Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leticia Paiva Franco
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AP5Q9E
Resumo: Introdução: A associação entre a respiração oral e o crescimento dentofacial tem sido descrita na literatura pelo menos desde meados do século XIX, mas no início do século XXI ainda há uma série de questionamentos sobre esse tema. Apesar do padrão facial das crianças respiradoras orais (RO) ser reconhecidamente mais longo do que o de crianças respiradoras nasais (RN), pouco se sabe sobre a variabilidade da tipologia facial quando diferentes etiologias de obstrução respiratória estão envolvidas. Pouco também foi estudado sobre o comportamento rotacional e a remodelação que acontecem na mandíbula das crianças RO antes e após normalização do padrão respiratório. Assim, o objetivo geral da presente investigação foi avaliar o padrão cefalométrico, a rotação mandibular e a remodelação angular de crianças RO com obstrução grave das vias aéreas superiores por hipertrofia de tonsilas faríngea e/ou palatinas sendo os objetivos específicos: 1) comparar o padrão cefalométrico de crianças RO com diferentes etiologias obstrutivas entre si e 2) com crianças RN; 3) comparar padrão rotacional mandibular e de remodelação angular de crianças RO e crianças RN ao longo de um ano de observação; 4) avaliar se é possível prever a rotação mandibular e a remodelação angular baseando-se no tipo facial vertical de crianças RO e RN; 5) avaliar se as crianças RO submetidas ao tratamento cirúrgico para normalização do padrão respiratório apresentam padrão rotacional mandibular e de remodelação angular semelhante ao das crianças RN e, principalmente e de forma inédita, comparar seu comportamento rotacional mandibular com o de crianças RO não tratadas também ao longo de um ano de observação. Pacientes e Métodos: Foram selecionadas crianças RO com hipertrofia de tonsila faríngea 80% e/ou com hipertrofia de tonsilas palatinas graus 3 ou 4, subdivididas de duas formas: 1) crianças RO com diferentes causas de obstrução (grupo 1 crianças com hipertrofia de tonsila faríngea, grupo 2 crianças com hipertrofia de tonsilas palatinas e grupo 3 crianças com hipertrofia de tonsilas faríngea e palatinas) e 2) crianças RO tratadas (submetidas à adeno-/tonsilectomia) e crianças RO não tratadas. Foram selecionadas também crianças RN. Foram comparadas as médias das medidas cefalométricas angulares e de proporção de forma transversal e as medidas de rotação mandibular e remodelação angular de forma longitudinal. Resultados: Todas as medidas de interesse mostraram diferença estatisticamente significativa na comparação entre crianças RO e RN (grupo controle GC) exceto o ângulo SNB. As crianças RO com diferentes causas de obstrução também, separadamente, apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparadas com o grupo de RN (com SNB maior no grupo 1; ANB maior nos grupos 1, 2 e 3; AFP/AFAT menor nos grupos 1, 2 e 3; SNGnGO, NSGn, AFAI/AFAT maiores nos grupos 1 e 3 vs. GC). Comparando os grupos 1, 2 e 3 entre si, as diferenças foram: SNB e AFP/AFAT maiores no grupo 2 que no grupo 1 e NSGn menor no grupo 2 que no grupo 1. Quanto à avaliação longitudinal, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as crianças RO e RN na rotação real nem na rotação aparente, mas houve diferença significativa na remodelação angular no período de um ano. Já a comparação das crianças RO tratadas com as RO não tratadas e com as crianças RN não mostrou diferenças na 14 Resumo rotação aparente, rotação real e remodelação angular, apesar de estas duas últimas medidas terem valores maiores em crianças RO tratadas que em crianças RO não tratadas. Conclusões: Há evidente diferença entre as medidas cefalométricas angulares e de proporção das crianças RN e RO, independentemente da etiologia obstrutiva. Os ângulos SNB, NSGn e a proporção AFP/AFAT são diferentes dependendo do sítio de obstrução respiratória. Nas crianças RO devido à hipertrofia de tonsilas palatinas o posicionamento da mandíbula mostrou-se mais anterior e superior do que naquelas cuja respiração oral está associada à obstrução por tonsila faríngea. As crianças RO não mostram o mesmo padrão de remodelação angular quando comparadas com crianças RN, mas não se pode afirmar que as crianças RO apresentam diferentes padrões de rotação real e rotação aparente mandibular quando comparadas com crianças RN, e, surpreendentemente, as crianças RO e RN apresentam o mesmo padrão de rotação mandibular anti-horário. Não é possível prever a rotação mandibular e a remodelação angular de crianças RO e RN baseando-se no tipo facial vertical. Não se pode afirmar que crianças RO tratadas apresentam um padrão de rotação mandibular e de remodelação angular diferente do das crianças RN e especialmente do de crianças RO não tratadas.
id UFMG_53b813d1ffc65ec72db16746b089a393
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AP5Q9E
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Jorge Andrade PintoHelena Maria Goncalves BeckerHelena Maria Goncalves BeckerPaulo Fernando Tormin Borges CrosaraMatheus Melo PithonLeticia Paiva Franco2019-08-13T16:55:28Z2019-08-13T16:55:28Z2012-09-21http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AP5Q9EIntrodução: A associação entre a respiração oral e o crescimento dentofacial tem sido descrita na literatura pelo menos desde meados do século XIX, mas no início do século XXI ainda há uma série de questionamentos sobre esse tema. Apesar do padrão facial das crianças respiradoras orais (RO) ser reconhecidamente mais longo do que o de crianças respiradoras nasais (RN), pouco se sabe sobre a variabilidade da tipologia facial quando diferentes etiologias de obstrução respiratória estão envolvidas. Pouco também foi estudado sobre o comportamento rotacional e a remodelação que acontecem na mandíbula das crianças RO antes e após normalização do padrão respiratório. Assim, o objetivo geral da presente investigação foi avaliar o padrão cefalométrico, a rotação mandibular e a remodelação angular de crianças RO com obstrução grave das vias aéreas superiores por hipertrofia de tonsilas faríngea e/ou palatinas sendo os objetivos específicos: 1) comparar o padrão cefalométrico de crianças RO com diferentes etiologias obstrutivas entre si e 2) com crianças RN; 3) comparar padrão rotacional mandibular e de remodelação angular de crianças RO e crianças RN ao longo de um ano de observação; 4) avaliar se é possível prever a rotação mandibular e a remodelação angular baseando-se no tipo facial vertical de crianças RO e RN; 5) avaliar se as crianças RO submetidas ao tratamento cirúrgico para normalização do padrão respiratório apresentam padrão rotacional mandibular e de remodelação angular semelhante ao das crianças RN e, principalmente e de forma inédita, comparar seu comportamento rotacional mandibular com o de crianças RO não tratadas também ao longo de um ano de observação. Pacientes e Métodos: Foram selecionadas crianças RO com hipertrofia de tonsila faríngea 80% e/ou com hipertrofia de tonsilas palatinas graus 3 ou 4, subdivididas de duas formas: 1) crianças RO com diferentes causas de obstrução (grupo 1 crianças com hipertrofia de tonsila faríngea, grupo 2 crianças com hipertrofia de tonsilas palatinas e grupo 3 crianças com hipertrofia de tonsilas faríngea e palatinas) e 2) crianças RO tratadas (submetidas à adeno-/tonsilectomia) e crianças RO não tratadas. Foram selecionadas também crianças RN. Foram comparadas as médias das medidas cefalométricas angulares e de proporção de forma transversal e as medidas de rotação mandibular e remodelação angular de forma longitudinal. Resultados: Todas as medidas de interesse mostraram diferença estatisticamente significativa na comparação entre crianças RO e RN (grupo controle GC) exceto o ângulo SNB. As crianças RO com diferentes causas de obstrução também, separadamente, apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparadas com o grupo de RN (com SNB maior no grupo 1; ANB maior nos grupos 1, 2 e 3; AFP/AFAT menor nos grupos 1, 2 e 3; SNGnGO, NSGn, AFAI/AFAT maiores nos grupos 1 e 3 vs. GC). Comparando os grupos 1, 2 e 3 entre si, as diferenças foram: SNB e AFP/AFAT maiores no grupo 2 que no grupo 1 e NSGn menor no grupo 2 que no grupo 1. Quanto à avaliação longitudinal, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as crianças RO e RN na rotação real nem na rotação aparente, mas houve diferença significativa na remodelação angular no período de um ano. Já a comparação das crianças RO tratadas com as RO não tratadas e com as crianças RN não mostrou diferenças na 14 Resumo rotação aparente, rotação real e remodelação angular, apesar de estas duas últimas medidas terem valores maiores em crianças RO tratadas que em crianças RO não tratadas. Conclusões: Há evidente diferença entre as medidas cefalométricas angulares e de proporção das crianças RN e RO, independentemente da etiologia obstrutiva. Os ângulos SNB, NSGn e a proporção AFP/AFAT são diferentes dependendo do sítio de obstrução respiratória. Nas crianças RO devido à hipertrofia de tonsilas palatinas o posicionamento da mandíbula mostrou-se mais anterior e superior do que naquelas cuja respiração oral está associada à obstrução por tonsila faríngea. As crianças RO não mostram o mesmo padrão de remodelação angular quando comparadas com crianças RN, mas não se pode afirmar que as crianças RO apresentam diferentes padrões de rotação real e rotação aparente mandibular quando comparadas com crianças RN, e, surpreendentemente, as crianças RO e RN apresentam o mesmo padrão de rotação mandibular anti-horário. Não é possível prever a rotação mandibular e a remodelação angular de crianças RO e RN baseando-se no tipo facial vertical. Não se pode afirmar que crianças RO tratadas apresentam um padrão de rotação mandibular e de remodelação angular diferente do das crianças RN e especialmente do de crianças RO não tratadas.Introduction: The association between mouth breathing and dentofacial growth has been described in literature at least since the mid-nineteenth century, but early in the beginning of the XXI century there is still a number of questions about this relationship. Despite the fact that the long facial type has been recognized as a stereotype of mouth-breathers, the investigations on the influence of different obstructive etiologic factors on the facial morphology are scarce. Little is also known about the mandibular rotation and angular remodeling of MB children before and after adeno-/tonsillectomy. Therefore, the aim of this study was to evaluate the cephalometric pattern, the mandibular rotation and angular remodeling in MB children with severe obstruction of the upper airway due to adenoid and/or tonsils hypertrophy. The specific aims were: 1) to compare the cephalometric pattern of MB children with different obstructive etiologies between each other and 2) with NB children; 3) to compare mandibular rotation and angular remodeling of MB with NB children for one year of observation, 4) to assess whether it is possible to predict the mandibular rotation and angular remodeling based on the vertical facial type of MB and NB children; 5) to evaluate whether MB children undergone surgical treatment for normalization of breathing pattern present mandibular rotation and angular remodeling similar to NB children, and especially in an unprecedented manner, to compare their mandibular rotational behavior with the mandibular rotation of untreated MB children for one year of observation. Patients and Methods: We selected MB children with adenoid hypertrophy 80% and/or tonsils hypertrophy of grades 3 or 4 subdivided in two ways: 1) MB children with diferentt causes of obstruction (group 1 adenoid hypertrophy, group 2 tonsils hypertrophy and group 3 adenoid and tonsils hypertrophy) and 2) treated MB children (adeno-/tonsillectomised) and untreated MB children. NB children were also selected. The mean of the angular cephalometric measurements and proportions were compared transversely and the measurements of the mandibular rotation and angular remodeling were compared longitudinally. Results: All measurements of interest showed a statistically significant difference when comparing MB and NB children (control group - CG) except for SNB. MB children with different causes of obstruction, separately, showed statistically significant differences when compared with the NB children (SNB was higher in group 1; ANB was higher in groups 1, 2 and 3; PFH/TAFH was lower in groups 1, 2 and 3; SNGnGO, NSGn, LAFH/TAFH were higher in groups 1 and 3 vs. CG). Comparing groups 1, 2 and 3 with each other, the differences were: SNB and PFH/TAFH were higher in group 2 than in group 1 and NSGn was lower in group 2 than in group 1. As for the longitudinal evaluation, we found no statistically significant difference between the MB and NB children in the real rotation or apparent rotation, but there was significant difference in angular remodeling over one year. The comparison between treated MB children with untreated MB children showed no differences in apparent rotation, real rotation and angular remodeling despite the latter two measurements have higher values in treated MB children than in untreated 17 Abstract MB children. Conclusions: There is a clear difference between the angular cephalometric measurements and proportions of MB and NB children regardless of the obstructive etiology; SNB and NSGn angles and the proportion PFH/TAFH are different depending on the site of airway obstruction; in MB children, due to tonsils hypertrophy, the position of the mandible was more anterior and superior than in MB children associated with adenoid hypertrophy. MB children did not show the same pattern of angular remodeling compared with NB children but it cannot be said that the MB children have different patterns of mandibular real rotation nor apparent rotation when compared with NB children and, surprisingly, MB and NB children have the same pattern of counterclockwise mandibular rotation. It is not possible to predict the mandibular rotation and angular remodeling of MB and NB children based on the vertical facial type. The treated MB children did not show a different pattern of mandibular rotation and angular remodeling from NB children and, especially, from untreated MB children.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPediatriaCrescimento dentofacialRotação mandibularRespiração bucalCefalometriaAdenotonsilectomiaCrescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angularinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALvers_o_setembro_04.09.12.pdfapplication/pdf3098619https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AP5Q9E/1/vers_o_setembro_04.09.12.pdfed13975b4658e5d4db40752a1d78bda8MD51TEXTvers_o_setembro_04.09.12.pdf.txtvers_o_setembro_04.09.12.pdf.txtExtracted texttext/plain204909https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AP5Q9E/2/vers_o_setembro_04.09.12.pdf.txt85e3d826dfe15d9a98752747a7071f96MD521843/BUOS-AP5Q9E2019-11-14 15:50:35.316oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AP5Q9ERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:50:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
title Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
spellingShingle Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
Leticia Paiva Franco
Crescimento dentofacial
Rotação mandibular
Respiração bucal
Cefalometria
Adenotonsilectomia
Pediatria
title_short Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
title_full Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
title_fullStr Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
title_full_unstemmed Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
title_sort Crescimento facial vertical de crianças respiradoras orais: estudo comparativo e evolutivo da avaliação cefalométrica, do comportamento mandibular rotacional e da remodelação angular
author Leticia Paiva Franco
author_facet Leticia Paiva Franco
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Jorge Andrade Pinto
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Helena Maria Goncalves Becker
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Helena Maria Goncalves Becker
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Paulo Fernando Tormin Borges Crosara
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Matheus Melo Pithon
dc.contributor.author.fl_str_mv Leticia Paiva Franco
contributor_str_mv Jorge Andrade Pinto
Helena Maria Goncalves Becker
Helena Maria Goncalves Becker
Paulo Fernando Tormin Borges Crosara
Matheus Melo Pithon
dc.subject.por.fl_str_mv Crescimento dentofacial
Rotação mandibular
Respiração bucal
Cefalometria
Adenotonsilectomia
topic Crescimento dentofacial
Rotação mandibular
Respiração bucal
Cefalometria
Adenotonsilectomia
Pediatria
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Pediatria
description Introdução: A associação entre a respiração oral e o crescimento dentofacial tem sido descrita na literatura pelo menos desde meados do século XIX, mas no início do século XXI ainda há uma série de questionamentos sobre esse tema. Apesar do padrão facial das crianças respiradoras orais (RO) ser reconhecidamente mais longo do que o de crianças respiradoras nasais (RN), pouco se sabe sobre a variabilidade da tipologia facial quando diferentes etiologias de obstrução respiratória estão envolvidas. Pouco também foi estudado sobre o comportamento rotacional e a remodelação que acontecem na mandíbula das crianças RO antes e após normalização do padrão respiratório. Assim, o objetivo geral da presente investigação foi avaliar o padrão cefalométrico, a rotação mandibular e a remodelação angular de crianças RO com obstrução grave das vias aéreas superiores por hipertrofia de tonsilas faríngea e/ou palatinas sendo os objetivos específicos: 1) comparar o padrão cefalométrico de crianças RO com diferentes etiologias obstrutivas entre si e 2) com crianças RN; 3) comparar padrão rotacional mandibular e de remodelação angular de crianças RO e crianças RN ao longo de um ano de observação; 4) avaliar se é possível prever a rotação mandibular e a remodelação angular baseando-se no tipo facial vertical de crianças RO e RN; 5) avaliar se as crianças RO submetidas ao tratamento cirúrgico para normalização do padrão respiratório apresentam padrão rotacional mandibular e de remodelação angular semelhante ao das crianças RN e, principalmente e de forma inédita, comparar seu comportamento rotacional mandibular com o de crianças RO não tratadas também ao longo de um ano de observação. Pacientes e Métodos: Foram selecionadas crianças RO com hipertrofia de tonsila faríngea 80% e/ou com hipertrofia de tonsilas palatinas graus 3 ou 4, subdivididas de duas formas: 1) crianças RO com diferentes causas de obstrução (grupo 1 crianças com hipertrofia de tonsila faríngea, grupo 2 crianças com hipertrofia de tonsilas palatinas e grupo 3 crianças com hipertrofia de tonsilas faríngea e palatinas) e 2) crianças RO tratadas (submetidas à adeno-/tonsilectomia) e crianças RO não tratadas. Foram selecionadas também crianças RN. Foram comparadas as médias das medidas cefalométricas angulares e de proporção de forma transversal e as medidas de rotação mandibular e remodelação angular de forma longitudinal. Resultados: Todas as medidas de interesse mostraram diferença estatisticamente significativa na comparação entre crianças RO e RN (grupo controle GC) exceto o ângulo SNB. As crianças RO com diferentes causas de obstrução também, separadamente, apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparadas com o grupo de RN (com SNB maior no grupo 1; ANB maior nos grupos 1, 2 e 3; AFP/AFAT menor nos grupos 1, 2 e 3; SNGnGO, NSGn, AFAI/AFAT maiores nos grupos 1 e 3 vs. GC). Comparando os grupos 1, 2 e 3 entre si, as diferenças foram: SNB e AFP/AFAT maiores no grupo 2 que no grupo 1 e NSGn menor no grupo 2 que no grupo 1. Quanto à avaliação longitudinal, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as crianças RO e RN na rotação real nem na rotação aparente, mas houve diferença significativa na remodelação angular no período de um ano. Já a comparação das crianças RO tratadas com as RO não tratadas e com as crianças RN não mostrou diferenças na 14 Resumo rotação aparente, rotação real e remodelação angular, apesar de estas duas últimas medidas terem valores maiores em crianças RO tratadas que em crianças RO não tratadas. Conclusões: Há evidente diferença entre as medidas cefalométricas angulares e de proporção das crianças RN e RO, independentemente da etiologia obstrutiva. Os ângulos SNB, NSGn e a proporção AFP/AFAT são diferentes dependendo do sítio de obstrução respiratória. Nas crianças RO devido à hipertrofia de tonsilas palatinas o posicionamento da mandíbula mostrou-se mais anterior e superior do que naquelas cuja respiração oral está associada à obstrução por tonsila faríngea. As crianças RO não mostram o mesmo padrão de remodelação angular quando comparadas com crianças RN, mas não se pode afirmar que as crianças RO apresentam diferentes padrões de rotação real e rotação aparente mandibular quando comparadas com crianças RN, e, surpreendentemente, as crianças RO e RN apresentam o mesmo padrão de rotação mandibular anti-horário. Não é possível prever a rotação mandibular e a remodelação angular de crianças RO e RN baseando-se no tipo facial vertical. Não se pode afirmar que crianças RO tratadas apresentam um padrão de rotação mandibular e de remodelação angular diferente do das crianças RN e especialmente do de crianças RO não tratadas.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-09-21
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-13T16:55:28Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-13T16:55:28Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AP5Q9E
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AP5Q9E
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AP5Q9E/1/vers_o_setembro_04.09.12.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AP5Q9E/2/vers_o_setembro_04.09.12.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ed13975b4658e5d4db40752a1d78bda8
85e3d826dfe15d9a98752747a7071f96
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589283674587136