Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leonardo Gentil Menezes Ribeiro
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/IACO-8A8QYM
Resumo: Neste trabalho, estudamos os processos de beneficiamento da cor de topázio incolor, mineral-gema abundante no Brasil. O topázio de cor azul é o mineral-gema mais comercializado internacionalmente no mercado de gemas e jóias, atingindo cerca de 100 milhões de quilates por ano. Quase 100% dos topázios azuis recebem algum tipo de tratamento para a melhoria da cor que, em geral, envolve algum tipo de irradiação e tratamento térmico. Apesar de estes tratamentos serem feitos há mais de quarenta anos, ainda se sabe muito pouco sobre o centro causador da cor e os detalhes dos processos físicos para sua criação, gerando assim a motivação para o presente trabalho. O topázio possui fórmula química Al2SiO4(F,OH)2 com simetria ortorrômbica e, em sua grande maioria, é naturalmente incolor. Para este trabalho, utilizamos amostras de quatro regiões brasileiras: Tocantins, Rondônia, Marambaia (Minas Gerais) e Hematita (Minas Gerais). Tratamos essas amostras com radiação gama, com elétrons rápidos e com nêutrons, além da realização de tratamentos térmicos. Para a caracterização foram utilizadas as técnicas de Absorção Óptica (AO) na região da luz no espectro visível e Ressonância Paramagnética Eletrônica (EPR). Através da EPR, identificamos quatro centros paramagnéticos em topázio (Fe3+, O2-, X e O-) e analisamos seus comportamentos com os tratamentos utilizados. Os centros Fe3+ e O2- não mostram relação com a cor do topázio, sendo o primeiro uma impureza substituindo íons de Al3+ e o segundo criado por nêutrons rápidos. O centro X é produzido por raios gama e relacionado com a cor marrom, ambos apresentando baixa estabilidade térmica. Sua concentração depende fortemente da origem da amostra. Mostramos que o centro O- é o causador da cor azul e pode ser criado através de radiação gama, elétrons ou nêutrons rápidos, sendo que a geração com elétrons e nêutrons rápidos é mais eficiente e independe da origem do topázio. A produção dos centros O- e X é independente e as suas bandas de absorção óptica foram explicadas através do modelo de pequenos polarons ligados, que significam transferências de cargas (buracos) entre sítios equivalentes de oxigênio. O primeiro polaron, O-, causa uma banda de absorção óptica em 620 nm e envolve seis oxigênios em simetria octaédrica, enquanto o segundo, X, causa uma banda em 460 nm e envolve quatro oxigênios em simetria tetraédrica.
id UFMG_54b6797e91c3b4924935a9c6ba992d5c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/IACO-8A8QYM
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Klaus Wilhelm Heirinch KrambrockAriete RighiHelio ChachamLeonardo Gentil Menezes Ribeiro2019-08-11T22:31:32Z2019-08-11T22:31:32Z2010-08-04http://hdl.handle.net/1843/IACO-8A8QYMNeste trabalho, estudamos os processos de beneficiamento da cor de topázio incolor, mineral-gema abundante no Brasil. O topázio de cor azul é o mineral-gema mais comercializado internacionalmente no mercado de gemas e jóias, atingindo cerca de 100 milhões de quilates por ano. Quase 100% dos topázios azuis recebem algum tipo de tratamento para a melhoria da cor que, em geral, envolve algum tipo de irradiação e tratamento térmico. Apesar de estes tratamentos serem feitos há mais de quarenta anos, ainda se sabe muito pouco sobre o centro causador da cor e os detalhes dos processos físicos para sua criação, gerando assim a motivação para o presente trabalho. O topázio possui fórmula química Al2SiO4(F,OH)2 com simetria ortorrômbica e, em sua grande maioria, é naturalmente incolor. Para este trabalho, utilizamos amostras de quatro regiões brasileiras: Tocantins, Rondônia, Marambaia (Minas Gerais) e Hematita (Minas Gerais). Tratamos essas amostras com radiação gama, com elétrons rápidos e com nêutrons, além da realização de tratamentos térmicos. Para a caracterização foram utilizadas as técnicas de Absorção Óptica (AO) na região da luz no espectro visível e Ressonância Paramagnética Eletrônica (EPR). Através da EPR, identificamos quatro centros paramagnéticos em topázio (Fe3+, O2-, X e O-) e analisamos seus comportamentos com os tratamentos utilizados. Os centros Fe3+ e O2- não mostram relação com a cor do topázio, sendo o primeiro uma impureza substituindo íons de Al3+ e o segundo criado por nêutrons rápidos. O centro X é produzido por raios gama e relacionado com a cor marrom, ambos apresentando baixa estabilidade térmica. Sua concentração depende fortemente da origem da amostra. Mostramos que o centro O- é o causador da cor azul e pode ser criado através de radiação gama, elétrons ou nêutrons rápidos, sendo que a geração com elétrons e nêutrons rápidos é mais eficiente e independe da origem do topázio. A produção dos centros O- e X é independente e as suas bandas de absorção óptica foram explicadas através do modelo de pequenos polarons ligados, que significam transferências de cargas (buracos) entre sítios equivalentes de oxigênio. O primeiro polaron, O-, causa uma banda de absorção óptica em 620 nm e envolve seis oxigênios em simetria octaédrica, enquanto o segundo, X, causa uma banda em 460 nm e envolve quatro oxigênios em simetria tetraédrica.In the present work we studied the color beneficiation processes of colorless topaz, an abundant gemstone in Brazil. Blue topaz is the most internationally traded gemstone in the gem and market, reaching about 100 million carats per year. Almost 100% of blue topaz received some treatment to improve the color that, generally, involves some type of irradiation and heat treatment. Although these treatments havebeen done for more than forty years, we still know very little about the center causer of the color and details of physical processes for their creation, thus generating the motivation for this work Topaz has the chemical formula Al2SiO4(F,OH)2 with orthorhombic symmetry and, mostly, it is naturally colorless. For this work we used samples from four regions of Brazil: Tocantins, Rondônia, Marambaia (Minas Gerais) and Hematita (Minas Gerais). We treated these samples with gamma radiation, with fast electrons and neutrons, and thermal treatments. For characterization, we have used Optical Absorption (OA), in the region of light in the visible spectrum, and Electron Paramagnetic Resonance (EPR). By EPR, we identified four paramagnetic centers in topaz (Fe3+, O2 -, X and O-) and analyzed their behavior with the treatments. The centers Fe3+ and O2 - show no relation with the color of topaz, the first being an impurity substituting Al3+ ions and the second created by fast neutrons. The X center is produced by gamma rays and related to the brown color, both presenting low thermal stability. Its concentration strongly depends on the origin of the sample. We showed that the O- center is the cause of blue color and it can be created using gamma radiation, electrons or fast neutrons, the generation with fast neutrons and electrons being more efficient and not depending on the origin of topaz. The production of O- and X centers is independent and their optical absorption bands were explained through the model of small bound polarons, which means charge transfers (holes) between equivalent oxygen sites. The first polaron, O-, causes an optical absorption band at 620 nm and involves six oxygens in octahedral symmetry, while the second, X, causes a band at 460 nm and involves four oxygens in tetrahedral symmetry.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGResonância paramagnética eletrônicaTopázio irradiadoAbsorção ópticaFísicaPolaronsResonância paramagnética eletrônicaTopázio irradiadoPequenos polarons ligadosAbsorção ópticaPolaronsPequenos polarons ligados e centros de cor em topázioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALleonardogentil_dis..pdfapplication/pdf1246692https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IACO-8A8QYM/1/leonardogentil_dis..pdfd10d2d772d465f4a62f303739c856155MD51TEXTleonardogentil_dis..pdf.txtleonardogentil_dis..pdf.txtExtracted texttext/plain113380https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IACO-8A8QYM/2/leonardogentil_dis..pdf.txt3249f40929cb9536a281e8c563f10e47MD521843/IACO-8A8QYM2019-11-14 06:06:28.776oai:repositorio.ufmg.br:1843/IACO-8A8QYMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:06:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
title Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
spellingShingle Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
Leonardo Gentil Menezes Ribeiro
Resonância paramagnética eletrônica
Topázio irradiado
Pequenos polarons ligados
Absorção óptica
Polarons
Resonância paramagnética eletrônica
Topázio irradiado
Absorção óptica
Física
Polarons
title_short Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
title_full Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
title_fullStr Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
title_full_unstemmed Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
title_sort Pequenos polarons ligados e centros de cor em topázio
author Leonardo Gentil Menezes Ribeiro
author_facet Leonardo Gentil Menezes Ribeiro
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Klaus Wilhelm Heirinch Krambrock
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Ariete Righi
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Helio Chacham
dc.contributor.author.fl_str_mv Leonardo Gentil Menezes Ribeiro
contributor_str_mv Klaus Wilhelm Heirinch Krambrock
Ariete Righi
Helio Chacham
dc.subject.por.fl_str_mv Resonância paramagnética eletrônica
Topázio irradiado
Pequenos polarons ligados
Absorção óptica
Polarons
topic Resonância paramagnética eletrônica
Topázio irradiado
Pequenos polarons ligados
Absorção óptica
Polarons
Resonância paramagnética eletrônica
Topázio irradiado
Absorção óptica
Física
Polarons
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Resonância paramagnética eletrônica
Topázio irradiado
Absorção óptica
Física
Polarons
description Neste trabalho, estudamos os processos de beneficiamento da cor de topázio incolor, mineral-gema abundante no Brasil. O topázio de cor azul é o mineral-gema mais comercializado internacionalmente no mercado de gemas e jóias, atingindo cerca de 100 milhões de quilates por ano. Quase 100% dos topázios azuis recebem algum tipo de tratamento para a melhoria da cor que, em geral, envolve algum tipo de irradiação e tratamento térmico. Apesar de estes tratamentos serem feitos há mais de quarenta anos, ainda se sabe muito pouco sobre o centro causador da cor e os detalhes dos processos físicos para sua criação, gerando assim a motivação para o presente trabalho. O topázio possui fórmula química Al2SiO4(F,OH)2 com simetria ortorrômbica e, em sua grande maioria, é naturalmente incolor. Para este trabalho, utilizamos amostras de quatro regiões brasileiras: Tocantins, Rondônia, Marambaia (Minas Gerais) e Hematita (Minas Gerais). Tratamos essas amostras com radiação gama, com elétrons rápidos e com nêutrons, além da realização de tratamentos térmicos. Para a caracterização foram utilizadas as técnicas de Absorção Óptica (AO) na região da luz no espectro visível e Ressonância Paramagnética Eletrônica (EPR). Através da EPR, identificamos quatro centros paramagnéticos em topázio (Fe3+, O2-, X e O-) e analisamos seus comportamentos com os tratamentos utilizados. Os centros Fe3+ e O2- não mostram relação com a cor do topázio, sendo o primeiro uma impureza substituindo íons de Al3+ e o segundo criado por nêutrons rápidos. O centro X é produzido por raios gama e relacionado com a cor marrom, ambos apresentando baixa estabilidade térmica. Sua concentração depende fortemente da origem da amostra. Mostramos que o centro O- é o causador da cor azul e pode ser criado através de radiação gama, elétrons ou nêutrons rápidos, sendo que a geração com elétrons e nêutrons rápidos é mais eficiente e independe da origem do topázio. A produção dos centros O- e X é independente e as suas bandas de absorção óptica foram explicadas através do modelo de pequenos polarons ligados, que significam transferências de cargas (buracos) entre sítios equivalentes de oxigênio. O primeiro polaron, O-, causa uma banda de absorção óptica em 620 nm e envolve seis oxigênios em simetria octaédrica, enquanto o segundo, X, causa uma banda em 460 nm e envolve quatro oxigênios em simetria tetraédrica.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-08-04
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T22:31:32Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T22:31:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/IACO-8A8QYM
url http://hdl.handle.net/1843/IACO-8A8QYM
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IACO-8A8QYM/1/leonardogentil_dis..pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IACO-8A8QYM/2/leonardogentil_dis..pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv d10d2d772d465f4a62f303739c856155
3249f40929cb9536a281e8c563f10e47
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589359746678784