya. Despite this genetic similarity with other S. mansoni isolates, the HS strain had biological peculiarities: experimental infection of B. glabrata SB with S. mansoni HS resulted in two peaks of cercariae shedding, at 45 and after 70 days post-infection (dpi), and the worm recovery rate in mice was very low, about of 13%. In addition, our comparative morphological evaluations showed that HS miracidia had smaller body dimensions; however, HS cercariae were larger than those of the LE strain. Additionally, adult male worms of the HS strain have a greater number of tegumental tubercles and the female worms have a smaller area of the spermatheca and a higher frequency of eggs in the ootype, compared to the LE strain. In BALB/c mice, we showed that the infection by the HS strain had a lower parasite burden; however, the HS females showed higher fecundity when compared to the LE strain. Moreover, mice infected with the HS strain showed reduced concentrations of IL-5, IL-10, and IL-13, and lower EPO activity in liver homogenate; but higher concentrations of TNF-α, IFN-γ, IL-12, and IL-17 in the small intestine homogenate, compared to the LE strain. S. mansoni HS strain infection also resulted in higher concentrations of NO end-products in tissues and induced an increase in plasma transaminase levels, formation of larger granulomas, and a higher mortality rate. In B. glabrata snails, we demonstrated that the infection by the HS strain had a higher rate of infection and a delay in secondary sporocyst migration (30–40 dpi) and cercariae shedding (77 dpi.), compared to the LE strain. In addition, B. glabrata infected with the HS strain did not significantly change the number of circulating hemocytes compared to uninfected snails, resulting in a smaller number of cells compared to snails infected with the LE strain, at 15 dpi. Infection by the HS strain also resulted in a reduction in the concentration of proteins homologous to humans in the hemolymph, such as TNF-α and IL-17, and an increase in H2O2, myeloperoxidase, and arginase in the tissue. Thus, our data demonstrate that BALB/c mice and B. glabrata snails support the maintenance of S. mansoni isolated from H. sciureus under laboratory conditions. Based on this knowledge, it was possible to characterize the genetic profile of the HS strain and demonstrate that this parasite strain has distinct morphological characteristics and differentiated parasitological and immunopathological patterns in vertebrate and invertebrate hosts, which may favor its transmission and induce greater severity of schistosomiasis.Outra AgênciaporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em ParasitologiaUFMGBrasilICB - DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIAParasitologiaEsquistossomoseRoedoresMorbidadeResposta imunePerfil GenéticoBiomphalariaEsquistossomoseHolochilus sciureusMorbidadeResposta imuneCaracterização genéticaReservatório silvestreBiomphalaria glabrataCaracterização morfológica, genética, parasitológica e imunopatológica de um isolado de Schistosoma mansoni obtido do roedor silvestre Holochilus sciureusMorphological, genetic, parasitological, and immunopathological characterization of Schistosoma mansoni isolated from the wild rodent Holochilus sciureusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese - Guilherme Miranda (Versão final) Repositório UFMG.pdfTese - Guilherme Miranda (Versão final) Repositório UFMG.pdfapplication/pdf9363883https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51279/1/Tese%20-%20Guilherme%20Miranda%20%28Vers%c3%a3o%20final%29%20Reposit%c3%b3rio%20UFMG.pdfa7bab05de7ae78657f2fd549daf9ac0eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51279/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/512792023-03-28 11:57:10.615oai:repositorio.ufmg.br:1843/51279TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-28T14:57:10Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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Posteriormente, o presente estudo avaliou, de forma comparativa, aspectos morfológicos e genéticos do parasito isolado, além da cinética parasitária e da resposta imunopatológica induzida pelas linhagem HS e linhagem LE (originalmente isolada de humano) durante infecções experimentais em camundongos BALB/c e caramujos Biomphalaria glabrata. Para isolar o parasito, miracídios obtidos de fígados de H. sciureus foram utilizados para infectar B. glabrata de linhagens simpátrica (SB) e alopátrica (BH) e as cercárias produzidas foram usadas para a infecção dos hamsters e/ou camundongos BALB/c. Após isolamento, o perfil parasitológico da infecção nesses hospedeiros foi avaliado e as regiões 16S e cox 1 de vermes obtidos desses modelos experimentais foram amplificadas e sequenciadas. Posteriormente, novas infecções foram realizadas em camundongos e B. glabrata, utilizando as linhagens HS e LE de S. mansoni para a avaliação comparativa de aspectos morfológicos e morfométricos de ovos eliminados nas fezes, miracídios, cercárias e vermes adultos. Para realizar avaliações parasitológicas e imunopatológicas da infecção pela linhagem HS de S. mansoni em BALB/c, grupos de camundongos infectados com 50 cercárias HS ou LE foram comparativamente avaliados durante a esquistossomose experimental aguda e crônica. Por fim, para investigar a interação entre B. glabrata e a linhagem HS de S. mansoni, grupos de caramujos infectados com 15 miracídios das linhagens HS ou LE foram comparativamente avaliados durante 91 dias de infecção. As nossas tentativas de isolamento demonstraram que apenas miracídios obtidos de camundongos infectados, mas não de hamsters, foram capazes de infectar B. glabrata, permitindo a manutenção do parasito em laboratório. As sequências genéticas obtidas de vermes adultos HS apresentaram 100% de similaridade com S. mansoni, e a análise filogenética mostrou que essa linhagem do parasito forma um grupo com outros isolados do Brasil, Porto Rico, Guadalupe e Quênia. Apesar dessa similaridade genética com outros isolados de S. mansoni, a linhagem HS apresentou particularidades biológicas: a infecção experimental de B. glabrata SB com S. mansoni HS resultou em dois picos de eliminação de cercárias, aos 45 e após 70 dias pós-infecção (dpi), e a taxa de recuperação de vermes em camundongos foi baixa, aproximadamente 13%. Além disso, as avaliações morfológicas comparativas demonstraram que os miracídios HS apresentaram menores dimensões corporais; entretanto, as cercárias HS foram maiores que as da linhagem LE. Adicionalmente, vermes adultos machos da linhagem HS apresentam maior número de tubérculos tegumentares na região anterior do corpo e as fêmeas uma menor área da espermateca e uma maior frequência de ovos no oótipo, quando comparado com a linhagem LE. Em camundongos BALB/c, verificamos que a infecção pela linhagem HS apresentou menor carga parasitária; entretanto, as fêmeas HS apresentaram maior fecundidade, quando comparado com as da linhagem LE. Além disso, a infecção pela linhagem HS resultou em menor concentração de IL-5, IL-10 e IL-13 e atividade de EPO no homogenato hepático, mas maiores concentrações de TNF- α, IFN-γ, IL-12 e IL-17 no homogenato do intestino delgado, quando comparado com a infecção pela linhagem LE. A infecção pela linhagem HS de S. mansoni também resultou em maiores concentrações de produtos finais de NO tecidual e induziu um aumento nos níveis de transaminases plasmáticas, formação de granulomas maiores e maior taxa de mortalidade. Em B. glabrata, verificamos que a infecção pela linhagem HS induziu uma maior taxa de infecção e um atraso na migração de esporocistos secundários (30–40 dpi) e eliminação de cercárias (77 dpi.), quando comparado com a linhagem LE. Além disso, B. glabrata infectado com a linhagem HS não teve alteração significativa no número de hemócitos circulantes em comparação aos caramujos não infectados, resultando em menor quantidade de células em relação aos caramujos infectados com a linhagem LE, aos 15 dpi. A infecção pela linhagem HS também resultou em uma redução da concentração de proteínas homólogas a TNF-α e IL-17 de humanos na hemolinfa e aumento de H2O2, mieloperoxidase e arginase no tecido. Dessa forma, nossos dados demonstraram que os camundongos BALB/c e caramujos B. glabrata suportam a manutenção de S. mansoni isolado de H. sciureus em condições de laboratório. A partir desse conhecimento, foi possível caracterizar o perfil genético da linhagem HS e demonstrar que ela apresenta características morfológicas próprias e padrões parasitológicos e imunopatológicos diferenciados que podem favorecer sua transmissão e induzir maior gravidade da esquistossomose.
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