Entre as kakxop: uma etnografia da aprendizagem e dos cantos das crianças tikmũ’ũn

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbara Viggiano Rocha da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/32215
Resumo: Esse é um trabalho sobre a infância entre os povos indígenas Tikmũ’ũn (conhecidos também como Maxakali), habitantes do norte de Minas Gerais, destacando as dimensões de suas vidas mais conectadas à produção, apreciação e reinvenção sonora. Sua confecção se deu, principalmente, através da etnografia resultante do trabalho de campo em diálogo com outras etnografias. Procuro abordar a relação dos trabalhos acústicos produzidos pelas crianças tikmũ’ũn a partir de uma etnografia que considere também os momentos em que não estão elas produzindo sonoridades tidas, pela tradição hegemônica, como musicais. Pretendendo desvendar os significados e motivações das crianças tikmũ’ũn (kakxop) para executar práticas e performances nas quais o som ocupa posição de destaque fui levada a escrutinar suas brincadeiras, o engajamento livre nas tarefas domésticas, suas interações com os varios seres que vivem entre eles, suas peraltices, seus aprendizados diversos, nos quais experimentam movimentos, sensações e potências singulares, que podem constituir uma forma própria de xamanismo. A participação autônoma das kakxop nos rituais, nas festas, nas rezas de cura, na iniciação, na intimidade privada do lar ou na memória dos sonhos evocam seus afetos e despertam, paulatinamente, suas capacidades próprias, sendo, portanto indispensáveis e possibilitadas pelo zelo dos Tikmũ’ũn. O cuidado dos adultos com as kakxop é demonstrado na minuciosa fabricação do corpo infantil, tanto pela familiarização engendrada pelos fluxos de comida, espaços, atividades e cantos compartilhados, quanto pela adoção de subjetividades outras na experimentação de afetos múltiplos que as capacitem a diluir a própria humanidade em mais devires. Em suas práticas cotidianas imbuídas de ludicidade e alegria entre pares, reafirmadas em momentos rituais (que embora se destaquem no cotidiano, não se destacam do cotidiano) estão as kakxop se relacionando e partilhando afetos com os diversos agentes e ajudando na manutenção de modos de vida próprios dos Tikmũ’ũn.
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Pretendendo desvendar os significados e motivações das crianças tikmũ’ũn (kakxop) para executar práticas e performances nas quais o som ocupa posição de destaque fui levada a escrutinar suas brincadeiras, o engajamento livre nas tarefas domésticas, suas interações com os varios seres que vivem entre eles, suas peraltices, seus aprendizados diversos, nos quais experimentam movimentos, sensações e potências singulares, que podem constituir uma forma própria de xamanismo. A participação autônoma das kakxop nos rituais, nas festas, nas rezas de cura, na iniciação, na intimidade privada do lar ou na memória dos sonhos evocam seus afetos e despertam, paulatinamente, suas capacidades próprias, sendo, portanto indispensáveis e possibilitadas pelo zelo dos Tikmũ’ũn. O cuidado dos adultos com as kakxop é demonstrado na minuciosa fabricação do corpo infantil, tanto pela familiarização engendrada pelos fluxos de comida, espaços, atividades e cantos compartilhados, quanto pela adoção de subjetividades outras na experimentação de afetos múltiplos que as capacitem a diluir a própria humanidade em mais devires. Em suas práticas cotidianas imbuídas de ludicidade e alegria entre pares, reafirmadas em momentos rituais (que embora se destaquem no cotidiano, não se destacam do cotidiano) estão as kakxop se relacionando e partilhando afetos com os diversos agentes e ajudando na manutenção de modos de vida próprios dos Tikmũ’ũn.This is an academic work about Tikmũ'ũn childhood (these indigenous peoples are also known as Maxakali), northen of Minas Gerais inhabitants, highlighting the dimensions of their lives most connected to sound production, appreciation and reinvention. It was made mainly through ethnography resulting from fieldwork in dialogue with other ethnographies. I try to approach the relation of the acoustic works produced by the tikmũ'ũn children with an ethnography that also considers the moments when they are not producing sounds considered by the hegemonic tradition as musical. Intending to unveil the meanings and motivations of the tikmũ'ũn children (kakxop) to perform practices and productions in which sound occupies a prominent position I was led to scrutinize their play, their free engagement in household chores, their interactions with the various beings that live among them, their frolicking, their diverse learnings, in which they experience unique movements, sensations, and powers, that may constitute their own form of shamanism. The autonomous participation of kakxop in rituals, parties, healing events, initiation, private intimacy of home or memory of dreams evoke their affections and gradually awaken their own capacities, and are therefore indispensable and made possible by the zeal of the Tikmũ'ũn. The care of adults with kakxop is demonstrated in the careful fabrication of the infant body, both by the familiarization engendered by shared food flows, spaces, activities, and singing, as well as by the adoption of other subjectivities in the experimentation of multiple affections that enable them to dilute humanity itself into more becomings. In their daily practices imbued with playfulness and joy among peers, reaffirmed in ritual moments (that stands out in everyday life, not from everyday life) the kakxop are relating and sharing affections with various subjects and helping to maintain Tikmũ'ũn own ways ofliving.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em MúsicaUFMGBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessMúsicaEtnomusicologiaÍndios Maxacali - MúsicaCanções MaxacaliInfância indígenaTikmũ’ũn/MaxakaliAprendizado musicalCantos indígenasEtnomusicologiaEntre as kakxop: uma etnografia da aprendizagem e dos cantos das crianças tikmũ’ũninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertacao_Barbara_Viggiano_Escola_Musica_UFMG.pdfDissertacao_Barbara_Viggiano_Escola_Musica_UFMG.pdfapplication/pdf6300496https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32215/1/Dissertacao_Barbara_Viggiano_Escola_Musica_UFMG.pdff79350ba7bfcc509b56e3ab236fbc2c2MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32215/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32215/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD53TEXTDissertacao_Barbara_Viggiano_Escola_Musica_UFMG.pdf.txtDissertacao_Barbara_Viggiano_Escola_Musica_UFMG.pdf.txtExtracted texttext/plain537683https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32215/4/Dissertacao_Barbara_Viggiano_Escola_Musica_UFMG.pdf.txtc871029c38652a18ea0e06788852c67fMD541843/322152020-01-25 03:31:25.282oai:repositorio.ufmg.br:1843/32215TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-25T06:31:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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